Reunidos em Assembleia Geral ontem (17), às 18h, em frente à Prefeitura de Foz, profissionais da educação da rede pública municipal votaram contra a proposta de mudança na Matriz Curricular do Ensino Fundamental e decidiram manter estado de greve até o dia 2 de fevereiro de 2026 – quando retornam as aulas. A assembleia tinha sido iniciada horas antes, ao meio-dia, em frente à prefeitura, em meio a protestos dos professores que pediam respeito ao ensino e mais diálogo com a Secretaria Municipal de Educação. Eles usaram o horário de almoço para fazer a manifestação, porque as aulas da rede municipal seguem até amanhã (19).
Uma comissão formada pelos dirigentes do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi) e profissionais da educação participaram de três reuniões com o executivo municipal durante o dia. A secretária de administração (Larissa Ferreira), o secretário de Gabinete (Eduardo Garrido) e a secretária de Educação (Silvana Garcia) estiveram presentes nas tratativas, mas não houve acordo.
O MOTIVO DO IMPASSE
A Matriz Curricular é o documento que estrutura disciplinas, conteúdos e carga horária que serão aplicados nas escolas, do 1º ao 5º ano. Para 2026, a proposta da Secretaria Municipal de Educação é reduzir o número de horas-aulas de disciplinas consideradas fundamentais para o aprendizado: Língua Portuguesa, Geografia e Ciências para inclusão de Inglês e Robótica. “Não podemos admitir prejuízos ao ensino considerado básico. Essa luta é por nós e pelos nossos alunos,” defende a presidente do Sinprefi, Viviane Dotto.
Os professores argumentam que não são contra a implantação de novas disciplinas, mas consideram que isso precisa ser feito de forma gradativa, a partir do aumento da carga horária nas escolas, levando em conta a possibilidade de aulas em período integral. Além disso, acreditam ser incontestável a necessidade de seleção de profissionais preparados para conduzir esse aprendizado em sala. “Da forma como estão propondo, os professores da rede terão que assumir aulas muito específicas, sem a devida formação,” explica Lucas Fávero, secretário-geral do Sinprefi.
Hoje (18), à tarde o tema volta à pauta na reunião do Conselho Municipal de Educação – que não analisou a proposta por entender que a pauta não indicava regime de urgência. Na última sexta-feira (12), os profissionais da educação elaboraram uma contraproposta para outro documento importante para organização do ensino: a Normativa de Distribuição de Turmas – 2026. Esses termos foram aceitos pela prefeitura que já tinha enfrentado protestos de professores na quarta-feira da semana passada (10).
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REAJUSTE PARA MERENDEIRO(A) ESCOLAR
O prefeito Silva e Luna não esteve presente a nenhuma das reuniões de negociação com os professores, apenas ao ato para anúncio do acréscimo de 5 referências – graus de avanço na carreira – para o cargo de merendeiro(a) escolar, que ocorreu às 9h30, no auditório da Fundação Cultural com a presença dos dirigentes do Sinprefi, responsáveis pelas negociações que levaram a essa garantia de reajuste salarial para uma categoria que merece e precisa de valorização profissional.
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