Foz do Iguaçu sedia simpósio latino-americano com lançamento do Livro da Fauna Ameaçada, nova RPPN e “créditos verdes”

Anúncios serão feitos na abertura do Simpósio Latino-Americano de Biodiversidade e Mudanças Climáticas, nesta terça (3), em Foz do Iguaçu

Governo do Estado vai lançar o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção do Estado do Paraná durante o Simpósio Latino-Americano de Biodiversidade e Mudanças Climáticas Foto: IAT
Governo do Estado vai lançar o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção do Estado do Paraná durante o Simpósio Latino-Americano de Biodiversidade e Mudanças Climáticas Foto: IAT

Durante o Simpósio Latino-Americano de Biodiversidade e Mudanças Climáticas, que ocorre em Foz do Iguaçu entre terça (03) e quinta-feira (05) dessa semana, o Governo do Estado anuncia uma série de novidades para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado na quinta.

Entre os destaques está o lançamento do Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção do Estado do Paraná, documento físico e digital com informações atualizadas sobre a conservação de espécies da fauna paranaense.

O catálogo reúne dados de 339 espécies de 15 táxons, com a inclusão de oito novos grupos de invertebrados como moluscos e besouros, e servirá para ajudar a pautar políticas públicas de proteção à fauna no Estado.

Além disso, serão confirmados a abertura dos editais do sistema de créditos de biodiversidade do Governo e a homologação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Samuel Klabin, em Imbaú, nos Campos Gerais. “São anúncios importantes, com forte impacto no meio ambiente do Paraná”, diz o diretor de Políticas Ambientais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Rafael Andreguetto.

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Produzido pela Sedest, Instituto Água e Terra (IAT) e Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, o novo catálogo é o resultado de um processo de pesquisa extenso, que culminou na publicação do Decreto 6.040 em junho de 2024. A norma, com dados do estado de conservação de mais de 5 mil espécies do Estado, foi usada como base para a produção do livro, que destaca apenas as espécies em risco de extinção. Ao todo, o trabalho consolidado possui 116 espécies consideradas criticamente em perigo, 107 em perigo e 116 em estado vulnerável.

“O Livro Vermelho contém uma série de informações técnicas importantes sobre essas espécies, que precisam de uma atenção especial por estarem em risco de extinção. Assim, a ideia do trabalho não é apenas auxiliar a comunidade científica, mas também sensibilizar a população sobre a importância da preservação desses animais”, explica a gerente de Biodiversidade do IAT, Patricia Accioly Calderari da Rosa.

O Paraná é um Estado pioneiro na catalogação de espécies ameaçadas. Em 1995, foi elaborada a Listas de Espécies Ameaçadas Estaduais e do Livro Vermelho da Fauna Constituída, sendo a primeira lista regional do País. Em 2004, também foi o primeiro Estado a executar uma atualização e ampliação da lista.

A partir de então, ocorreram somente revisões pontuais – em 2010, de mamíferos ameaçados de extinção e, em 2018, da lista de aves, completando 222 espécies. Agora, com o novo livro, é a primeira vez em 20 anos em que a lista é atualizada com todos os grupos, com um incremento de 52% no número de espécies em relação à última revisão.

“Esse material é a consolidação de um processo que vem sendo desenvolvido desde 2022, possibilitado pelo trabalho voluntário, e bastante árduo, de um grupo de especialistas e pesquisadores aos quais o Estado é extremamente grato, já que foram eles os responsáveis por levantar os dados e organizar grupos de trabalho e oficinas para conseguirmos fechar a lista”, destaca a gerente.

A iniciativa está inserida na “Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção – GEF Pró-Espécies: Todos contra a extinção”, coordenada pelo governo federal por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A ação é financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que tem como agência executora o WWF-Brasil.

OUTRAS INICIATIVAS

Junto ao Livro Vermelho, o Governo do Paraná promoverá mais dois lançamentos durante o simpósio. Um deles é a abertura dos editais do sistema de créditos de biodiversidade do Governo do Estado. A proposta, desenvolvida em parceria com a Coalizão Life de Negócios e Biodiversidade, organização voltada para conservação do meio ambiente, e com suporte financeiro do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), foi adotada pelo Paraná de forma pioneira entre os governos subnacionais.

Por meio do chamamento, 25 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) do Estado serão selecionadas para participarem do projeto-piloto do sistema. Na iniciativa, empresas e indústrias interessadas em compensar a pressão que causam no meio ambiente podem comprar os créditos decorrentes das RPPNs, que depois serão revertidos em benefícios para as Unidades de Conservação (UCs). A linha aberta pelo BRDE é de R$ 2 milhões.

O outro lançamento será a homologação da RPPN Samuel Klabin. A Unidade de Conservação é composta por um terreno de 168,87 hectares do município de Imbaú, nos Campos Gerais, e foi doado pelo empresário e ambientalista Roberto Klabin para restaurar e preservar a vegetação do local, que antes se encontrava degradada e com a presença de espécies exóticas.

Além de ajudar na proteção da vegetação nativa, o espaço abriga trilhas, um centro de visitantes, e uma torre de observação para promover a educação e conscientização ambiental na reserva.

Ainda durante o simpósio serão destacados outros casos paranaenses de repercussão nacional e internacional. Eles incluem o modelo de gestão da Unidade de Conservação Floresta Estadual Metropolitana, em Piraquara, e projetos como o ICMS Ecológico, o Paraná Mais Verde , o Poliniza Paraná, o Monitora Paraná, o Monitora Litoral e o Plano de Ação Climática da Sedest.

SIMPÓSIO

Organizado pela Sedest, IAT e Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o Simpósio Latino-Americano de Biodiversidade e Clima ocorre entre os dias 3 e 5 de junho e reunirá representantes de governos subnacionais, organizações internacionais, especialistas, pesquisadores e membros da sociedade civil em torno de um objetivo comum: construir soluções concretas e colaborativas para os desafios ambientais da América Latina.

Com uma programação intensa e participativa, o evento abordará temas como mudanças climáticas, economia circular, turismo sustentável, poluição plástica, emergências em biodiversidade e o papel estratégico das parcerias para um futuro mais resiliente.

“Durante o evento iremos discutir de forma conjunta metas e objetivos para os governos nacionais e subnacionais da América Latina, seja para a emergência climática, para a conservação da biodiversidade ou para proteção ambiental. Será um diálogo integrado, estabelecendo ações que levem em conta as características únicas de cada um dos países participantes”, ressalta Andreguetto.

Para mais informações sobre o simpósio acesse este LINK.

@fozdiario


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