A Receita Federal registrou um novo marco histórico em 2025. Somente entre janeiro e junho, no Porto Seco de Foz do Iguaçu, foram movimentados US$ 4.784.019.762,30 no comércio da tríplice fronteira, o que representa um crescimento de 32,96% em relação ao mesmo período de 2024. Embora o valor tenha aumentado, o volume físico caiu de 2.580.261,53 toneladas em 2024 para 2.377.903,22 toneladas em 2025, uma redução de 7,84%, reflexo de um perfil mais voltado a produtos de maior valor agregado.
As exportações foram o fator impulsionador desse avanço, somando US$ 2.463.809.739,56. O quantitativo representa um aumento de 55,49% em comparação ao primeiro semestre de 2024, quando o total havia sido de US$ 1.584.521.670,00.
As importações também avançaram, ainda que de forma mais moderada, e totalizaram US$ 2.320.210.022,74, o que representa um aumento de 15,23% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando haviam somado US$ 2.013.628.569,07. O volume importado também cresceu, passando de 1.346.695,44 toneladas em 2024 para 1.506.026,25 toneladas em 2025, um acréscimo de 11,83%.
Na soma dos seis primeiros meses, a Receita Federal, por meio das movimentações do Porto Seco de Foz do Iguaçu, constatou superávit comercial do Brasil, resultado da expressiva elevação no valor exportado mesmo diante da redução de toneladas embarcadas.

Comércio bilateral
As estatísticas também mostram diferenças importantes na tríplice fronteira. No comércio com o Paraguai, as exportações registraram queda de 32,6% no volume e de 34,1% no peso das cargas, mas o valor aumentou 48,3%, resultado da maior presença de produtos de alto valor agregado. Já as importações recuaram 37,3% em relação a 2024.
Com a Argentina, o movimento foi oposto: as exportações cresceram de forma expressiva, com alta de 21,8% no volume e de 111,9% no valor, confirmando a importância crescente do país vizinho como destino das mercadorias brasileiras.
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Mercadorias desembaraçadas
Nas importações, os cereais lideraram a lista de produtos mais movimentados, seguidos por derivados de grãos, sementes e frutos oleaginosos, hortícolas, carnes, pastas de madeira, óleos vegetais, sal, plásticos e máquinas e aparelhos elétricos.
Nas exportações, o destaque ficou com produtos industriais. Papel e celulose, plásticos, máquinas e instrumentos mecânicos e adubos ou fertilizantes ocuparam as primeiras posições, seguidos por produtos cerâmicos, ferro e aço, bebidas, veículos automotivos, sal e materiais elétricos.
Fluxo de caminhões
O movimento de caminhões pelo Porto Seco de Foz do Iguaçu também reflete o desempenho do comércio exterior no primeiro semestre de 2025. Ao todo, foram liberados 97.812 veículos, o que representa um aumento de 11,6% em relação a 2024, quando haviam sido registrados 87.666.
O Paraguai concentrou a maior parte desse fluxo, com 74.404 caminhões, o equivalente a 76,1% do total. Desse número, 36.317 veículos foram de exportação e 38.086 de importação.
Com a Argentina, o Porto Seco contabilizou 23.409 caminhões em 2025, uma alta de 1,96% em relação aos 22.958 veículos de 2024. Do total deste ano, 5.491 foram destinados à exportação e 17.918 à importação, correspondendo a 23,9% da movimentação geral.
O balanço mostra que, em 2025, as importações representaram 57,3% do fluxo de caminhões, enquanto as exportações responderam por 42,7%.
Perspectivas para o comércio exterior
O desempenho positivo coincide com um período de grandes investimentos em infraestrutura viária e logística em Foz do Iguaçu. Estão em andamento obras como a Perimetral Leste, que vai conectar as novas aduanas do Brasil com a Argentina e o Paraguai à BR-277, a duplicação da Avenida das Cataratas e a futura construção de um novo Porto Seco. Essas melhorias vão proporcionar maior agilidade no fluxo de caminhões, mais segurança viária e ampliar a competitividade das operações de comércio exterior.
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