Setor de eventos diz que 840 mil empregos no Paraná estão ameaçados e pede apoio para reabertura

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(Foto: Divulgação/Felipe Gonçalves/Seven)

Até outubro deste ano, cerca de 840 mil trabalhadores poderão perder seus empregos. Um dos segmentos mais afetados pelo isolamento social, a indústria do entretenimento e eventos é responsável por 4,32% do Produto Interno Bruto no país e possui ligações com diversos ramos da cadeia produtiva. As informações são do Bem Paraná.

Esses foram alguns dos argumentos apresentados ao governador Ratinho Junior (PSD) por representantes do setor de eventos e recreação, ocorrida nesta quarta-feira, 19 de agosto, em carta entregue a Ratinho Junior

Segundo o presidente da Associção Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo, que esteve presente à reunião, o setor solicitou esclarecimentos e sugeriu planos de ação para a retomada do setor de eventos no Paraná. “Observando a flexibilização das medidas de isolamento social de forma responsável, sempre acompanhando as determinações de avaliação de riscos dos governos, primando por um protocolo seguro, mas viabilizando nosso direito e necessidade do exercício de nossa atividade enquanto empresários, e do trabalho de cada colaborador”, diz o texto de uma carta entregue ao governador. 

Aguayo afirmou ainda que o documento também será entregue aos prefeitos das principais cidades do Paraná. A ideia é levar a inspiração de outras grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e do Nordeste, onde alguns eventos já foram retomados. O representante cita a cidade de Foz do Iguaçu, onde eventos com até 50 pessoas estão autorizados a partir desta quinta-feira, 20 de agosto. “Nós precisamos ter coragem porque se a gente não fizer isso agora, iremos acabar com um setor muito importante na geração de dividendos para o Estado, não apenas na geração de emprego como também impostos”, afirma Aguayo.

“Entendemos a impossibilidade nesse momento da retomada de forma integral, mas precisamos urgente da sua viabilidade parcial e bem como um plano a ser seguido com o aval das autoridades. Temos que ter um norte, uma base e o amparo governamental”, ressalta Mac Lovio Solek, vice-Presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) na região Sul, que assina o documento entregue ao governo do Parana.

A carta encaminhada ao governo do Paraná conta com o apoio da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – ABRAPE, unidos a CNTUR – Confederação Nacional do Turismo , o SINDIPROM – Sindicato das Empresas de Promoção e Eventos, o SINDIABRABAR – Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba, a ABRABAR – Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas, e também as diversas Empresas de Formatura do Estado.

O setor agrega o entretenimento em geral, espetáculos, musicais, peças teatrais, formaturas, festas comemorativas, cinemas, feiras e exposições, congressos, enfim, todas as manifestações culturais e sociais. “Avalio que, por sua natureza, são atividades que sofreram estrondoso e irreparável impacto econômico com a restrição de circulação e aglomeração de pessoas. Por isso, há uma mobilização nacional, em frentes regionais, e que propõe uma parceria com o poder público, para permitir que a indústria do entretenimento supere a crise adotando protocolos seguros e viáveis para a retomada”, diz a carta.

A respeito de soluções encontradas por outros segmentos, Solek ressalta que ‘a nova realidade’ do entretenimento não poderá ser toda feita e planejada remotamente, por meio de soluções on-line. “A atividade à distância poderá complementar, mas não substituirá o evento presencial. Isso quebraria todo o setor”, argumenta. Por isso, Solek defende que nem todos os eventos da indústria do entretenimento precisam ser deixados para a última fase da abertura, como, por exemplo, eventos e apresentações em formato drive-in, que já vem acontecendo.

Solek ainda defende que sejam retomadas as atividades nos teatros, casas de shows, cinemas e eventos sociais e culturais, desde que com medidas que sejam responsáveis e funcionando com capacidades reduzidas. “Isso pode acontecer. Precisamos do apoio do governo nisso e de forma urgente”, reitera. “Precisamos da criação de decretos e leis contemplativas e favoráveis a nossa atividade, incentivos de créditos e melhorias tributárias para o setor, desburocratização, e de forma geral estímulos que nos ampare e fortaleça para a retomada das atividades”, afirma.

Na carta, Solek finaliza ressantando que o setor entende que retomar as atividades não é ‘virar uma chave’ para que tudo volte a ser como era antes. ” Mas já demorou muito para sermos enxergados como um setor importante ao país, aos estados e as cidades, e planejar a nossa volta, primando por responsabilidade sanitária, social, técnica mas também econômica.”

Por: Bem Paraná

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