Restrições prejudicam movimento na hotelaria e gastronomia de Foz do Iguaçu, avalia o Sindihotéis

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Foto: Marcos Labanca

Ocupação projetada em 42% (Natal) e 54% (réveillon) está ameaçada por causa das medidas impostas pelos governos

As redes hoteleira e gastronômica de Foz do Iguaçu têm dobrado os esforços para salvar o fim de ano com o movimento no Natal e réveillon. As projeções iniciais indicam ocupação razoável para os dois feriados, mas o cenário está mudando devido às restrições impostas pelo Governo do Paraná e prefeitura.

Pesquisa feita pelo Sindhotéis aponta ocupação de 42,2% no Natal e de 54,3% na virada do ano – índices bem abaixo da previsão para o mesmo período do ano passado, de 66% e 86,3% respectivamente. Contudo soa como um alívio diante baixíssimo fluxo de março para cá (em abril e maio, os estabelecimentos chegaram a fechar por conta de decreto municipal).

Para o presidente do Sindhotéis, Neuso Rafagnin, todos os esforços e investimentos das empresas para tornar os meios de hospedagem e gastronômicos ambientes seguros (seguindo os protocolos sanitários determinados pelos governos municipal e estadual) podem cair por terra em consequência das medidas restritivas impostas pelo poder público.

Presidente do Sindhotéis, Neuso Rafagnin (Foto: Divulgação)

“A nova onda de prejuízos veio com tudo. Estamos registrando cancelamentos de reservas para o Natal e réveillon. Caso as atuais restrições sejam prorrogadas até o fim do ano, mais empresas fecharão as portas em definitivo e teremos mais desemprego na cidade”, alerta o presidente do Sindhotéis.

Incertezas

“Lamentavelmente enfrentamos muitas incertezas. Os prejuízos já são astronômicos, e o governo anuncia toque de recolher e proibição de eventos. Somado a isso temos os decretos municipais que também são restritivos. Tiveram nove meses para buscar alternativas, e até agora nada. Precisamos comprar os alimentos para o fim de ano, porém estamos cercados de dúvidas”, critica o dirigente.

Neuso Rafagnin condena a medida tomada pelo Governo do Estado, no último dia 3, quando emitiu o Decreto 6.294/2020, que estabeleceu, entre outras regras, a proibição de confraternizações e eventos presenciais que causem aglomerações com grupos de mais de dez pessoas. O documento é válido por 15 dias, prorrogáveis ou não.

Segundo ele, a entidade tem buscado diálogo com o governo estadual e municipal para encontrar uma solução a fim de garantir o pleno funcionamento da hotelaria e gastronomia em dezembro. “A nossa parte estamos fazendo com respeito aos protocolos sanitários. A situação é desesperadora. Só queremos trabalhar”, conclui.

Pesquisa

Conforme a pesquisa do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Foz e Região, as reservas até o momento foram feitas 100% por hóspedes brasileiros. A amostragem revela ainda ocupação maior nos hotéis de quatro e cinco estrelas. A designação de estrelas é figurativa e representa uma similaridade com o padrão do Ministério do Turismo.

O levantamento foi realizado no começo de dezembro, com base no movimento projetado em 28 estabelecimentos. A cidade possui cerca de 180 meios de hospedagem e aproximadamente 30 mil leitos, em hotéis, pousadas, albergues e hostels, além de em torno de 200 estabelecimentos gastronômicos de interesse turístico.

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