Largo da Ordem é um dos principais polos gastronômicos de Curitiba (Foto: SMCS)
O setor de entretenimento, que reúne gastronomia, lazer e turismo, entrou literalmente em colapso em Curitiba. O segmento já demitiu 3,2 mil colaboradores e pode chegar a oito mil demissões até o dia 6 (segunda-feira), segundo cálculos da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar).
As demissões em massa, que começaram há aproximadamente 15 dias, estão em destaque na mídia estadual e nacional nesta sexta-feira (03) e são decorrentes do isolamento social, necessário por conta da pandemia do coronavírus, mas que já traz efeitos significativos para a economia do Paraná.
O número, porém, pode chegar a 8 mil até o próximo dia 6, uma vez que não há data para que aglomerações de pessoas voltem a ser permitidas, informa o site da rádio Banda B. Em Curitiba, casas noturnas foram fechadas por determinação da prefeitura, lembra Fábio Aguayo, presidente da Abrabar.
Empresas fechando
O setor entrou em colapso e empresas já estão sendo fechadas, ressalta a Abrabar. “O mais dramático é que está chegando o dia de pagamento dos funcionários e muitos não têm como pagar. Vamos ter que renegociar com o sindicato dos trabalhadores para que ninguém fique na mão”, afirmou Aguayo (foto abaixo).
“Como nosso dever é priorizar o pagamento dos salários do mês, vamos fazer empréstimo bancário, linha de crédito, e ter que segurar de alguma maneira, para honrar com o pagamento”, analisou.
Atualmente, segundo a associação, o setor tem 12 mil estabelecimentos com 37 atividades econômicas, que representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) de Curitiba e 6% do estado, informa o G1, portal de notícias do Grupo Globo.
Demissões
Na última quarta-feira (1°), a rede de restaurantes Madero demitiu mais de 600 funcionários. Segundo o empresário Junior Durski, as demissões se concentraram em equipes voltadas aos projetos de expansão da rede, que previa abrir mais 65 unidades ainda em 2020.
Em Curitiba, decreto assinado pelo prefeito Rafael Greca em 19 de março proíbe a abertura de vários serviços relacionados ao setor, como casas noturnas, espetáculos, boates, cinemas, teatros e tabacarias. O objetivo da administração municipal é evitar a aglomeração de pessoas.
Os empresários já estão tendo que tomar medidas para arcar também com contas e impostos. “Muitos já deixaram de pagar impostos e taxas, enquanto dívidas com fornecedores estamos tentando postergar lá para frente. A luz, estamos negociando com a Copel, a Sanepar ainda não se posicionou e a Compagás não vai cortar o fornecimento, até para que possamos manter pelo menos parte da atividade”, explica.
Diante das possíveis 8 mil demissões até o dia 6, a Abrabar já abriu negociação com o sindicato para poder fazer o parcelamento das rescisões. “Demorou para chegar o socorro de manutenção de empregos e alguns empresários acham melhor demitir que criar uma bola de neve lá para frente”, pontua.
Proposta de reabertura
A Abrabar disse que vai propor ao Governo do Paraná e à Prefeitura de Curitiba que as atividades do setor sejam retomadas gradualmente a partir de 10 de abril.
Segundo a associação, o ofício que será enviado ao governo propõe a redução da capacidade de atendimento, seguindo recomendações para evitar o contágio da Covid-19.