UNILA e Prefeitura de Foz do Iguaçu farão exames para detectar Covid-19, no Hospital Municipal

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Instituições estão na última etapa do processo de habilitação com o Lacen, e previsão é testar até 200 pacientes por dia ainda no mês de abril

Uma parceria entre a UNILA e a Prefeitura de Foz do Iguaçu permitirá fazer os exames para detectar a Covid-19, no Laboratório do Hospital Municipal Padre Germano Lauck (HMPGL), ainda no mês de abril. A Universidade transferiu os equipamentos do Laboratório de Pesquisa em Ciências Médicas para o Laboratório Municipal. Já a Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Saúde, fez a compra dos insumos necessários para os testes. Assim que os insumos chegarem a Foz do Iguaçu, será realizada a última etapa de habilitação junto ao Laboratório Central do Paraná (Lacen). A expectativa é que, ainda no mês de abril, as equipes do Hospital e da Universidade comecem a fazer os testes que identificam o novo coronavírus.

O Laboratório de Biologia Molecular do Hospital Municipal terá capacidade para testar 200 pacientes por dia, 100% pelo SUS. Como o HMPGL é o hospital de referência na região, ele poderá fazer exames para todos os municípios da 9ª Regional de Saúde. O tempo estimado para sair o resultado é de três horas. “É um esforço para otimizar os recursos hospitalares disponíveis, pois permite o isolamento de coorte para pacientes, aumentando a capacidade de resposta, além de facilitar estratégias de supressão da pandemia pelo isolamento de pacientes infectados com sintomas leves a moderados”, afirma a professora do curso de Medicina Maria Leandra Terencio, responsável pela implantação dos testes.

De acordo com informações da Prefeitura, o investimento nos insumos foi de R$ 700 mil e o município receberá 2 mil kits por semana. Os exames serão realizados por servidores docentes e técnicos da UNILA e por funcionários do Laboratório Municipal. “A UNILA também está fazendo treinamentos para capacitar a equipe. Nosso objetivo é trabalhar como uma equipe única no diagnóstico do coronavírus”, complementa Maria Leandra. O Laboratório do HMPGL, classificado como nível de biossegurança 2 (NB2), já conta com duas salas que serão destinadas exclusivamente para os exames de detecção da Covid-19: uma sala de pré-amplificação, utilizada para a manipulação do vírus e de reagentes; e uma sala de amplificação e pós-amplificação, utilizada para equipamentos de diagnóstico e análises. Além disso, possui salas de paramentação exclusivas para a equipe que irá atuar nesses exames, visando garantir os cuidados necessários com biossegurança e EPIs.

O prefeito Chico Brasileiro ressaltou a importância da parceria entre Universidade e poder público municipal no combate à pandemia do novo coronavírus. “A UNILA colocou à disposição todo seu aparato institucional, que está se dedicando a elaborar, pesquisar e apresentar alternativas. O reconhecimento tem que ser público, porque estamos tendo uma contribuição significativa neste momento crítico que Foz do Iguaçu está vivendo”, pontuou.

Como é feito o exame

Os exames que serão realizados pela UNILA e o Hospital Municipal são do tipo RT-qPCR (sigla em inglês para Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa), que utiliza técnicas de biologia molecular para fazer uma busca minuciosa pelo material genético do Sars-Cov-2 nas amostras de secreção nasal e oral dos pacientes.

Depois de coletadas as amostras, a primeira etapa do exame é extrair o material genético do vírus, o RNA, em cabines de biossegurança. Todo o processo de extração do material genético leva cerca de uma hora. Depois disso, o RNA de cada paciente é misturado a reagentes que fazem a detecção da presença do vírus nas amostras. “Fazemos isso utilizando um método de única etapa, combinando a enzima transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral em DNA ”, explica a professora Maria Leandra Terencio.

Se o paciente for positivo para a Covid-19, ocorrerá a amplificação do material genético das amostras, que será detectado por um equipamento chamado Termociclador com sistema de detecção de PCR em tempo real. “As amostras são amplificadas exponencialmente em 40 ciclos de temperatura. Ao final, se os pacientes forem positivos para Covid-19, teremos milhões de cópias da região viral de interesse. Com uma sonda também complementar ao vírus, o Termociclador consegue verificar se o conteúdo molecular do material corresponde ao do agente infeccioso da Covid-19”, salienta. O Termociclador PCR em Tempo Real mostra, em aproximadamente 25 minutos, quais as amostras que testaram positivo para o novo coronavírus e quais deram negativo.

A secretária de Apoio Científico e Tecnológico da UNILA, Solange Aikes, que já trabalhou no Laboratório Municipal, será a responsável pelo controle de qualidade dos procedimentos e fluxos executados pela equipe da Universidade. “Estamos implantando toda a parte de rastreabilidade dos procedimentos e fluxos dos exames, exigidos pela Anvisa e pela Vigilância Sanitária. Ou seja, estamos definindo como serão os registros e produzindo os procedimentos operacionais padrão que deverão ser seguidos desde a chegada da amostra até a divulgação do resultado”, contou. 

Saiba mais no site da UNILA

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