Sorteadas 35 pessoas para júri de bolsonarista que matou tesoureiro do PT de Foz; 7 farão julgamento

Foram sorteados 37 suplentes em caso de vacância de jurados; Veja o que dizem as defesas da vítima Marcelo Arruda e do atirador Jorge Guaranho
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Policial penal é réu por homicídio duplamente qualificado do guarda municipal Marcelo Arruda (Foto: Arquivo/Facebook)

A Justiça sorteou na sexta-feira (15) as 35 pessoas que poderão compor júri do ex-agente penal federal Jorge Guaranho, programado para o próximo dia 4 de abril (quinta-feira). Ele é réu por homicídios do Guarda Municipal de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, no local o mesmo comemorava com amigos e familiares a chegada dos 50 anos de idade.

De acordo com denúncia do Ministério Público (MPPR), o crime teve motivação política – Guaranho é militante bolsonarista e ficou incomodado com o tema da festa da vítima, em homenagem ao presidente Lula e ao PT.

Na mesma solenidade, a Justiça sorteou 37 suplentes de jurados, em caso de vacância. Dos 35 sorteados, 7 serão selecionados na data do júri, para compor o Conselho de Sentença.

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A data do julgamento, 4 de abril, foi definida no final do ano passado, após um adiamento a pedido da defesa de Jorge Guaranho, que será julgado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum. O réu permanece preso no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Após a composição do Conselho de Sentença, segundo o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), tanto defesa como promotoria poderão dispensar até três jurados sorteados sem qualquer justificativa.

Os sorteados, definidos de forma virtual a partir da 1ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, também poderão ser convocados para outros plenários do mês de abril, informa o órgão.

O número de pessoas sorteadas é para assegurar que, após eventuais dispensas previstas em lei ou outras situações, obtenha-se o número estabelecido pelo Código de Processo Penal para a realização do julgamento.

Ainda de acordo com o TJ-PR, o serviço de júri é obrigatório, mas os sorteados podem alegar justo impedimento.

Noite do crime

O crime que tirou a vida de Marcelo Arruda ocorreu na noite do dia 10 de julho de 2022.

O então agente penal Jorge José da Rocha Guaranho estava com a esposa e o filho recém-nascido em um churrasco na região da Vila A, em Foz do Iguaçu, quando ficou sabendo por um amigo, da festa com tema em homenagem a Lula e ao PT, que estava ocorrendo em um quiosque da associação da qual era associado.

Sem conhecer o aniversariante Guaranho foi até, onde chegou tocando em alto volume jingles e campanha e gritando o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual é militante. Conforme as investigações, o atirador e Marcelo Arruda discutiram e, aproximadamente 10 minutos depois voltou ao local armado e disparou contra a vítima, que revidou usando a arma que carregava por ser guarda municipal.

Ambos foram socorridos, porém Marcelo Arruda não resistiu. Jorge Guaranho ficou um mês internado em Foz do Iguaçu até ser transferido para Complexo Médico-Penal de Pinhais. A vítima deixou quatro filhos. Na época do crime, um deles tinha pouco mais de 40 dias.

Tolerância

Em nota à imprensa, a defesa de Marcelo Arruda diz que espera que “seja feita justiça a família e a memória do Marcelo Arruda. A vida não será reestabelecida mas ficará a lição de que a violência política não deve ter lugar em nossos dias.

Todos devem ter o direito de defender sua fé e as bandeiras sociais que entende justas. Nossa sociedade quer tolerância, não a violência. Quer paz!!!”, afirmam os advogados.

Sem politização

Já os advogados Cláudio Dalledone e Renan Pacheco Canto, que representam Guaranho, dizem que não tem a intenção de solicitar o desaforamento do julgamento.

Jorge Guaranho entrou atirando onde o dirigente petista comemorava aniversário (Fotos: Arquivo pessoal e câmera de monitoramento)

“Pelo contrário, estamos comprometidos em apresentar nossa estratégia de defesa e demonstrar, no dia do julgamento, a necessidade de afastar qualquer politização que possa envolver o caso. Reiteramos nosso compromisso com a busca pela verdade e pela justiça, respeitando sempre os princípios éticos e legais que regem o nosso sistema judiciário”, concluíram.

Com informações do GDia

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