Servidores estaduais fecham acesso à Ponte da Amizade para cobrar reposição salarial

WhatsApp
Facebook
O trânsito à Ponte da Amizade foi completamente interrompido uma hora

O “Dia do Basta!” uniu diversas categorias que denunciam perdas de 25% da remuneração com o congelamento mantido pelo Governo do Paraná

Servidores estaduais fecharam o acesso à Ponte Internacional da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai, nesta segunda-feira, 27, para cobrar do Governo do Paraná o pagamento da reposição salarial, congelada há quase seis anos. O ato, denominado “Dia do Basta!”, reuniu em Foz do Iguaçu 1,5 mil funcionários públicos vindos de todo o estado.

Durante a manifestação, o trânsito à Ponte da Amizade foi completamente interrompido por uma hora, e houve caminhada pela rodovia que conduz à via de ligação internacional. Representantes dos trabalhadores do serviço público paranaense revezaram-se no carro de som que permaneceu na área próxima da aduana brasileira na fronteira.

A manifestação foi organizada pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES) e pela União das Forças de Segurança (UFS). As entidades denunciam que a defasagem das remunerações já atingiu 25,44%, pelo calote na reposição do índice da inflação anual previsto em lei, o que corrói o equivalente a quatro salários por ano de cada servidor do Paraná.

Caso o governo de Ratinho Junior (PSD) não abra negociação sobre a pauta, não estão descartadas outras paralisações. Participaram do protesto na Ponte da Amizade profissionais da saúde, policiais civis, penais e militares, educadores, técnicos de instituições do ensino superior e trabalhadores de outros segmentos.

Profissionais do setor público vieram de várias cidades do estado

“Paramos toda a Ponte da Amizade em defesa do nosso salário, da reposição da inflação, não é reajuste”, enfatizou a coordenadora do FES, a professora Marlei Fernandes. “O governo não pode mais ignorar que há uma desfasagem salarial e que estamos no limite. Hoje é o dia do basta: basta de calote, basta da falta de respeito de Ratinho Junior com os servidores”, completou.

No ato público unificado, os servidores destacaram que o custo de vida não para de subir. Mencionaram os aumentos no preço dos alimentos, gás, água, energia elétrica e combustíveis, afirmando que parte dos servidores está com dificuldades de garantir o sustento familiar. Segundo dados oficiais, a inflação dos últimos 12 meses já superou 10%.

Integrante da coordenação da União das Forças de Segurança (UFS), Kamil Salmen denunciou a falta de diálogo por parte da administração estadual. “Está na hora do governador começar a levar a sério e respeitar o funcionalismo do Paraná, e parar de virar as costas. Nós não somos seus inimigos. O que queremos é sentar à mesa de negociação sobre a nossa pauta, o pagamento da reposição”, sublinhou o policial.

Nas falas públicas realizadas durante o ato, os servidores lembraram que os segmentos essenciais do funcionalismo nunca deixaram de trabalhar ao longo da pandemia de covid-19. Assim foi com o pessoal da saúde, da educação e da segurança pública, que manteve as atividades enquanto outros setores suspenderam as funções laborais. 

Governo que impor novo calote

O governador Ratinho Junior fez aprovar na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por meio da sua base de sustentação política, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022 sem reposição dos salários. Contraditoriamente, a normativa elevou de R$ 12 bilhões para R$ 17 bilhões as isenções fiscais destinadas a grandes empresários.

“Por isso, seguiremos mobilizados e unidos por nosso direito à reposição salarial, que não é favor de Ratinho Junior e de nenhum governante, mas um direito, uma obrigação que está na lei”, ponderou Madalena Ames, da organização local do protesto. “Precisamos impedir a pretensão do governo de mais um calote”, finalizou. 

Fotos: Marcos Labanca

Mais notícias

.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *