Professores e trabalhadores da Unioeste repudiam manifestação do presidente da Lar que liga universidades, jovens e intelectuais à corrupção
Os sindicatos dos professores da Unioeste-Cascavel e dos trabalhadores do ensino superior do oeste do Paraná repudiaram as declarações do diretor-presidente da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, que associam as universidades, jovens e intelectuais à corrupção. As entidades, em nota à imprensa, classificaram a manifestação de Rodrigues como “irresponsável, caluniosa e leviana”.
Para os sindicatos, o posicionamento de Irineo Rodrigues, da Lar Cooperativa, é característico de movimentos totalitários que visam a desqualificação do conhecimento, além do negacionismo, o descrédito à pesquisa científica e o cerceamento da liberdade de debate. As entidades também ressaltam que tal discurso está em consonância com a declaração do deputado bolsonarista Bibo Nunes ao afirmar que estudantes universitários de Santa Maria no RS, da UFSM, fossem “queimados vivos”.
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É um risco à democracia, segundo a Adunioeste e Sinteoeste, a declaração tão explícita, agressiva e caluniosa: “mais ainda provindo de um dirigente de uma cooperativa agroindustrial, um setor econômico profundamente beneficiado pela pesquisa científica, pela extensão universitária e pela formação de quadros qualificados por parte das universidades públicas brasileira, e em especial em nossa região, pela Unioeste”.
O negacionismo e o desprezo pelo conhecimento, afirmam ainda os sindicatos, se expressam igualmente na abordagem histórica que reproduz preconceitos superados há mais de um século, como a suposta ausência de conflitos entre europeus, nativos e afrodescendentes, sem qualquer referência ao genocídio indígena e à escravidão forçada de africanos. “Sua comparação com a Argentina é permeada de preconceitos e afirmações absolutamente infundadas, como a qualificação de Perón como “socialista” ou a indicação de que seu governo teria dado início ao empobrecimento daquele país”.
}A nota também destaca que por ser “assinada com referência ao cargo de diretor-presidente da Lar Cooperativa, assumindo assim a condição de posicionamento institucional e não estritamente pessoal, o que torna a empresa corresponsável pelos impropérios proferidos, ainda mais em um contexto de recorrente coação empresarial sobre os trabalhadores com vem sendo denunciado no atual processo eleitoral”, completa.