Reserva biológica mantém uma grande diversidade de espécies da flora e da fauna regional. Também fazem aniversário os refúgios de Santa Helena e Maracaju
Referência em ações de conservação da fauna e da flora na região Oeste do Paraná, o Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), mantido pela Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR), completa 37 anos neste domingo (27).
Na mesma data, comemoram aniversário o Refúgio Biológico Santa Helena, no município lindeiro ao lago de Itaipu, e o Refúgio Binacional de Maracaju, com áreas distribuídas em território brasileiro (Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul) e paraguaio (Salto del Guairá, no departamento de Canindeyú). Os três refúgios foram criados pela Itaipu no mesmo dia: 27 de junho de 1984.
Para marcar a data, o RBV programou uma série de atividades de enriquecimento ambiental, da fauna e da flora. Para os animais criados em cativeiro, serão propostos desafios e práticas que simulam situações da natureza. A ação é considerada essencial para o desenvolvimento físico e cognitivo e o bem-estar dos animais. Para a flora, a ideia é enriquecer o ambiente reflorestado com espécies como o palmito.
As atividades serão coordenadas pela Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu e começam já no domingo, às 16h, no recinto das lontras. Os animais vão receber melancias recheadas de lambaris, peixe que faz parte de sua dieta diária. Para chegar à refeição, eles terão de encontrar maneiras para abrir a fruta, sem a ajuda dos tratadores.
A programação segue durante a semana com outros animais do plantel, cada dia com um cardápio especial: veado-bororó (na segunda-feira, 28, às 9h); anta (terça, 29, às 14h); jacutinga (quarta, 30, às 9h); onça-pintada (quinta, 1º de julho, às 14h30); cervo-do-pantanal (sexta, 2, às 14h); e macaco-prego (sábado, 3, às 14h). Todo o trabalho será registrado e divulgado nas páginas das redes sociais de Itaipu e do Turismo Itaipu.
Também na quarta-feira (30), a partir das 9h, dentro das comemorações de aniversário, haverá plantio de palmito e outras espécies nas trilhas ecológicas do refúgio, pelas equipes do Viveiro Florestal e paisagismo. Os turistas que visitarem o espaço nesses dias, nos mesmos horários, poderão acompanhar parte das atividades de plantio e enriquecimento ambiental dos animais.
Centro de pesquisa
O Refúgio Biológico Bela Vista está inserido em uma área de 1.780,9 hectares, na margem brasileira da usina. O espaço reúne hoje uma grande diversidade de espécies da flora e da fauna regional, muitas delas ameaçadas de extinção, e tornou-se um posto avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (programa MaB – Man and Biosphere, da Unesco) por reunir pesquisa, conservação e educação.
O Criadouro de Animais Silvestres (Casib) e o Zoológico Roberto Ribas Lange, por exemplo, mantêm e estudam centenas de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Muitas delas, como a harpia e a onça-pintada, estão integradas a programas de reprodução em cativeiro, para proteção e reprodução das espécies. Um dos últimos animais a nascer no local foi um filhote de cervo-do-pantanal.
A unidade conta ainda com um dos melhores hospitais veterinários de animais silvestres do País, que atende animais de outros zoológicos ou vítimas de tráfico, maus-tratos e atropelamentos.
No viveiro florestal do RBV também são produzidas mudas florestais de mais de cem espécies nativas do bioma Mata Atlântica, que depois são utilizadas para recuperação de matas ciliares e áreas degradadas na região, visando à segurança hídrica do reservatório para a geração de energia e seus múltiplos usos.
O Refúgio Bela Vista é aberto à visitação. Moradores de Foz do Iguaçu, dos municípios lindeiros ao Lago de Itaipu e da região das três fronteiras não pagam para conhecer o atrativo. Para saber mais como visitar a reserva, acesse https://www.turismoitaipu.com.br/.
Santa Helena e Maracaju
Os refúgios Santa Helena e Maracaju têm 1.482 hectares e 1.356 hectares, respectivamente. São áreas conectadas pela faixa de proteção do reservatório da Itaipu, onde foram plantadas 24 milhões de mudas, e que compõem o corredor de biodiversidade do Rio Paraná.
Essas unidades fizeram parte do desenvolvimento da ciência da restauração ecológica. Nelas foram desenvolvidos vários experimentos com espécies florestais nos anos de 1980. Até hoje, elas constituem um laboratório para a biologia da conservação.
Em todas essas unidades, a empresa faz pesquisas e colabora com ações de monitoramento e proteção ambiental.
Fotos (arquivo): Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional