Sergio Moro quer defender no Senado o combate a corrupção e reforma tributária

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O ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil) afirmou nesta quarta-feira (24), que se eleito, vai defender no Senado Federal leis mais duras de combate a corrupção e a reforma tributária, “que acabou indo para a gaveta”, disse o candidato, na passagem por Foz do Iguaçu. Moro ganhou destaque nacional à frente da Operação Lava Jato e acabou assumindo o Ministério da Justiça no início do governo Jair Bolsonaro (PL). Ele negou qualquer possibilidade de apoiar a eleição do ex-presidente Lula (PT).

Em visita à redação do GDia, onde foi recebido pelo diretor Darley Carneiro, Moro disse que tem circulado por todas as regiões do Paraná, rotina que começou já na pré-campanha. Em todo local que vá, tem sido “muito bem recebido. A gente tem gerado expectativas positivas”, ressaltou em entrevista exclusiva. A parte bacana, afirmou o ex-juiz, é que em função da política, tem conhecido muitas pessoas diferentes e diferenças interessantes dentro do Paraná.

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“A gente tem ido nas pequenas, médias e grandes cidades. Foz do Iguaçu é a segunda vez que viemos na pré-campanha e na campanha”, disse. Nesta visita, Moro informou que se reuniu com as lideranças dos sindicatos de hotéis, turismo e do transporte. “Eles apresentam as demandas do que entendem como pertinente para região e a gente se coloca à disposição para ajudar”. As informações são de GDia

Moro frisou que não tem condições de ir em todas as cidades do Paraná, só se “tivesse helicóptero”, mas isto infringiria tetos de gastos. “Temos ido em cidades representativas, não só nas maiores, mas em pequenas em cada uma das regiões”, disse. Isto permite a ele fazer um retrato das necessidades e demandas do Estado.

Mapeamento

Nas agendas, ele tem escutado muitas reclamações na área da saúde, o “que é nor mal em decorrência da pandemia”. Também existem demandas da infraestrutura, “tanto para aumentar o desenvolvimento econômico, também a própria comodidade das pessoas”. Isso ocorre, ainda segundo o candidato, por razões diversas.

“Por exemplo, aqui em Foz, um dos pontos principais é o turismo, quem vem para cá muitas vezes são por avião e no entanto existe uma série de dificuldades para as pessoas virem, os preços das passagens são muito elevados e, pelas características do turismo local, tem que ser alterado para fomentar o turismo da região”, afirmou.

Reforma tributária

Apesar de ter as questões regionais, Moro destaca que é preciso ter uma atenção as questões nacionais. “Muita preocupação com a polarização, com a situação geral do país”. Para ele, um senador tem que se envolver nas grandes questões nacionais, em grandes projetos estratégicos. “Por exemplo, a reforma tributária que lamentavelmente este ano foi assassinada no Senado”.

“Claro que tinha pontos de discussão, mas a reforma infelizmente não foi adiante, mas eu quero também ter um olhar local”, ressaltou. Em relação ao combate à corrupção, o ex-juiz sempre viveu uma carreira pública com um “certo dinamismo”. No judiciário, conduziu grandes processos contra traficantes de drogas, como Fernandinho Beira-Mar. o caso Banestado, Lava Jato. “Nunca fui um juiz acomodado”, ressaltou.

Atuação

Como ministro da Justiça, Moro destacou que criou políticas relevantes como a revitalização do banco nacional de DNA, que já permitiu elucidar crimes quase insolúveis e garantiu a redução dos índices de violência. “Em 2019, por exemplo, caiu 22% dos assassinatos em comparação em 2018. Este mesmo dinamismo a gente quer imprimir na atividade do Senado”, avisou.

Hoje, o que se vê no Senado, “claro, respeitamos muito a instituição, mas uma certa sensação de apagão, de não ver, não ouvir falar sobre o Senado, dos nossos senadores”, destacou. O Paraná tem três parlamentares no Senado, Alvaro Dias (que está terminando o mandato), Professor Oriovisto e Flávio Arns, todos do Podemos. Para ele, é preciso que a casa tenha uma atuação mais independente.

Combate à corrupção

“Não quero soar de uma forma equivocada, mas acredito que posso ser esta voz independente, forte no Senado, que vai tratar tanto dos projetos nacionais, mas vai ser uma influência positiva regional para poder atender as demandas locais”. Para ele, o combate à corrupção está enfraquecido no Brasil, especialmente nos últimos anos. “Avançamos muito com a Lava Jato, o Brasil sempre teve uma tradição de impunidade, do roubo não acontece nada”.

“A Lava Jato quebrou isto, foi uma conquista da sociedade brasileira. Infelizmente, a gente sofreu um revés nos últimos anos”. Para ilustrar este revés, Moro citou o caso do ex-presidente Lula, “que foi condenado pela operação e foi depois beneficiado por um erro judiciário. Isto manda uma mensagem errada para população que o crime compensa, contra isto também me insurjo”.

Para o Senado, o candidato tem cinco linhas temáticas de propostas: geração de emprego, renda, saúde, educação e segurança pública. “Mas também combate a corrupção, e ali nós temos propostas muito concretas como por exemplo fim do foro privilegiado, que acho um absurdo termos isto aqui no Brasil”.

Moro concluiu pedindo um “voto de confiança da população” e que quer ser uma voz forte e independente do Paraná no Senado Federal. “Nosso estado tem a quarta ou quinta economia do país, mas não tem a mesma força política que estados menores, o que reflete uma falta de presença mais viva dos nossos representantes. Então, me disponho em fazer uma diferença e imprimir o mesmo dinamismo que tive como Juiz e como ministro da Justiça”, concluiu.

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