Coordenadora do Projeto Onças do Iguaçu é reconhecida internacionalmente com o prêmio WINGS 2025 – Women ofDiscovery

Para Yara, as onças são muito mais do que uma espécie: são um símbolo de resiliência, uma bússola que orienta a conservação

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Foto: Divulgação/Projeto Onças do Iguaçu

A bióloga Yara Barros, Coordenadora Executiva do Projeto Onças do Iguaçu, é uma das laureadas do WINGS 2025 – Women of Discovery, um dos mais prestigiados prêmios internacionais dedicados a reconhecer mulheres que fazem descobertas pioneiras nas áreas de ciência, conservação e exploração.

O anúncio foi feito pela organização WINGS WorldQuest, com sede em Nova York, que desde 2003 celebra mulheres que estão transformando o mundo com sua coragem, inteligência e impacto. A cerimônia oficial de premiação acontecerá em 9 de outubro de 2025, em Nova York (EUA), reunindo exploradoras e cientistas de diversos países.

Uma vida dedicada a salvar animais e inspirar pessoas

Desde a infância, Yara respondia à clássica pergunta — “O que você quer ser quando crescer?” — com uma convicção inabalável: “Quero salvar os animais.” Esse sonho de menina se tornou sua missão de vida.

Ela iniciou sua carreira trabalhando com espécies de aves ameaçadas de extinção, incluindo a icônica ararinha-azul. Testemunhar o último indivíduo conhecido na natureza foi um momento transformador — que mudou seu caminho da biologia acadêmica para a conservação em tempo integral. Foi também nesse período que ela aprendeu uma das lições mais importantes de sua trajetória: proteger espécies é trabalhar junto com as pessoas que compartilham a terra com elas.

Doutora em Zoologia, Yara dedicou grande parte de sua vida profissional à conservação de espécies ameaçadas em funções-chave no governo brasileiro (IBAMA e ICMBio). Também foi Presidente da Associação Brasileira de Zoológicos e Aquários (AZAB) e Diretora Técnica do Parque das Aves. Yara é a Coordenadora Executiva do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Grandes Felinos (PAN) e é membro da IUCN / SSC Grupo Especialista em Planejamento para a Conservação (CPSG). Em 2025 recebeu o Whitley Award, considerado o Oscar Verde da conservação.

Desde 2018 Yara é a Coordenadora Executiva do Projeto Onças do Iguaçu, uma iniciativa emblemática dedicada à conservação das onças-pintadas na Mata Atlântica brasileira. Instalado no Parque Nacional do Iguaçu, o projeto tornou-se, sob sua liderança, um modelo de conservação colaborativa, unindo ciência de ponta, engajamento comunitário e parcerias transfronteiriças entre Brasil, Argentina e Paraguai.

Reconhecimento internacional

O WINGS Women of Discovery Awards, promovido pela WINGS WorldQuest, reconhece e apoia mulheres que expandem as fronteiras do conhecimento, da conservação e da exploração. O prêmio destaca cientistas, pesquisadoras e exploradoras que enfrentam os maiores desafios do planeta com inovação, coragem e impacto real.

Desde sua criação, o programa já homenageou mais de 200 mulheres de mais de 100 países, apoiando descobertas que contribuem para o avanço da ciência e para a proteção do planeta.

Mais informações no link.

Para Yara, as onças são muito mais do que uma espécie: são um símbolo de resiliência, uma bússola que orienta a conservação e uma conexão profundamente pessoal. Seu trabalho é guiado pela convicção de que proteger as onças é proteger ecossistemas inteiros — e as pessoas que deles dependem.

“Receber o WINGS 2025 é uma honra imensa — e uma vitória coletiva. Este prêmio celebra o trabalho de uma equipe incrivelmente comprometida que acredita que é possível viver em um mundo onde as onças e as pessoas coexistam em harmonia. É um reconhecimento de um trabalho feito com ciência e com sensibilidade, e da conservação feita com pessoas.”

Sobre o Projeto Onças do Iguaçu

O Projeto Onças do Iguaçu é uma iniciativa dedicada à conservação da onça-pintada e de seu habitat na Mata Atlântica, com foco no Parque Nacional do Iguaçu e em sua área de influência. Resultado de uma parceria entre o ICMBio (Parque Nacional do Iguaçu e CENAP), o Instituto Pró-Carnívoros e WWF-Brasil, o projeto alia pesquisa científica de ponta, educação ambiental, engajamento comunitário e ações de coexistência com produtores rurais e comunidades locais.


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