O 21 de Abril marca a morte de Tiradentes, que foi colono, caixeiro viajante, minerador, comerciante empreendedor e alferes do Regimento Militar dos Dragões de Minas Gerais
O líder da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é patrono da nação brasileira. Quem recorda é o advogado e consultor legislativo Gilmar Cardoso, com base na Lei federal nº 4.897, de 9 de dezembro de 1965, decidida a memória de um dos heróis do país, que foi apropriado tanto por setores da direita quanto da esquerda.
Além do que, a legislação sancionada pelo presidente militar Humberto Castello Branco, em seu artigo terceiro, faz uma espécie de absolvição do mártir nacional. O Dia 21 de Abril marca a morte de Tiradentes, que foi colono, caixeiro viajante, minerador, comerciante empreendedor e alferes do Regimento Militar dos Dragões de Minas Gerais.
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O grande propagador do movimento revolucionário e ainda condecorado como sendo o Patrono das Policias Civis e Militares dos Estados e Herói Nacional à merecer em sua homenagem um data de feriado em todo o país.
Gilmar Cardoso descreve que o nome de Tiradentes está escrito no Panteão da Pátria e da Liberdade Brasileiro (conhecido como o Livro dos Heróis da Pátria) desde 21 de abril de 1992.
O advogado e acadêmico Gilmar Cardoso relata que faz 231 anos que Tiradentes foi enforcado em praça pública no Rio de Janeiro, pagando com a própria vida e servindo de lição aos conspiradores mal sucedidos da Inconfidência Mineira contra a derrama (cobrança de impostos por Portugal). Logo após aquele 21 de abril de 1792, o cadáver esquartejado foi transportado para Vila Rica (atual Ouro Preto, em MG).
De personagem subversivo e perigoso, foi reabilitado como símbolo da resistência e herói nacional, o primeiro brasileiro a receber essa honraria oficial. Praticamente toda cidade do país tem alguma rua, praça ou escola com o seu nome e a data é um dos nove feriados nacionais.
Gilmar Cardoso explica que após Tiradentes, o Brasil ainda ganharia novos Patronos: Aleijadinho, Machado de Assis, Santos Dumont, Paulo Freire, Oscar Niemeyer e Chico Mendes, por exemplo, cada qual em uma área específica de destaque e reconhecida atuação.
Atualmente existem quatro projetos de lei que pretendem patronar cidadãos brasileiros. Entre eles, está a proposta que nomeia o ex-piloto tricampeão da Fórmula 1, Ayrton Senna (1960-1994) como Patrono do Esporte Brasileiro.
Na avaliação do advogado, poeta e acadêmico Gilmar Cardoso, neste dia 21 de Abril, urge uma apropriação coletiva da soberania defendida pela Inconfidência Mineira, concretizando a frase atribuída ao patrono cívico nacional Tiradentes: “Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la!”.
Veja quem são os principais patronos brasileiros
Um total de 30 personalidades tiveram os nomes aprovados por lei pelo Congresso e se tornaram patronos de suas áreas. Mas o número de patronos no Brasil é bem maior porque muitos foram lançados por meio de decretos presidenciais, como o do imperador Dom Pedro II, criador do primeiro Corpo de Bombeiros do Brasil e por isso elevado à condição de patrono dos bombeiros militares, em 1955, no governo de Getúlio Vargas.
Tiradentes, patrono da nação brasileira
Duque de Caxias, patrono do Exército
Machado de Assis, patrono das letras
JK, patrono da urologia
Oscar Niemeyer, patrono da arquitetura
Tancredo Neves, patrono da redemocratização
Chico Mendes, patrono do meio ambiente
Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, patrono da arte
Getúlio Vargas, patrono dos trabalhadores
Paulo Freire, patrono da educação
Carmen Velasco Portinho, patrona do urbanismo
Rose Marie Muraro, patrona do feminismo
Mário Covas, patrono do turismo
Nilo Peçanha, patrono da educação profissional e tecnológica
Florestan Fernandes, patrono da sociologia
Eduardo Gomes, patrono da Força Aérea Brasileira
Nelson Freire Lavenére-Wanderley, patrono do Correio Aéreo Nacional
Jeronymo Baptista Bastos, patrono do desporto na Aeronáutica
Aureliano Cândido Tavares de Bastos, Patrono dos Municípios Brasileiros
Milton Santos, patrono da geografia
Augusto Ruschi, patrono da ecologia
Antonio Carlos Gomes, patrono da música erudita
Tércio Pacitti, patrono da tecnologia da informação da Aeronáutica
Aldo Augusto Voigt, patrono dos oficiais especialistas em controle de tráfego aéreo da Aeronáutica
Luiz Gama, patrono da abolição da escravidão
Jorge da Silva Prado, patrono do material bélico da Aeronáutica
Padre Theodor Amstad, patrono do cooperativismo
Paulo Autran, patrono do teatro
Alberto Santos Dumont, patrono da Força Aérea Brasileira
Dom Helder Câmara, patrono dos direitos humanos
José Bonifácio, patrono da Independência
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
Patrono cívico do Brasil, além de patrono das Polícias Militares e Polícias Civis dos estados brasileiros, Tiradentes é nacionalmente conhecido por ser o personagem símbolo da conspiração denominada Inconfidência Mineira, movimento revolucionário cujo objetivo era a independência total do poder colonial português e a criação de uma república brasileira. Quando a trama dos separatistas foi descoberta pelas autoridades, Tiradentes foi preso, julgado e enforcado publicamente.
Por conta disso, desde o advento da República no Brasil (1889), Tiradentes é considerado herói nacional: o mártir foi criado pelos republicanos com a intenção de ressignificar a identidade brasileira.