Produção de tilápia transforma vidas no Oeste do Paraná

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Foto: Jonathan Campos / AEN

Paraná tem liderança folgada em tilápia, com produção de 146.212 toneladas, bastante à frente de São Paulo, que está na segunda colocação, com 64.900 toneladas. Estado concentra 33,8% de todo o peixe produzido no País, segundo dados de 2019.

A tilápia entrou na vida do agricultor Rosimar Marquardt há 15 anos. Nos idos dos anos 2000, quando pouco se ouvia falar de criar o peixe no Paraná, ele juntou as economias, arrumou as malas e trocou o emprego de tratorista em Luís Eduardo Magalhães, no interior da Bahia, por Maripá, no Oeste paranaense.

Aceitou o convite do pai para voltar à terra natal e expandir a produção de carne branca, convencido também pela oportunidade de ter o próprio negócio. Na época, diz, nem passava pela cabeça que pouco mais de uma década depois o Paraná se transformaria no maior produtor de tilápias do País, parte do sucesso puxado justamente pela pequena Maripá. “É um sucesso, com a produção crescendo ano a ano”, conta.

Na série de reportagens que está apresentando os produtos locais dentro do projeto Feito no Paraná vamos conhecer a produção de tilápia, um dos tantos pontos fortes do Oeste paranaense.

Os números reforçam o acerto na escolha de Marquardt. De acordo com o Anuário Peixe BR de 2019, o Paraná tem liderança folgada em tilápia, com produção de 146.212 toneladas, bastante à frente de São Paulo, que está na segunda colocação, com 64.900 toneladas, e de Santa Catarina, no terceiro posto, com 38.559 toneladas. A participação paranaense no mercado nacional de produção de tilápias é de 33,8%.

Maripá, sozinha, respondeu por mais de 8 mil toneladas no ano passado, segundo o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). Fechou como o quinto maior produtor do peixe no Estado, atrás apenas de Nova Aurora, Toledo, Palotina e Assis Chateaubriand, todos municípios vizinhos de Região Oeste.

Lâminas de água como as que enchem os 12 tanques da propriedade de Marquardt são mais do que comuns na paisagem de Maripá, cidade de 5.582 habitantes de acordo com a mais recente estimativa do IBGE. “A demanda hoje é maior do que a produção. Vendo o que eu tiver de tilápia”, ressalta ele, cuja produção bate na casa das 500 toneladas por ano.

O agricultor, que reserva parte da propriedade para cultivar também milho e soja, é exceção na região. Não tem acordo com cooperativas, optando por vender o peixe para outros mercados. “Tenho minha clientela fixa, gente que compra comigo há muito tempo já”, diz.

Cooperativismo

A maioria dos produtores de tilápia, contudo, mantém parcerias com fortes cooperativas paranaenses, com destaque para a Copacol, de Cafelândia, e a C. Vale, com sede em Palotina.

É o caso do engenheiro agrônomo Paulo Michelon, de Palotina. Toda a produção, de 1,2 milhão de tilápias espalhadas em 185 mil metros de lâmina de água de 10 tanques é encaminhada para a C. Vale. De lá, vira filé congelado e ganha o Brasil e o mundo, numa equação de ganha-ganha.

Entusiasmado com a criação, ele projeta ampliar em mais 150 mil metros as lâminas de água com a aquisição de uma nova propriedade na região. É o caminho para praticamente dobrar a produção com mais um milhão de tilápias espalhadas nos novos tanques.

“A tendência é aumentar, há mercado para isso. Basta melhorar a renda que o brasileiro vai começar a comer melhor, acrescentando o peixe à refeição. Sem contar a exportação, que ainda está engatinhando”, afirma. “Essa nova geração também está mais preocupada com a saúde, e aí a carne branca se torna essencial”, acrescenta.

A criação do peixe transformou a aposentadoria de Adair Borin, também conveniado da C. Vale em Palotina. Há cerca de dois anos ele deixou de arrendar a propriedade para plantadores de soja com a intenção de se dedicar à piscicultura. Hoje tem 350 mil tilápias em 58 mil metros de lâminas de água, divididas em oito tanques. “Estou gostando muito da atividade. Se tudo ocorrer bem, penso em aumentar em mais 40 mil metros”, afirma.

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