Querem “melar” o Natal de Foz do Iguaçu

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De repente, o Natal de Foz virou alvo de críticas de uma parte da grande imprensa.

Já saiu nota no Estadão e na Veja. No Estadão, ácida. Na Veja, mais ou menos.

O site República de Curitiba (que, no Facebook, é o grupo com a foto de Sérgio Moro. Há outros) decidiu atacar a festa iguaçuense.

O título já diz tudo: “Itaipu esbanja R$ 1 milhão em festa de fim de ano com presença de Michel Teló”. “Será uma festa de arromba”, diz o texto.

Em outro grupo de Facebook “República de Curitiba” (são vários, insistimos), este ilustrado com a bandeira da cidade, há um link pra matéria do Estadão que criticou os gastos de Itaipu com a festa.

E o comentário: “Na atual situação do país, melhor seria transformar este 1 milhão de reais em cestas básicas e brinquedos para serem distribuídos em asilos, orfanatos, instituições sociais e regiões carentes deste país. Que tal?”

Foz do Iguaçu tem que agradecer aos céus por ter Itaipu. Não só pela festa de Natal, mas por tudo que a empresa traz de desenvolvimento para a região, que se traduz, direta e indiretamente, em mais empregos e melhor qualidade de vida.

Quanto à festa, será democraticamente aberta à população de toda a região e aos turistas que aqui estiverem.

Serão 200 atrações, para todos os gostos. Mas, principalmente, para o gosto popular, o da maioria.

Pra atender gente que não tem dinheiro pra viajar, pra festejar com amigos o Natal. E que terá a oportunidade de assistir a apresentações que jamais veria em toda a vida.

A festa de Natal vai significar mais movimento em hotéis e restaurantes, com mais dinheiro circulando.

Vai fazer a alegria dos vendedores ambulantes, daqueles que aproveitam a festa para garantir algum dinheiro. Bem melhor que receber esmola.

É muito dinheiro? Talvez. Mas quanto custa o Natal na “República de Curitiba”? Quem paga a festa na rua, a decoração, as apresentações?

Aliás, um dos grupos de Facebook República de Curitiba, este com “Movimento” na frente, traz uma alegre nota sobre o Natal de Curitiba: “Na linda tarde de primavera e domingo de Cristo Rei, a Cantata de Coro e Orquestra Filarmônica da UniCesumar, com 65 notáveis músicos regidos pelo maestro Davi Oliveira, encantaram os curitibanos que estavam no Parque Barigui”.

O Natal de Curitiba terá 70 atrações, além da decoração, distribuídas pelas dez regionais da cidade. Um investimento de R$ 12 milhões, dizem. Parabéns a Curitiba! Os curitibanos merecem!

Mas é um bom gasto, não? Por que a Prefeitura de Curitiba não distribuiu esse dinheiro em cestas básicas? A “República de Curitiba” não vai reclamar?

Mas a Prefeitura de Curitiba não fez isso, cancelar a festa, pelo mesmo motivo que defendemos o Natal daqui. A festa é a oportunidade de confraternizar ricos e pobres, de misturar as pessoas, de oferecer uma festa àquelas que não têm condições de pagar por um show, por uma viagem, um passeio.

Veja só o que houve no dia 11 de novembro, o Cataratas Day, quando o Parque Nacional do Iguaçu abriu as portas à comunidade, gratuitamente. Nesse dia, centenas de iguaçuenses foram ver pela primeira vez as Cataratas do Iguaçu.

Moram aqui, têm as “Cataratas no quintal”, mas não têm dinheiro pro ingresso.

Por que, então, não trocar o dinheiro que foi gasto com ônibus pra levar essa gente e o correspondente aos ingressos por distribuição de comida?

Porque a vida não é só pão, não é só comida. Todo mundo precisa de um pouco mais. Pão e circo, diriam os romanos.

A diversão que Itaipu e a Prefeitura vão proporcionar no Natal significam ainda criar na cidade mais um atrativo para os visitantes. E eles vêm com dinheiro pra gastar aqui e sustentar muitas famílias de iguaçuenses.

Deixemos de lado tanta mesquinhez. E defendamos o “nosso” Natal.

Que o Estadão e a Veja critiquem os gastos bestas cometidos país afora, a roubalheira, a corrupção.

Que a “República de Curitiba” se preocupe em não apenas defender o novo governo, mas em estar atenta a tudo o que se faz de fato de errado por aí.

Mas deixem em paz a nossa festa.

Ou será que, de fato, deve ser cancelada? Ainda dá tempo!

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