Com 89% de ocupação de vagas, UNILA tem melhor resultado desde 2019

Diversificação de processos seletivos e política de assistência estudantil são atrativos para a escolha da Universidade por parte de estudantes

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Ingressaram na UNILA 613 estudantes em 2025. Foto: Divulgação/ UNILA

A Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu, alcançou uma ocupação de 89,19% das vagas ofertadas na graduação para 2025, de acordo com dados da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD). É o maior índice desde 2019 e mostra uma retomada da trajetória de ocupação de vagas pré-pandemia de Covid-19.

Por meio dos processos seletivos nacionais (Sisu, Música, Vagas remanescentes) ingressaram na UNILA 613 estudantes em 2025. Outros 561 ingressantes foram selecionados por meio dos processos internacionais (incluindo a seleção de indígenas e refugiados). No Chamadão, que permite o ingresso de estudantes nacionais e internacionais, outros 88 alunos foram selecionados. No total, são 1.262 novos estudantes de um total de 1.415.

A taxa de ocupação apresentava crescimento desde 2016, mas, no período da pandemia, mostrou desaceleração e teve seu pior resultado (66,01%) em 2022. O índice de 2025 é 15 pontos percentuais maior em relação ao ano anterior. “Temos conseguido manter essa taxa de ocupação em uma média de 80%, o que é um bom resultado, considerando a nossa natureza de universidade internacional”, comenta o pró-reitor de Graduação, Antonio Machado Felisberto Junior.

Um dos fatores que colabora na ocupação de vagas, segundo o pró-reitor, é a ampliação dos processos seletivos, com a inclusão do Chamadão, que permite a participação também de candidatos internacionais e atrai em maior número moradores da cidade e da região.

“A UNILA aprimorou os processos seletivos, com o Chamadão, com mais visibilidade para esses processos. Essa recuperação no pós-pandemia é resultado de uma série de esforços conjuntos da universidade”, analisa.

O aperfeiçoamento do Processo Seletivo Internacional e as ações para a permanência do estudante na Universidade, como auxílios estudantis e o Restaurante Universitário, diz ele, também são fatores importantes. “A Universidade está se tornando mais atrativa. Acho que nós também temos tido sucesso com nossos eventos, como a Mostra de Cursos. Isso tudo vem impactando.”

Para ele, os processos seletivos internacionais têm sido importantes para os resultados na ocupação de vagas. “O ingresso de alunos internacionais mantém a nossa média de ocupação. Um cenário que se inverteu nos últimos anos. O aproveitamento das vagas do ingresso nacional está ficando um pouco abaixo, estacionou, acompanhando o cenário nacional”.

Antonio Machado explica que existem muitos fatores que levam a esse cenário, desde a demanda por cursos a distância até questões socioeconômicas. No caso da UNILA, é preciso considerar ainda o fato de estar localizada em uma cidade do interior – distante da capital e grandes centros – e a quantidade de cursos ofertados – menor que o da maioria das instituições de ensino superior. “A interiorização das universidades representa um avanço para o ensino superior porque cria possibilidade de acesso para estudantes de cidades distantes dos grandes centros, mas também representa uma dificuldade na atração de estudantes de outras regiões.”

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Internacionais

Algumas mudanças durante os processos de seleção internacional levaram a um melhor índice de ingresso de estudantes. “Fizemos um reforço na comunicação entre a equipe de seleção e os candidatos internacionais aprovados”, comenta a Pró-reitora de Assuntos Institucionais e Internacionais, Suellen Péres de Oliveira. A PROINT é o setor responsável por selecionar estudantes de outros países. Entre as ações implementadas estão a realização de uma live para tirar as dúvidas dos candidatos durante o processo de inscrição. Ela também cita o Chamadão como o principal fator para a ampliação da ocupação de vagas.

Anteriormente, apenas brasileiros participavam da disputa, mas, a partir de 2024, foi aberta a possibilidade de participação de candidatos de outros países.

“Um fator externo à UNILA, mas que impacta também, é o maior protagonismo da política externa brasileira no sistema internacional. Isso aumenta a reputação do Brasil na América Latina e, com isso, temos mais procura por parte de candidatos, de estudantes que vêm em busca da experiência de estudar no Brasil e na UNILA”, diz Suellen. Para ela, as políticas de permanência, que possibilitam que os estudantes em demanda social possam ficar no alojamento por um ano e incluem diversos auxílios financeiros, contribuem para a adaptação cultural e local e também podem ser um fator de atração, assim como a maior oferta de bolsas e a implantação do restaurante universitário.

Os auxílios financeiros estão sob responsabilidade da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, que em 2024, recebeu R$ 9,4 milhões do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Esses recursos são disponibilizados para o pagamento de diferentes auxílios: moradia (vaga em alojamento e subsídio financeiro), instalação, alimentação (restaurante universitário e auxílio complementação para alimentação nos finais de semana e feriados) e creche (para filhos de estudantes que tenham de 0 a 5 anos).

A Política de Assistência Estudantil inclui ainda serviços, programas, projetos e ações voltados para a permanência, mas também para a promoção da inclusão social. As iniciativas são integradas às demais políticas acadêmicas e institucionais, com o objetivo de garantir melhores condições para o estudante até a conclusão do seu curso.

@fozdiario