A proposta de autoria do Executivo, que autoriza e regulamenta o funcionamento de até 200 Colégios Cívico-Militares no Paraná, vem avançando na Assembleia Legislativa. O projeto de lei 543/2020 tramita em regime de urgência e aprovado na tarde desta terça-feira (22), em primeira votação, mas gerou críticas dos deputados de oposição.
Para Requião Filho, o projeto está mal escrito e vende uma falsa sensação de disciplina-extrema aos alunos. Ele destaca que, no texto da proposta, faltam especificações no que diz respeito à liberdade de ensino e ao estímulo ao pensamento crítico.
“Muita gente taí apaixonada por essa ideia, mas não leu o projeto que, logo de início, já comete muitos equívocos. Não fala de onde virá o dinheiro, nem qual será essa hierarquia que pretendem criar. Estão vendendo uma mentira, porque dependendo da cidade do interior que for instalado o colégio, não haverá outra opção de ensino tradicional para os alunos”, destacou.
O Governo propõe que a gestão compartilhada nas escolas, entre militares e civis, ocorra já do 6.º ao 9.º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. E isso trará um custo-extra bem representativo. Segundo análise elaborada pela liderança de oposição, serão gastos R$ 65.507.907,00 a mais por ano, para implementar este projeto. Deste valor, R$ 40,3 mil para uniformes e outros R$ 25,5 mil com o pagamento das diárias dos policiais.
O projeto recebeu emendas de Plenário e retorna nesta quarta-feira a (23) para a segunda votação.
“Temos que tratar a Educação com mais respeito e com um pouco menos de discurso e bravata política. Não é porque estamos em pleno período eleitoral que vamos aprovar no afogadilho um projeto de tamanha repercussão”, finalizou o deputado.