O cheiro de terra molhada, os flashes da imprensa e o burburinho político: na abertura da 51ª Expoingá, em Maringá, não foi só o agronegócio que brilhou. Em meio a estandes, autoridades e tratores, quem também subiu ao palco foi o nome do governador Ratinho Junior, cada vez mais sussurrado – e testado – nos bastidores da política nacional.
Segundo reportagem do Boca Maldita, o governador do Paraná não disse “sim” nem “não” sobre uma candidatura a presidente nas Eleições 2026, mas deixou no ar o que talvez quisesse confirmar: seu nome já circula, e ele sabe disso.
“Eu também quero saber”, brincou. “Fico feliz em ver um paranaense hoje estar no tabuleiro nacional. Acho que é um momento bom do Estado, no sentido dessa harmonia que nós conseguimos conquistar aqui.”
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A resposta, ainda que diplomática, não esconde a ambição. Ratinho sabe que seu nome tem circulado em pesquisas e bastidores, e que sua marca de gestor moderado, com bom trânsito entre diferentes forças políticas, pode se tornar um ativo para o PSD — que ainda não tem candidato natural ao Planalto.

Presidente “Não é um projeto individual”
Ratinho também aproveitou a coletiva para reforçar o tom de construção coletiva.
“Um projeto desse não é só da vontade da gente. Ele tem uma construção muito grande dentro do partido, com a sociedade, com os atores políticos.”
Na prática, o governador tem mantido uma agenda institucional ativa, mas cuidadosamente calculada: evita embates nacionais, mas participa de fóruns como o COSUD (Consórcio dos Estados do Sul e Sudeste), onde se alinha com nomes como Eduardo Leite (RS) e Tarcísio de Freitas (SP).
Eduardo Leite e a nova safra do PSD
Ratinho comentou com entusiasmo a filiação de Eduardo Leite ao PSD, que ocorreu recentemente e foi, segundo ele, incentivada pessoalmente.
“Fui fazer esse convite pessoalmente. O Eduardo é um dos grandes quadros do Brasil. Faz parte de uma nova safra da política do país, da qual também faço parte.”
A aproximação entre os dois não é por acaso. Leite já foi cotado como presidenciável em 2022, e sua vinda ao partido fortalece o PSD como alternativa nacional moderada para 2026. Ratinho se posiciona como peça central desse projeto.

PSD: presidente, estrutura e ambição
O governador também destacou o crescimento da legenda como base de sustentação:
“Foi o partido que mais cresceu no Brasil. Tem o maior número de prefeitos hoje no país, uma bancada de senadores muito forte e deputados também.”
É um sinal de que, caso avance, Ratinho não deverá sair do PSD — ao contrário de outros nomes que costuram candidaturas fora da própria legenda. Ele aposta em consolidar um projeto interno que una regiões e mantenha o partido no centro do tabuleiro político.
E Tarcísio?
Ao ser perguntado sobre uma eventual aliança com Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e nome forte da direita, Ratinho foi direto, mas não definitivo:
“Politicamente a gente nunca sentou pra falar disso, apesar de ele ser um dos principais nomes do país.”
O recado foi claro: a porta não está aberta — mas também não está trancada.
Fonte: Boca Maldita