Com a cota acima de 219 metros do nível do mar, a binacional tem reservatório recuperado e vai escoar água. Decisão é um acordo entre chancelarias
A partir de segunda-feira, 18, a usina de Itaipu vai abrir seu vertedouro numa operação de ajuda ao Paraguai, que sofre com a forte estiagem e precisa dar escoamento à safra de grãos do país. A medida, uma decisão das chancelarias brasileira e paraguaia referendada pelo Conselho Administrativo, também favorece a Argentina pelos mesmos motivos. Abaixo da usina, a ajusante, o rio Paraná está praticamente seco causando problemas de navegabilidade para os países vizinhos.
O vertimento inicial previsto deve durar 12 dias. Não haverá prejuízo para a produção, já que a demanda solicitada à Itaipu continua baixa. Há mais de um mês, governos brasileiro, paraguaio e argentino vêm negociando maior produção da usina de Itaipu, que havia sido reduzida em função do desaquecimento da economia.
Naquele momento, o reservatório da hidrelétrica ainda não estava na sua cota normal, que é de 219. Desde a semana passada, o nível voltou a ser normalizado e está hoje em 219,27. Antes da abertura do vertedouro, a usina já havia aumentado gradativamente a geração para atender os vizinhos argentinos.
Com esse aumento, mais água que passava pelas turbinas, por volta de mil metros cúbicos de água por segundo a mais, vinha contribuindo para mitigar os efeitos da estiagem logo abaixo da cascata da usina.
Neste ano, Itaipu gerou 28.224.362 MWh. Na produção acumulada em 36 anos de operação, chega a 2.716.431.155 MWh, energia para iluminar o mundo todo por 43 dias. “É um período delicado que requer alinhamento e solidariedade ao povo irmão paraguaio”, diz o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.
Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional