Empresários do centro comercial fizeram um apelo à opinião pública do Paraguai para poderem “trabalhar tranquilos”
A semana começa com a possibilidade de novas manifestações da população em Ciudad del Este, cidade vizinha de Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. A mobilização do momento é o acordo bilateral entre os governos dos dois países, sobre a compra e venda no setor energético.
Na última semana, houve momento de confronto entre manifestantes e policiais. Os empresários locais fizeram um apelo a opinião pública: “Deixem-nos trabalhar tranquilos”, anota Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.
Na última semana de julho, os taxistas de Ciudad del Este aderiram a mobilização nacional e interditaram o centro comercial, em protesto contra o transporte de pessoas contratado por aplicativos de internet. A Ponte Internacional da Amizade, que une Brasil e Paraguai, permaneceu interditada por aproximadamente duas horas.
Na manhã da última quarta-feira (14), os manifestantes se reuniram em uma rotunda logo no início da Ruta Internacional. De lá, partiram em caminhada pelas ruas centrais até a cabeceira da Ponte da Amizade, paralisando o fluxo de veículos pela região e sobre a via.
Eles atenderam à convocação de greve geral nacional, pelo impeachment do presidente Mario Abdo Benítez e do vice, Hugo Velázques, na condução do acordo pela compra da energia elétrica da Itaipu, firmado em maio. O ato, por decisão das autoridades dos países, acabou anulado.
O ato ficou marcado por momentos de tensão no momento em que a Polícia Nacional foi acionada para escoltar dois caminhões carregados de explosivos. A autorização para a entrada dos veículos no país saiu no momento em que os manifestantes ocupavam a zona primária da aduana paraguaia. As coisas só se acalmaram no início da tarde.
Apelo público
A Câmara de Empresários, Convention & Visitors Bureau, Associação de Hotéis, Associação de Estações de Serviços e a Associação Rural do Paraguai – filial Alto Paraná, divulgaram no final de semana um manifesto conjunto direcionado à opinião pública paraguaia.
“Deixem-nos Trabalhar Tranquilos”, diz o comunicado, frente a possibilidade de novas manifestações.
O temor é que eles percam mais um dia de vendas – além do risco de represálias, o comércio fica vazio, já que a maioria dos brasileiros que visitam Foz do Iguaçu não cruzam a fronteira. No comunicado, as entidades apelam para uma solução definitiva, como a criação de um local “mais adequado” para as manifestações.
“Cidade fantasma”
Eles citam o drama que tem enfrentado em função dos “acontecimentos políticos no Paraguai e em particular em Ciudad del Este” com o fechamento de ruas e “violentas manifestações” como as registradas na última semana.
Eles denunciam que o ato deixou como resultado danos a automóveis e caminhões além, é claro, do fechamento de todo o comércio na região central.
O resultado, segundo eles, a “cidade parecia uma cidade fantasma em plena jornada de trabalho”, diz trecho do manifesto. “Se somarmos todos os casos de bloqueio da Ponte da Amizade, privando milhares de estrangeiros de realizar suas compras, já passamos a um estágio de coisas que vão além de um descontentamento ou um protesto justo”, ressaltam.