O mais recente avanço da educação pública paranaense no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgado nesta sexta-feira (16), chegando ao topo do ensino médio, reflete uma série de ações que o Governo do Paraná, via Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR), vem adotando nos últimos quatro anos, aliando o cuidado ao estudante e investimento em novas tecnologias e propostas pedagógicas que preparam os jovens para o futuro em todas as etapas do conhecimento.
A resposta rápida à pandemia, com o sistema multiplataforma de educação remota Aula Paraná, no ar quinze dias após o fechamento das escolas em meados de março de 2020, contribuiu para que os estudantes paranaenses não ficassem para trás. O Paraná foi referência durante o período mais crítico da pandemia, como foi reconhecido pelo estudo “Retorno para a escola, jornada e pandemia”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social, que apontou o estado com o maior alcance no envio de atividades aos estudantes do país.
Veja também
- Requião Filho segue percorrendo municípios paranaenses
- Kattamaram é uma opção para receber eventos em Foz do Iguaçu
Mas o trabalho vem da pré-pandemia. Ainda em 2019, quando o Paraná já deu um grande salto, como demonstrou o Ideb anterior, foram implementadas ações como a Prova Paraná e o Presente na Escola, dois dos novos pilares que dão sustentação ao processo de ensino-aprendizagem: o primeiro para fazer um diagnóstico trimestral do conhecimento adquirido pelos estudantes, que impacta na preparação das aulas, e o segundo para prevenir o abandono, com o objetivo de aumentar a frequência escolar, monitorando situações de atenção e dando suporte aos colégios para ações mais efetivas, o que garantiu a rede estadual entre as menores taxas de abandono escolar no país em 2021, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Para dar mais celeridade às duas ações, todos os resultados das provas de avaliação quanto os de frequência estão à disposição da Seed-PR, NREs (Núcleos Regionais de Educação) e colégios no sistema Power BI (Business Intelligence), que permite analisar a situação quase em tempo real de forma clara para saber onde e quando agir.
Ainda com as escolas fechadas – uma vez que o retorno presencial foi iniciado de forma gradual em maio de 2021 e concluído meses depois no início do segundo semestre –, os planos de modernização foram mantidos, como o lançamento da Redação Paraná, plataforma com inteligência artificial que auxilia professores e estudantes na produção textual.
Depois, vieram as plataformas de matemática gamificada, auxiliando no conceito e operações matemáticas aos estudantes do 6º ano por meio de jogos, e o Inglês Paraná, que oferece um curso on-line completo de Língua Inglesa (via computador ou aplicativo), dividido em 16 níveis de proficiência, do básico ao avançado, com teste de proficiência que coloca o aluno no nível mais apropriado. Assim como a Redação, o Inglês Paraná também está disponível tanto aos estudantes do ensino fundamental II (do 6º ao 9º ano) quanto do ensino médio.
Novidades no ensino médio
Além de plataformas tecnológicas no apoio pedagógico, parte das mudanças também foi feita no currículo, com a implementação de novas disciplinas que aproximam o estudante do processo aprendizagem e o preparam para o futuro.
Em 2021, o Paraná incluiu a Educação Financeira na matriz curricular do ensino médio com uma aula semanal (duplicando a para quem ingressou no novo ensino médio em 2022) e neste ano iniciou a Robótica Paraná, projeto extracurricular para mais de 15 mil alunos em cerca de 250 que será ampliada no ano que vem, também entrando no currículo de parte dos estudantes do novo ensino médio, ampliando o número de instituições e estudantes atendidos.
Além disso, o ensino de programação foi iniciado no ano passado como atividade extracurricular pelo Edutech e já neste ano letivo também está dentro da disciplina de Pensamento Computacional no novo ensino médio – ao todo são 150 mil estudantes em contato direto com o universo da linguagem de programação, mercado em plena expansão e carente de profissionais qualificados.
Infraestrutura
Para acompanhar esse avanço tecnológico na parte pedagógica e dar suporte a estudantes e professores, o Governo do Estado também investiu para modernizar a estrutura de escolas e salas de aula.
No fim de 2021, a Seed-PR entregou 10 mil computadores para colégios da rede estadual. Além da aquisição dos equipamentos, a pasta também distribuiu equipamentos de wi-fi para todas as escolas da rede, incluindo 1,2 mil switches (dispositivo que conecta todos os aparelhos de uma mesma rede) e 22,5 mil pontos de acesso wi-fi. O valor total desse investimento foi de R$ 65 milhões e, com a exceção de colégios em zonas rurais sem oferta de fibra óptica, a velocidade de conexão também foi aumentada para 100mb nesse último semestre.
Outra novidade neste ano foi a entrega dos kits Educatron, compostos por smart TV 43”, computador, webcam, microfones, teclado com mouse pad e pedestal regulável. O equipamento, que já está instalado em quase todas as mais de 22 mil salas, dá mais condições para o professor ministrar suas aulas e pode ser usado, por exemplo, para apresentação de conteúdo multimídia em sala de aula e para videochamadas com outros professores ou palestrantes. O investimento na compra de 25 mil kits (incluindo uma reserva técnica) chegou a R$ 122 milhões.
Nas cozinhas das mais de 2,1 mil escolas da rede, o reforço na despensa chegou no decorrer deste ano letivo. Para garantir a segurança alimentar dos estudantes e o foco nos estudos, desde junho, o Mais Merenda foi ampliado a todas as instituições, oferecendo três refeições por turno, adicionando um lanche na entrada e outro na saída, além da merenda tradicional já oferecida no intervalo, com mais de R$ 40 milhões investidos na ação.
Valorização e suporte
A valorização e apoio aos professores também foram feitos, com a aumento na remuneração dos docentes neste ano – 48% no início de carreira e 20% de aumento médio, incluindo benefícios –, e a disponibilização do RCO + Aulas ainda no início de 2021, plataforma para lançamento de presença e notas, que ganhou planos de aulas, encaminhamentos metodológicos e sugestões pedagógicas, garantindo mais tempo e condições para os professores darem aulas melhores.
A oferta de formação continuada por meio dos Formadores em Ação (criado em 2020), programa que vem tendo a participação de quase 25 mil professores por trimestre, também foi reconhecida por uma publicação da Universidade de Harvard intitulada “Learning to build back better futures for education: Lessons from educational innovation during the covid-19 pandemic” – ou em tradução livre, “Aprendendo a reconstruir futuros melhores para a educação: Lições de inovação educacional durante a pandemia de Covid-19”, no capítulo dedicado às competências digitais de professores. Além disso, houve a retomada do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) após seis anos, com as novas turmas para duas mil vagas – em processo de seleção – começando em 2023.