Quem acompanhou a votação do projeto de reforma administrativa do Governo Federal, na terça-feira (22), ficou sem entender o posicionamento do deputado federal do Paraná Ricardo Barros (PP). Isso por que, seu posicionamento na hora de votar a devolução do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, do qual o paranaense Sérgio Moro é titular, Ricardo Barros votou contrário.
“Nosso deputado agiu como um verdadeiro ‘leitão vesgo’, mostrou que tem duas faces”, cravou ao blog um atento observador da cena política. Ele se referia a votação com a postura de Ricardo Barros no início do ano, quando Moro enviou o projeto anticrime para o Congresso Nacional e enfrentou críticas pesadas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
“Me propus a ajudar Moro a aprovar seu pacote anticrime na Câmara”, contou Barros em sua página no Facebook, se posicionando ao lado do ex-juiz paranaense. Segundo Barros, o encontro aconteceu dia 26 de fevereiro no Ministério da Justiça. O deputado aproveitou o momento para enaltecer sua atuação como “líder, vice-líder de todos os governos desde 1995, quando cheguei na Câmara”.
“O morde e assopra com Sérgio Moro deve ser a síntese da trajetória de Ricardo Barros no Governo Bolsonaro, onde está encostado e sem prestígio”, disparou o observador da cena política. Que completa; “Ele joga com a chantagens do Centrão para obter atenção e forças para sobreviver a um congresso que está tornando ainda mais difícil para o prestígio do País perante os investidores externos e um rumo sem precedentes para os empresários, industriais, prestadores de serviços e trabalhadores”.
O Coaf, criado pela Lei 9.613 de 1998, tem a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, entre outros. Além de Ricardo Barros, votaram contra Moro mais cinco deputados do Paraná – Enio Verri, Gleisi Hoffman e Zeca Dirceu (PT) e Hermes Parcianello e Sérgio Souza (MDB).
Em Tempo: Quem apelidou Ricardo Barros de ‘Leitão Vesgo’ foi o ex-deputado André Vargas pois o mesmo, segundo ele, mamava uma teta enquanto olhava a do lado.