“Queremos entregar pelo menos mais dois conjuntos de moradias, a revitalização da Avenida JK , a duplicação da Avenida João Paulo II, o centro de memória popular, escolas.”
O prefeito Chico Brasileiro (PSD) considera que ainda é muito cedo para se discutir as eleições municipais de 2024, quando entrega o governo municipal em 31 de dezembro de 2024. “Temos muito trabalho pela frente em todas as áreas, temos muitas entregas pela frente e não só as grandes obras de infraestrutura e o asfalto nos bairros”, disse nesta entrevista ao GDia
Chico Brasileiro espera em breve assinar um convênio com o Governo do Estado, numa parceria entre Estado, Itaipu e prefeitura, para diminuir consideravelmente a demanda reprimida de exames especializados e cirurgias eletivas na saúde. “Será um convênio de grande impacto na saúde pública de Foz do Iguaçu”.
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O novo perfil de atuação da Itaipu Binacional, segundo Brasileiro, é muito positivo, não só para Foz do Iguaçu como para as outras 398 prefeituras do Paraná. ” Continuaremos parceiros em novas obras e em projetos com este perfil, de atender a população mais pobre, em situação de vulnerabilidade, investindo na educação e no meio ambiente, o nosso principal ativo”.
“Foz do Iguaçu é o destino do mundo e isso, além do turismo, nossa principal matriz econômica. A logística das mercadorias exportadas e importadas no Mercosul é o setor que mais cresce e tem um movimento fantástico”, avalia sobre o futuro de Foz do Iguaçu.
Leia a seguir a íntegra da entrevista
Em 16 meses para passar as chaves da cidade ao próximo prefeito, ainda tem muito o que fazer?
E como tem. Temos muito trabalho pela frente em todas as áreas, temos muitas entregas pela frente e não só as grandes obras de infraestrutura e o asfalto nos bairros. Nas últimas semanas, entregamos cmeis, unidades básicas de saúde, centros de lazer e esporte e queremos entregar pelo menos mais dois conjuntos de moradias, a revitalização da Avenida JK , a duplicação da Avenida João Paulo II, o centro de memória popular, escolas, entre outros equipamentos públicos. Foz não para e não vai parar.
O atendimento na saúde é ainda apontado como principal gargalo, como resolver as demandas como as filas de exames e cirurgias?
Em breve, muito breve, vamos anunciar medidas que vão diminuir em grande parte essa demanda reprimida por exames e cirurgias. Será um grande convênio entre o Município e o governo do Estado em parceria com a Itaipu Binacional. E de grande impacto no atendimento na saúde pública de Foz do Iguaçu.
Esse convênio passa pela federalização do Hospital Municipal Padre Germano Lauck?
A situação do hospital municipal é de conhecimento de todos. É o único na região a atender integralmente pelo SUS, uma população perto de um milhão de pessoas. Desde sempre, procuramos uma gestão sustentável junto ao Governo do Estado e a União e o município tem uma despesa mensal que varia entre R$ 12 milhões e R$ 15 milhões. São recursos que poderiam ser investidos em outras e, inclusive, para prestar melhor atendimento na saúde. As opções para federalizá-lo, hospital-escola ou regional fazem parte de um entendimento que vamos encontrar para chegar numa gestão, como já disse, sustentável
Por que a saúde se tornou o maior gargalo dos municípios?
Uma saúde pública de qualidade requer estrutura, equipamentos e recursos humanos, o que demanda de cada vez mais recursos financeiros. O estilo de vida, a vida sedentária, o estresse, o consumo de alimentos nem sempre saudáveis são as principais causas das doenças, das enfermidades, hoje em dia. Por outro lado, a vida urbana traz problemas agravados pela poluição, desastres naturais, epidemias a até pandemias – como aconteceu com a covid. Hoje, enfrentamos as sequelas provocadas pela covid. Esse conjunto de fatores levam a uma procura massiva pela saúde pública.
Falando em covid, o enfrentamento da doença em Foz foi um exemplo ao país…
Isso graças ao esforço de muita gente, em especial dos profissionais de saúde, estudantes, servidores públicos e da população que entendeu a gravidade da doença. Foz foi a primeira cidade a tomar medidas de contenção e de tratamento da doença, foi a primeira cidade da fronteira a vacinar mais que 90% da população e também foi a primeira cidade turística a retomar suas atividades econômicas em todos os setores. Tudo isso é um grande aprendizado para todos, gestores, servidores, setor produtivo e toda a população.
Por que o transporte urbano só é tema em época eleitoral?
Não é o caso de Foz do Iguaçu. Aqui avançamos com o passe livre aos estudantes e gratuidade aos idosos com mais de 60 anos. O sistema de transporte público, de forma geral, se tornou um grande problema nas cidades. A perda no número de usuários se intensificou com a pandemia. A tarifa zero conforme está sendo proposta (contribuição empresarial no lugar do vale transporte) é uma boa alternativa encontrada para financiar o sistema sem onerar mais as prefeituras. Acredito que este será o caminho da maioria das cidades e considero muito importante, a tarifa zero entrar na pauta das eleições municipais.
Como avalia o novo perfil de atuação da Itaipu Binacional?
De forma muito positiva. A Itaipu sempre foi e será uma grande parceira do Município e da prefeitura. As grandes obras de infraestrutura são necessárias e vão trazer nova configuração urbana da cidade e atrair mais investimentos. Agora esse novo foco social e a capacidade de atender mais municípios é mais do que interessante. Continuaremos parceiros em novas obras e em projetos com este perfil, para atender a população mais pobre, em situação de vulnerabilidade, investindo na educação e no meio ambiente, o nosso principal ativo.
A prefeitura vai lançar mais uma edição do Orçamento Participativo?
Estamos trabalhando nisso. A pandemia atropelou o programa. Agora, traz uma ótima satisfação que projetos e programas municipais de Foz do Iguaçu se tornarem referência para outras cidades brasileiras. Não só o orçamento participativo, como também da coleta seletiva e os projetos do Destrava Foz. O Orçamento Participativo hoje é utilizado, de forma ou outra, pelo governo do Estado no encaminhamento do Plano Plurianual e no orçamento da União para 2024.
Num contexto mais amplo, quais as atividades e o perfil econômico de Foz do Iguaçu para a próxima década?
Foz do Iguaçu é o destino do mundo e isso, além do turismo, nossa principal matriz econômica. A logística das mercadorias exportadas e importadas no Mercosul é o setor que mais cresce e tem um movimento fantástico, no ano passado foram US$ 5 bilhões. O setor de serviços se expande em todas as regiões da cidade. Hoje, encontramos empresas de porte em todas as áreas nos bairros de Foz. A cidade também está tendo uma grande expansão imobiliária e de empreendimentos, o que vai mudar o perfil das regiões. Foz já é um centro turístico de ponta, caminha célere para ser um centro comercial e de logística do Mercosul.
Qual sua opinião sobre a lista de 70 projetos prioritários levantados pelo Codefoz?
Sou presidente de honra do Codefoz e esta lista de projetos traz este novo entendimento que Foz do Iguaçu tem que ficar atenta a todas as áreas de atuação não só do poder público como de toda a sociedade. Os projetos definidos em sete eixos vão além das obras de infraestrutura como também elenca projetos sociais como a urbanização do Bubas, qualificação, cultura, educação e meio ambiente. Entre os nossos desafios estão a qualificação da renda do iguaçuense e a diminuição da desigualdade social na cidade. Embora a maior parte das propostas já foi debatida, o documento é um ótimo norte e merece ser discutido de forma permanente com outros setores da cidade.
Considera prematuro, os pré-candidatos a prefeito já se movimentarem, procurar alianças e delimitar espaços?
É natural, embora cedo, a movimentação dos pré-candidatos a buscar seus espaços e conversar com as lideranças, moradores. Mas na prefeitura, temos muito trabalho e não vamos despender energia nesse processo político. O fato da cidade escolher um novo prefeito suscita todo esse debate, ainda localizado no meio político. Eu não vou perder tempo com isso.
Foz do Iguaçu, Curitiba, Cascavel, Maringá e Londrina vão eleger novos prefeitos em 2024, o que fará e qual seu destino a partir de 1º de janeiro de 2025?
Primeiro, tenho muito o que fazer até e estou concentrado em novos projetos e nas entregas que temos que fazer no próximo ano. Sou funcionário público municipal e as articulações políticas pouco me interessam agora. Os prefeitos que entregarão seus mandatos são ótimos gestores públicos e o futuro de cada um vai depender da conjuntura política do momento. Eu estarei trabalhando como dentista na prefeitura de Foz do Iguaçu.
Olhos
“Em breve, muito breve, vamos anunciar medidas que vão diminuir em grande parte essa demanda reprimida por exames e cirurgias”
“Uma saúde pública de qualidade requer estrutura, equipamentos e recursos humanos, o que demanda de cada vez mais recursos financeiros”
“Agora, traz uma ótima satisfação que projetos e programas municipais de Foz do Iguaçu se tornarem referência para outras cidades brasileiras”
“Desde sempre, procuramos uma gestão sustentável (do hospital municipal) junto ao Governo do Estado e a União e o município tem uma despesa mensal que varia entre R$ 12 milhões e R$ 15 milhões.