Todas as unidades básicas de saúde disponibilizam as doses para o público prioritário; cobertura entre crianças de seis meses a cinco anos é de apenas 7%
A baixa cobertura vacinal contra a Influenza (gripe) entre os grupos prioritários têm preocupado a Secretaria Municipal de Saúde, que faz um alerta sobre a importância da proteção para reduzir complicações, internações e óbitos decorrentes da doença.
“A vacinação é extremamente importante para evitar o agravo da doença, especialmente com a chegada de dias mais frios. A queda nas temperaturas cria um ambiente propício para doenças respiratórias” afirma a secretária da saúde, Rose Meri da Rosa.
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Desde o dia 28 de março as doses estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), porém os números seguem abaixo do esperado, principalmente entre as crianças de seis meses a cinco anos de idade.
Das mais de 21 mil crianças que integram o grupo, apenas 7% foi vacinada (1.525). Entre os idosos, a cobertura é de 26%, mas também é considerada baixa, tendo em vista que público corresponde a 37 mil pessoas, e até agora somente 9,7 mil foram vacinadas.
A cobertura também é baixa entre trabalhadores da saúde (12%), gestantes (18%), puérperas (9%), professores (12%), pessoas com comorbidades (13%), pessoas com deficiência (1%) e funcionários do sistema prisional (8%). Outros grupos, como trabalhadores do transporte coletivo, caminhoneiros, forças de segurança e salvamento e forças armadas ainda não apresentam percentual de vacinação. Ao todo, 15.065 doses foram aplicadas até a ultima sexta-feira (28), conforme dados do Programa Municipal de Imunização (PMI), da Vigilância em Saúde.
Preocupação
Para a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Adriana Izuka, a baixa cobertura vacinal pode estar associada às fake news sobre a segurança das vacinas. “Sempre tivemos uma boa cobertura vacinal entre os idosos, mas desde o ano passado estamos sentindo essa queda. Infelizmente as notícias falsas que circulam em grupos de conversa têm afetado a campanha”, afirmou.
Ela explica que a vacina contra a gripe muda a cada ano, conforme o tipo de vírus em circulação. Neste ano, em conformidade com a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o imunizante é composto pelos vírus H1N1 (Sydney), H3N2 (Darwin) e a cepa B (Victoria). “Ou seja, a vacina que você tomou em um determinado ano não é capaz de garantir proteção para o ano seguinte, porque pequenas modificações (variações) sempre acontecem”, alerta Izuka.
O imunizante contra a Influenza pode ser aplicado com qualquer vacina do Programa Nacional de Imunizações, inclusive com as da Covid-19.
Brasil
A queda na cobertura vacinal ocorre em todo o país, por isso o Ministério lançou o Movimento Nacional pela Vacinação, com objetivo de retomar as altas coberturas vacinais. Em 2019 e 2020, a cobertura vacinal contra a gripe atingiu 91% e 95%, respectivamente.
Já em 2021, a queda no índice de vacinação refletiu em apenas 72% do público alvo vacinado. No ano passado, a queda foi ainda maior e a cobertura vacinal atingiu apenas 68%. Já o número de mortes pela doença aumentou 78% nos últimos dois anos. Em 2021, 901 pessoas perderam a vida para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pela Influenza e em 2022, o número de mortes registradas foi de 1.612.
(Com informações do Ministério da Saúde)