2024: do cinquentenário ao recorde de maior produtora de energia do planeta

Comemorando cinco décadas de fundação, a Itaipu ampliou seu compromisso socioambiental, reforçou a integração regional e se destacou nos debates do G20 sobre a transição energética global
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Itaipu entrou para o Guinness World Records (GWR), como a maior usina em geração acumulada de energia. Crédito: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional.

A Usina de Itaipu chega ao final de 2024 com marcos históricos que reafirmam sua importância para o desenvolvimento do Brasil e do Paraguai. São duas datas emblemáticas: os 40 anos de geração de energia (completados em 5 de maio) e os 50 anos de fundação da usina hidrelétrica (17 de maio).

Além disso, a binacional celebra uma conquista singular: ultrapassou a marca de 3 bilhões de megawatts-hora (MWh) produzidos desde sua primeira operação, em 1984, o que a coloca como a maior geradora de energia acumulada do planeta, segundo o Guinness World Records (GWR), mais conhecido como Guinness Book. “A confiabilidade, a disponibilidade das unidades geradoras e um programa de manutenção contínuo estão entre os motivos que transformaram a Itaipu Binacional em líder na geração de energia. Continuaremos assim por longos e longos anos e dificilmente seremos alcançados a curto ou a médio prazo”, comenta o diretor técnico da Itaipu, Renato Soares Sacramento.

Mas, além de recordes e datas emblemáticas, 2024 foi marcado também por robustos investimentos socioambientais, evidenciando um compromisso que vai muito além dos recordes de produção.

Segundo o diretor-geral brasileiro, Enio Verri, a Itaipu, com seu papel estratégico para brasileiros e paraguaios, direciona recursos e ações para proteger a natureza, promover o bem-estar e fortalecer políticas públicas de desenvolvimento sustentável em toda a região das duas margens do Rio Paraná, onde está instalada. “A Itaipu Binacional chega assim, ao cinquentenário, com o olhar voltado ao futuro, reafirmando sua vocação original de produção de energia limpa e renovável, mas também deixando um legado de responsabilidade socioambiental que inspira gerações presentes e futuras”, ressalta.

Conta mais barata

Em 2025, os consumidores brasileiros terão alívio na conta de luz graças ao “bônus de Itaipu”. Esse benefício, aprovado pela Aneel e anunciado pelo Ministério de Minas e Energia, somará R$ 1,3 bilhão e será destinado aos 78 milhões de consumidores residenciais e rurais que tenham consumido até 350 kWh em 2023. De acordo com o diretor financeiro da Itaipu, André Pepitone, o valor médio do bônus será de R$ 16,66 por unidade consumidora, refletindo diretamente na redução das tarifas e promovendo maior modicidade tarifária.

Desde 2023, quando a empresa quitou a dívida, a tarifa da Itaipu já foi reduzida em 26%, mantendo-se significativamente abaixo da média nacional: enquanto as distribuidoras pagam R$ 307,00 por MWh em média, Itaipu comercializa sua energia por R$ 204,95. “É a Itaipu promovendo de fato a modicidade tarifária”, afirma o diretor.

Segundo ele, o bônus é possível graças ao saldo positivo da Conta Itaipu, que acumula recursos excedentes desde 2018. Esses valores incluem R$ 399 milhões do saldo de 2023, R$ 842 milhões devolvidos ao setor após a crise hídrica e R$ 65 milhões de rendimentos financeiros. Essa política reafirma o compromisso da Itaipu com a sustentabilidade econômica e os benefícios diretos para os consumidores.

Destaque internacional

A dimensão socioambiental da Itaipu Binacional ganhou projeção global em eventos como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), no Azerbaijão, o encontro do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, em Foz do Iguaçu, e a Cúpula de Líderes do G20 e G20 Social, no Rio de Janeiro. Por conta da Itaipu, inclusive, que Foz do Iguaçu foi a única cidade do interior a sediar uma reunião do G20 em 2024.

Em todos esses encontros, a empresa demonstrou como cuida de sua matéria-prima, a água, e como suas iniciativas contribuem para o desenvolvimento dos 399 municípios do Paraná e 35 do Mato Grosso do Sul, abrangência ampliada pela atual gestão. “A Itaipu é referência no controle do assoreamento do reservatório, pois zela pela durabilidade do recurso hídrico em longo prazo. Quanto mais cuidamos da água em um contexto sistêmico de bacias, maior será o aproveitamento desse bem para as próximas gerações”, explica o diretor de Coordenação, Carlos Carboni.

Sob o guarda-chuva do programa Itaipu Mais que Energia, criado para intensificar a proteção ambiental e social, a usina apoia a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Itaipu, aliás, é uma das poucas empresas no mundo a ter ações alinhadas a todos os ODS e, em 2024, participou do lançamento do 18º ODS, que trata da Igualdade Étnico-Racial.

Vale lembrar que, atualmente, a energia de Itaipu supre cerca de 10% de todo o consumo elétrico brasileiro e mais de 80% do paraguaio. Esse papel vital na matriz de ambos os países ressalta a relevância do cuidado ambiental e social na gestão da binacional.

Itaipu Mais que Energia – convênios com a Caixa

No final de 2023, a Itaipu lançou um edital do Programa Itaipu Mais que Energia, em parceria com a Caixa Econômica Federal, responsável pela gestão dos recursos, fiscalização e pagamento das obras.

Na primeira fase, foram aportados mais de R$ 931 milhões, com coparticipação de quase R$ 119 milhões das prefeituras, para investimentos em obras e projetos, como aquisição de caminhões para coleta seletiva de lixo, construção de abastecedouros de água comunitários; instalação de biodigestores e painéis fotovoltaicos, implementação de cozinhas solidárias sustentáveis com tecnologias limpas, incentivo à mobilidade elétrica e uso de veículos sustentáveis, adequação e pavimentação de 800 km de estradas rurais, recuperação de nascentes de rios, monitoramento da qualidade da água nas bacias hidrográficas, e construção e melhoria de sistemas de tratamento de esgoto entre outras ações.

Este ano, a empresa lançou o segundo edital, que segue aberto, com mais R$ 400 milhões destinados a projetos voltados a populações em situação de vulnerabilidade social, de baixa renda, com deficiência, povos originários, afrodescendentes e assentados(as) da reforma agrária. A expectativa é que entidades assistenciais, como as Apaes, sejam contempladas para a execução de iniciativas de impacto social direto.

Casas para famílias: Projeto Moradias

Em Foz do Iguaçu (PR), a Itaipu firmou convênio com o Itaipu Parquetec, a Prefeitura Municipal e o Fozhabita para construir 254 habitações populares. A inovação fica por conta do sistema Wood Frame, que oferece maior conforto térmico e acústico, menor uso de água e retenção de carbono, resultando em uma obra mais sustentável e com menos resíduos. De acordo com o diretor administrativo, Iggor Gomes Rocha, “o objetivo da Itaipu e do Itaipu Parquetec é que esse modelo inspire e seja replicado, diante das vantagens que ele apresenta através de um método construtivo mais sustentável e ágil, utilizando madeira de reflorestamento certificada”.

2024: do cinquentenário ao recorde de maior produtora de energia do planeta
Projeto Moradias. Crédito: Sara Cheida/Itaipu Binacional

As casas vão beneficiar famílias que ocupam há mais de 30 anos a Vila Brás, área de risco junto ao Rio Poty (nascente do Rio Boicy) e classificada como Área de Preservação Permanente (APP). Boa parte dos moradores sobrevive da coleta de materiais recicláveis. As primeiras 52 unidades têm previsão de entrega para o primeiro semestre de 2025.

Ações para comunidades indígenas

O compromisso de Itaipu com os povos originários ficou em evidência em 2024 com o convênio firmado com o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul para melhorar e ampliar os sistemas de abastecimento de água em 18 aldeias de Ponta Porã (MS), beneficiando cerca de 35 mil indígenas. A indicação das aldeias foi feita pela Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), responsável pela condução dos projetos, enquanto a Itaipu financia as obras.

Indígenas participam do Projeto Opaná. Crédito: Assessoria FLD

Reconhecendo uma dívida histórica com as comunidades afetadas pela criação do reservatório, a binacional também se dispôs a comprar áreas para assentamento dos grupos Avá-Guarani que reivindicam terras na região de Guaíra e Terra Roxa, no Noroeste do Paraná. “O plano prevê a aquisição de 3 mil hectares de terras, em valor de mercado e de forma voluntária, para assentar as populações contempladas pela Ação Civil Originária 3.555/DF”, explica o diretor jurídico da Binacional, Luiz Fernando Delazari. A negociação, segundo ele, envolve órgãos como a Funai e o Ministério dos Povos Indígenas.

Além disso, por meio da Diretoria de Coordenação e do projeto Opaná: chão indígena, a Itaipu também promove outras ações junto às aldeias, como a distribuição de sementes, entrega de kits de pesca, fomento às atividades culturais e capacitações.

Capacitação de servidores públicos

Outro exemplo de investimento social de Itaipu foi a oferta de cursos gratuitos de pós-graduação para quase 20 mil servidores públicos do Paraná em parceria com a Associação dos Municípios do Paraná (AMP). As especializações incluíram Autismo; Alfabetização e Letramento; Licitações e Contratos; Gestão do Esporte e Lazer.

A Binacional destinou R$ 48 milhões ao projeto, que teve como objetivo reduzir as desigualdades dos serviços públicos municipais e qualificar ainda mais os funcionários públicos. Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, a iniciativa permite que “o profissional da menor e mais pobre cidade do Paraná tenha o mesmo preparo de um servidor público da cidade com maior arrecadação”.

Retomada das obras da Unila

Um dos grandes avanços de 2024 foi também o lançamento do edital para finalização do campus Arandu, última obra desenhada por Oscar Niemeyer para a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Com investimento da Itaipu, a iniciativa está sendo conduzida pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), especializado em obras e infraestrutura. O edital de licitação para contratar a empresa que fiscalizará as construções está aberto e as propostas podem ser enviadas até dia 27 de janeiro de 2025. A expectativa é que as obras comecem nos primeiros meses do mesmo ano, com entregas escalonadas entre 2026 e 2028.

Nesta fase, serão concluídas as edificações iniciadas antes da paralisação em 2014, incluindo restaurante universitário, edifício administrativo, bloco de salas de aula e outras estruturas essenciais. O Unops reforça que a empresa responsável pela fiscalização terá papel fundamental no cumprimento de normas técnicas e na execução fiel do projeto original.

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