PTI: há 15 anos criando soluções para o desenvolvimento regional e o futuro do planeta

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A história do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) tem dois grandes marcos: o primeiro foi sua criação, em 23 de maio de 2003, a partir da articulação da usina de Itaipu com o Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (Itai) e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

O segundo veio em 2017, quando a Itaipu Binacional, sua mantenedora, ampliou a área de atuação socioeconômica e ambiental para os 54 municípios do Oeste paranaense. Nos passos de Itaipu, o PTI também passou a participar deste novo universo. Com o apoio do governo federal, o PTI tornou-se um polo global de sustentabilidade, contribuindo para o avanço econômico e social regional.

O PTI, nos primeiros anos, esteve mais voltado para a formação educacional – nele estão instaladas três universidades (Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, Universidade Federal de Integração Latino-Americana- Unila e Universidade Aberta do Brasil – UAB) e na articulação e apoio a cursos de pós-graduação. Desde 2011, 20 pós-graduações foram realizadas (entre especializações, mestrados e doutorados), bem como o apoio à educação não formal, com projetos de iniciação científica de crianças e de formação técnico-profissional. Ao longo do tempo, o Parque expandiu suas atividades na busca de soluções para o crescimento sustentável do Oeste do Paraná.

O princípio
Antigos alojamentos que, nos anos de 1970 a 1980, foram ocupados por barrageiros que construíram a usina, tornaram-se sede do PTI, que nasceu da intenção de se criar um ambiente de ciência, tecnologia e inovação, em documento pactuado por 37 autoridades brasileiras e paraguaias.

Essas instalações deram lugar a salas de aula, incubadora de empresas, a espaços para entidades governamentais e empresas de iniciativa privada, criando assim uma comunidade inteira voltada para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.

Instalado numa área de 75 hectares, dos quais 54 mil metros quadrados de área construída, com mais de 60 laboratórios, usados por estudantes e pesquisadores de diversas instituições, mais de 50 salas de aula e 11 espaços de eventos, o PTI está localizado na fronteira do Brasil com o Paraguai e Argentina, numa região de mais de um milhão de habitantes. Por esse universo inovador, passam todos os dias mais de 7 mil pessoas, entre colaboradores, fornecedores e turistas, que chegam diariamente de todas as partes do mundo para conhecer os atrativos da usina de Itaipu.

Os serviços oferecidos pelo Complexo Turístico Itaipu, com sete modalidades de visitas, são gerenciados pelo PTI. O recurso desses ingressos garante a autonomia da operação turística, gera aproximadamente 300 empregos diretos, financia ações de inovação do PTI e ainda contribui financeiramente para o fundo local de incentivo ao turismo. Esse modelo de atuação foi premiado pela Organização Mundial do Turismo.

Caminhos da sustentabilidade
Nas vias de acesso ao PTI, a frota de veículos é quase toda movida a biometano (que utiliza o biogás resultante do reaproveitamento de restos de comida de restaurantes locais e também dejetos de animais da região para a geração de energia) ou a eletricidade. É mais uma prova de preocupação com a sustentabilidade e que o PTI está sempre em busca da inovação e atua no desenvolvimento de projetos que possam ajudar na melhoria da vida das pessoas da região e do mundo todo.

Ainda na área de mobilidade urbana, por meio de parcerias, o Parque pesquisa e desenvolve baterias para carros elétricos, à base de níquel e sódio. Há grande expectativa com a bateria de sódio, de custo mais baixo e com a vantagem de ser quase totalmente reciclável. A utilização de carro elétrico com a bateria de sódio seria o ideal como alternativa a veículos movidos a combustíveis fósseis, altamente poluentes. A utilização do carro elétrico, mesmo se a frota brasileira fosse em grande número, teria baixo impacto na matriz energética, já que o consumo deste tipo de veículo é mais ou menos equivalente ao de um aparelho de ar-condicionado.

Também na área de fontes alternativas de energia, o PTI dá apoio à Itaipu, a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta, com estudos sobre o hidrogênio, considerado o combustível do futuro. O Parque possui uma planta de produção de hidrogênio, onde são feitas pesquisas relacionadas a esse elemento, para aproveitar a energia excedente de Itaipu em sua produção e suas aplicações também em células a combustível.

Na área de automação, o PTI criou um laboratório para garantir independência tecnológica à usina de Itaipu, com mais de 50 serviços técnicos e tecnológicos desenvolvidos até agora, como simulações do funcionamento dos mais diversos equipamentos e sistemas associados da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Antes, Itaipu dependia para essa área de soluções externas.

A inovação também é feita em favor das cadeias produtivas do Oeste do Estado, como o projeto “Fazenda Inteligente”, que está implantando estações-teste em propriedades rurais que fazem o monitoramento climático da produção, do plantio à colheita. Os equipamentos garantem ao homem e à mulher do campo informações precisas para a tomada de decisão e, dessa forma, resultam em uma maior produtividade e aprimoramento das atividades agrícolas.

Parcerias pela região
De 2017 até agora, mais de 50 convênios – entre projetos, fomento e termos de cooperação e patrocínio – foram assinados entre o PTI e uma série de instituições governamentais e não-governamentais em benefício da região. Em 15 anos de atuação, são mais de 260 convênios, entre fomentos, termos de patrocínio, acordos de cooperação e protocolos de intenção.

Uma dessas novas parcerias é com o Ministério Público Estadual, para o desenvolvimento de um modelo do Portal da Transparência de municípios paranaenses. Sancionada em 2009, a Lei da Transparência exige que as entidades públicas divulguem receitas e despesas de forma acessível a todos os cidadãos, mas não estabeleceu um modelo para esses dados, o que, muitas vezes, compromete o acesso a essas informações. Por meio dessa parceria, PTI e MP vão implantar um portal com informações apresentadas de forma fácil, clara e objetiva a custo zero para, inicialmente, 17 municípios do Estado, devendo ser estendido posteriormente a mais municípios.

O apoio aos municípios na revisão dos Planos de Saneamentos Básico é outro trabalho que o PTI e a Itaipu vêm desenvolvendo no Oeste paranaense. Esses planos são requisitos para que os municípios recebam recursos do Governo Federal destinados ao saneamento básico. Dos 54 municípios da região, 14 estão sendo atendidos pelo projeto, beneficiando cerca de 400 mil habitantes.

Como o desenvolvimento social está interconectado ao desenvolvimento econômico local, o Parque Tecnológico Itaipu fomenta uma incubadora de negócios, onde nascem empresas das áreas de tecnologia, construção, gestão e sustentabilidade e agronegócio. A incubadora já recebeu mais de 300 ideias de novas empresas para a região, que terão suporte para alavancar seus projetos. Até o final de 2018, a projeção é que a Incubadora gere mais de 130 postos de trabalho, com uma receita superior a R$ 2 milhões.

Na região da América do Sul em que três países fazem fronteira – Brasil, Paraguai e Argentina -, o PTI atua com parcerias que conectam o progresso e a sustentabilidade, a tradição e a inovação, os recursos naturais e a inteligência artificial. O Parque também atua com um grupo de trabalho para fortalecer as políticas públicas de saúde nos três países. E pesquisa o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para transformar a vida das pessoas. Esta é a missão do PTI, o Parque Tecnológico Itaipu da Itaipu Binacional, que completa, em 2018, 15 anos de atuação.

A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,5 bilhões de MWh. Em 2016, a usina brasileira e paraguaia retomou o recorde mundial anual de geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh. Em 2017, a hidrelétrica foi responsável pelo abastecimento de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 86,4% do Paraguai.

Foto: Kiko Sierich/PTI

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