República de Curitiba na Esplanada

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Alçada ao status de super-herói com a operação Lava Jato, a Polícia Federal aplaudiu de pé a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro de nomear o juiz Sergio Moro para ministro da Justiça. Poucas horas depois do anúncio, realizado na manhã de ontem após a visita de Moro a Bolsonaro no Rio, associações de agentes e delegados emitiram às pressas notas parabenizando o futuro chefe. É sob o comando da pasta que estão o diretor-geral da PF e toda a corporação. As informações são de Bela Megale na Época.

Agora, grande parte da PF torce para que Moro traga para Brasília os delegados de Curitiba que ajudaram a transformar a Lava Jato na maior operação de combate à corrupção do país. Policiais defendem que Moro promova o atual superintendente da Polícia Federal do Paraná, Maurício Valeixo, a diretor-geral da corporação, cargo mais alto da PF. Outro nome que está na boca da entidade é o do delegado Igor Romário de Paula, chefe da unidade de combate ao crime organizado no Estado. Ambos têm credenciais. Superintendente no Paraná desde dezembro, Valeixo atuou em Brasília como diretor da divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) de 2015 a 2017. Já Igor Romário está desde 2014 na linha de frente da Lava Jato no Paraná em contato constante com Moro e a força-tarefa.

Hoje, porém, o atual diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, tem trabalhado intensamente para manter-se no cargo. Tem dedicado sua agenda à aproximação de políticos próximos a Bolsonaro. Integrantes da cúpula da PF, no entanto, avaliam que a facada que o capitão reformado levou durante a campanha e as críticas de seus apoiadores sobre a investigação do episódio conduzida pela corporação devem pesar contra Galloro.

Galloro tem boa relação com Moro e chegou a visitá-lo meses atrás. No entanto, não tem a mesma sintonia que o magistrado e futuro ministro cultiva com Valeixo. Um dos motivos de aproximação entre ambos foi a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aconteceu em abril. Desde antes da detenção do petista, o chefe da PF no Paraná e Moro se falavam frequentemente para decidir assuntos referentes ao petista. Um deles foi a reforma de um cômodo no quarto andar da sede da PF de Curitiba para receber Lula. O juiz fez questão que o ex-presidente ficasse detido no lugar de sua extrema confiança, o prédio da PF.

Em entrevista, Bolsonaro afirmou que Moro é quem escolherá o chefe da PF. Se a sintonia entre o novo ministro e a cúpula dos delegados da Lava Jato prevalecer, a República de Curitiba tem data próxima para mudar de capital.

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