Projeto da UNILA propõe metodologia inovadora para o ensino-aprendizagem de ciências

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“Os alunos são instigados a realizar pesquisas e análises sobre um assunto do seu cotidiano, como também a expor seus argumentos de maneira respeitosa.”

Apresentar uma nova metodologia ativa de ensino-aprendizagem de ciências é um dos objetivos do projeto de extensão “Aprender a viver: mediando relações (sobre, com e no) mundo através do ensino de Biologia”, desenvolvido por docentes e estudantes da UNILA. O projeto se propõe a estudar e aplicar a técnica das Controvérsias Controladas, que tem o objetivo de estimular a alfabetização científica e o pensamento crítico entre alunos de ensino médio.

A coordenadora do projeto, professora Marcela Stuker Kropf, explica que a técnica estimula o debate de temas complexos. “Os alunos são instigados a realizar pesquisas e análises sobre um assunto do seu cotidiano, como também a expor seus argumentos de maneira respeitosa. O tema escolhido pode ser um chamariz para o estudo de conceitos científicos, relacionados a aspectos sociais, políticos, éticos, entre outros.

Assim, o ensino de ciências pode se tornar mais motivador e contextualizado à realidade dos alunos”, disse. Além da aprendizagem conceitual, a técnica das Controvérsias Controladas permite o desenvolvimento da habilidade de argumentação, focando na construção de ideias e posicionamentos sobre diversas esferas da vida, o que faz com que os participantes consigam resolver problemas cotidianos com mais eficiência e de forma democrática.

O projeto de extensão está desenvolvendo debates com alunos do ensino médio de escolas estaduais de Foz do Iguaçu. O primeiro encontro foi realizado no mês de setembro, de modo virtual, com estudantes do 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Ayrton Senna da Silva. Na ocasião, os alunos participaram da simulação de uma conferência fictícia para debater a retomada do ensino presencial durante o período da pandemia de Covid-19. Os alunos foram divididos em grupos que representavam os principais personagens envolvidos na controvérsia: a comunidade científica e da área da saúde; os profissionais da educação; o governo e os proprietários de escolas particulares.

Cada equipe teve duas semanas para preparar sua apresentação no debate, envolvendo pesquisa sobre o tema, caracterização de personagens e redação de informe indicando sua posição no debate, incluindo a argumentação a ser utilizada. No dia do debate, cada grupo apresentou sua posição e teve espaço para criar e responder perguntas para as outras equipes. Ao final, os participantes foram convidados a compartilhar suas experiências, incluindo a manifestação pessoal acerca do tema discutido, a motivação pessoal durante a atividade e principais aprendizados. As discentes da UNILA que integram o projeto – as graduandas em Ciências da Natureza Isabelly Rios, Ingredy Medrado e Natasha Pilar González – realizaram a mediação, de maneira a instigar os participantes a refletirem sobre sentimentos, ideias e desafios encontrados durante a vivência da técnica.

“Foi muito interessante observar a defesa dos argumentos pelos alunos. A dinâmica foi um lugar em que diferentes perspectivas foram debatidas com respeito e tolerância, algo que tem que ser praticado em todas as esferas de convívio social. É gratificante ver que os alunos entenderam isso e cresceram em vários aspectos com essa experiência”, contou Ingredy Medrado, voluntária do projeto de extensão.

O projeto tem ainda uma dimensão aplicada à pesquisa, já que pretende verificar o impacto da técnica no conhecimento cognitivo dos alunos. Essa primeira experiência se desdobrará em um Trabalho de Conclusão de Curso de uma das alunas, incluindo as reflexões sobre a sua prática enquanto docente em formação.

Assessoria

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