Tampa em copo aumenta deveres de casas noturnas e não elimina chance de contaminação, afirma Abrabar

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Foto: Arquivo/Boca Maldita

Entidade diz que atitude das parlamentares da Assembleia Legislativa é louvável, mas não garantia de segurança as mulheres e sugere o ingresso de copos levados pelos clientes

A Assembleia Legislativa discute esta semana um projeto de lei que obriga as casas noturnas do Paraná a disponibilizar tampas ou proteções de copos aos consumidores, com a intenção de evitar a utilização delituosa de drogas, como o “Boa Noite Cinderela”, para prática de abusos e outros crimes, especialmente contra mulheres. A iniciativa vai aumentar a longa lista de deveres a um setor que já é pesadamente regulado e ainda sente reflexos das restrições impostas durante a pandemia da covid, afirma a Associação Brasileira de Casas Noturnas (Abrabar).

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“Entendemos o debate e a discussão deste tema, mas vemos alguns problemas”, ressaltou Fábio Aguayo, presidente da Abrabar. A proposta, das deputadas Maria Victoria (PP), Mabel Canto (PSDB) e Cristina Silvestri (PSDB), é louvável, “mas implica em mais um de uma longa lista de deveres a um setor que já é pesadamente regulado, sem eliminar as chances da prática delituosa em questão.

“Primeiro, o fato do copo ter tampa e canudo não inibe completamente a possibilidade de sofrer contaminação. Se o copo ficar desatendido, ainda que por pouco tempo, poderá haver contaminação, mesmo com tampa e canudo”, ressaltou. Em segundo lugar, a Abrabar lembra que os canudos são, hoje, itens restritos a papelão, uma vez que não podem mais ser de plástico. “De modo que logo se desfazem e podem ser descartados pelo consumidor. O mesmo problema teria uma tampa feita de papel, não resistiria a um tempo médio de consumo de 20 a 40 minutos”, ressalta.

Atenção e conscientização

O importante, de acordo com o presidente da Abrabar, seria as pessoas se conscientizarem e estarem sempre atentas, em grupos de amigos e sob um forte monitoramento de câmeras, com um segurança acompanhando as movimentações suspeitas dentro dos estabelecimentos. “Estes procedimentos seriam mais eficazes na prevenção de crimes com uso de drogas, importunação sexual, roubos de joias, celulares e bolsas nos estabelecimentos”, afirmou.

Para contribuir nesta discussão, a Abrabar acredita em uma iniciativa que pode ser apoiada, que é os estabelecimentos permitam que o consumidor traga de casa o modelo de copo que quiser usar na balada, onde seria despejada a bebida. “Um copo modelo stanley com tampa, por exemplo. Mas, ainda assim, a pessoa tem que ficar vigilante em relação a pessoas mal intencionadas”, completou. Só a lei não basta, é preciso discutir estes temas com as entidades, empregados e sociedade, defende Aguayo.

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