Programa Oeste em Desenvolvimento defende extensão da malha ferroviária a Foz, Guaíra e Mato Grosso do Sul.
A ampliação e a diversificação dos modais de transporte estão entre as pautas prioritárias do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD). A extensão da Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A (Ferroeste) é uma das reivindicações da entidade ao poder público.
O POD defende novos ramais da ferrovia entre Cascavel, Foz do Iguaçu e Guaíra, e dessa cidade paranaense até Maracaju, no Mato Grosso do Sul. O objetivo é tornar a Região Oeste um hub internacional de transportes, no centro do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
Pactuação do setor produtivo e sociedade civil, essa demanda foi oficialmente entregue ao governador Carlos Roberto Massa Junior (PSD) e ao diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, em outubro de 2019. Os documentos reúnem estudos técnicos de viabilidade.
Conforme o presidente do POD, Danilo Vendruscolo, a ideia é integrar o Oeste do Paraná, o estado do Mato Grosso do Sul, o Porto de Paranaguá e os países vizinhos da Argentina, Chile e Paraguai. “A direção do POD trabalha e soma forças para tornar realidade esse projeto”, pontua.
“Não apenas a defendemos junto ao governo estadual e à Itaipu, que faz a interlocução com a Presidência da República, como também encampamos esse projeto no Conselho de Desenvolvimento Empresarial e de Infraestrutura do Paraná”, frisa.
Levantamento da entidade mostra que há uma demanda de seis milhões de toneladas de cargas provenientes do Paraguai para escoamento pela Ferroeste. Na extensão até Guaíra, a estimativa é receber mais seis milhões de toneladas vindas do Mato Grosso do Sul.
Para o POD, a ampliação da ferrovia viabiliza a implantação do Corredor Oeste de Exportação, um conjunto de ligações destinado ao escoamento da produção agrícola e industrial. “Esse investimento também representa a concretização de um sonho do Oeste do Paraná, que é a efetivação do projeto da Nova Ferroeste”, expõe Danilo.
Conforme o presidente do programa, a extensão da Ferroeste está inserida em um contexto ainda maior e mais ousado, que é a criação do Corredor Bioceânico. Trata-se de ligação do Porto de Paranaguá a Encarnación, no Paraguai, e Posadas, na Argentina.
“Essa conexão também se estenderá até Resistência, na província argentina de Corrientes, e à malha ferroviária de acesso ao Porto de Antofagasta, no Chile”, explica Danilo Vendruscolo. “É uma visão de futuro que certamente irá transformar não só nossa região como o Paraná”, aposta.
“As instituições públicas e privadas que integram o Programa Oeste em Desenvolvimento, nas 54 cidades da região, estão unidas para garantir essa conquista”, ressalta. “Esse é o desejo da comunidade e das forças produtivas do Oeste paranaense que transformamos em compromisso e meta do POD”, conclui Danilo Vendruscolo.
Parcerias e investimentos
A Ferroeste foi inserida no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, o que permitirá leilão da ferrovia até o final de 2021. O Comitê de Governança do projeto é o responsável por definir a forma de concessão.