Prejudicados pelas medidas dos governos municipal e estadual, os dois setores concentram a maioria das demissões durante a pandemia
A omissão dos governos diante da crise sem procedentes provocada pela pandemia da covid-19 está matando as duas principais atividades econômicas de Foz do Iguaçu. Sem apoio dos governantes, meios de hospedagem e gastronômicos entraram em colapso econômico, sendo obrigados a retomar as demissões em massa de trabalhadores e a fechar as portas em definitivo.
O cenário é desolador. A situação já foi crítica no ano passado, quando o município amargou saldo negativo de 4.501 postos de trabalho considerando todas as atividades, como alojamento e alimentação; transporte, armazenagem e comércio; indústria e construção; agropecuária e informação, e correlatas. Foram 22.833 admissões contra 27.334 demissões no geral.
Do total de 4.501 postos de trabalho fechados em todo o mercado formal, a maioria atingiu em cheio a hospedagem e alimentação. Somente esses dois segmentos totalizaram 2.790 vagas extintas no ano passado (3.392 admissões contra 6.182 demissões). Um retrato nefasto evidenciado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e que deve piorar neste ano.
Apesar de todos os esforços dos dois setores em segurar os colaboradores, utilizando todas as possibilidades de redução de jornada e suspensão temporária de contrato, a nova onda já é uma triste realidade em virtude dos consecutivos lockdowns, toques de recolher e restrições de funcionamento impostos pela Prefeitura de Foz e Governo do Paraná.
Negligência – Diante dos ataques aos meios de hospedagem e gastronômicos da cidade, o Sindhotéis (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares) tem feito inúmeros pedidos ao prefeito Chico Brasileiro e ao governador Carlos Massa Ratinho Junior (ambos do PSD), entretanto os requerimentos são ignorados ou atendidos de forma parcial (o que é insuficiente para as empresas).
O presidente do Sindhotéis, Neuso Rafagnin, ressalta que Chico Brasileiro e Ratinho Junior vêm ignorando os apelos que poderiam ajudar a reduzir a crise financeira e, por consequência, diminuir as demissões e falências. “Reconhecemos as ações para conter a pandemia, porém exigimos contrapartidas para a principal indústria de Foz. Estamos quebrados, endividados e sem perspectivas”, afirmou.
Rafagnin lembra que a hospedagem e a gastronomia, além de maiores geradoras de empregos, são os principais pagadores de impostos no município, bem como consumidores de água e luz. Mesmo assim, prefeito e governador ignoram vários pedidos feitos nos últimos meses para flexibilizar impostos municipais e estaduais, bem como o custo de serviços públicos.
Desemprego em Foz atinge hospedagem e alimentação
- 4.501 empregos perdidos considerando TODAS AS ATIVIDADES ECONÔMICAS (22.833 admissões contra 27.334 demissões).
- 2.790 empregos perdidos SOMENTE NA HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO (3.392 admissões contra 6.182 demissões).
Fonte: Caged em 2020
Com setor “quebrado”, Sindhotéis reforça requerimento de flexibilização de impostos
Diante do abismo para o qual hospedagem e gastronomia foram empurradas, o Sindhotéis reforça o pedido feito à Prefeitura de Foz, inicialmente pelo Comtur (Conselho Municipal de Turismo), em 25 de janeiro, e mais recentemente pela entidade sindical, em 12 de março.
- Fim dos lockdowns e toques de recolher na semana e aos sábados e domingos.
- Ampliação do horário de atendimento para ao menos até as 23 horas.
- Redução da alíquota do ISS para 3%, a exemplo do ocorrido em 2015.
- Isenção da Taxa de Verificação de Funcionamento Regular (TVFR).
- IPTU – Prorrogação dos prazos e vencimentos e aplicação do desconto concedido para pagamento à vista também para os parcelados (não é renúncia fiscal) e manutenção de bonificações.
- Isenção da taxa de publicidade.
- Refis Municipal 2021 (refinanciamento da dívida fiscal) amplo.