Baixa adesão à vacina agrava casos de doenças respiratórias, alerta Secretaria da Saúde

Um levantamento apenas da região Oeste reforçou essa preocupação: das 250 crianças que foram internadas no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu em 2025 por doenças respiratórias, apenas 18 estavam vacinadas

Vacinação contra Influenza em Foz começa na segunda (25) em todas as unidades de saúde
Foto: Divulgação/ PMFI

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, fez um novo alerta sobre a baixa cobertura vacinal contra a Influenza no Paraná nesta sexta-feira (13) durante coletiva de imprensa em Foz do Iguaçu, na região Oeste. Ele destacou que a imunização, que está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde, tem capacidade para evitar quadros graves e internações, principalmente entre crianças e idosos.

“Temos vacina contra a gripe e ela é efetiva. Não impede totalmente a infecção, mas reduz a gravidade da doença e a chance de internações e óbitos”, afirmou. Segundo ele, a circulação de vírus como o Influenza A, hoje responsável por cerca de 40% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, tem sido significativa neste ano, enquanto a Covid-19 caiu para menos de 1%.

Um levantamento apenas da região Oeste reforçou essa preocupação: das 250 crianças que foram internadas no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu em 2025 por doenças respiratórias, apenas 18 estavam vacinadas. “Isso mostra o que estamos enfrentando. A vacina está disponível, mas ainda não chegou a quem mais precisa”, afirmou o secretário.

O Paraná aplicou 2.590.251 doses da vacina contra a Influenza. A cobertura vacinal entre os públicos prioritários segue bem abaixo da meta de 90%: entre as crianças, está em 35,25%; entre as gestantes, 31,76%; e entre os idosos, o grupo com maior risco de complicações, apenas 47,16%. “O tempo está passando e o vírus continua circulando. A cada dia de atraso, aumenta a chance de casos graves”, alertou Beto Preto.

Desde o início de 2025, o Paraná já registrou 12.011 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 598 óbitos. Desses, 1.379 casos tiveram confirmação para Influenza, 560 para Covid-19, 3.043 foram associados a outros vírus respiratórios e 2.096 permanecem em investigação.

Segundo o secretário, chama atenção o agravamento dos quadros em crianças pequenas, sobretudo por infecções com o vírus sincicial respiratório (VSR), que pode evoluir para bronquiolite e exigir internação em UTI — para o qual não há vacina disponível no SUS.

“A vacina contra a gripe está disponível em todos os 399 municípios do Estado. Pedimos à população que procure as unidades de saúde. Quanto maior a taxa de vacinação, menor será o número de internamentos, o que significa mais espaço e agilidade para atender casos graves como da bronquiolite”, concluiu.

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VACINAÇÃO

Na última semana, a Sesa publicou uma resolução com orientações para os municípios no enfrentamento à SRAG. O documento reforça medidas como atendimento prioritário para pacientes com sintomas respiratórios e ações intensificadas de vacinação dos grupos prioritários.

A Secretaria da Saúde também autorizou a abertura de 77 novos leitos em hospitais das regiões Oeste e Norte. A medida dá sequência a um plano de contingência elaborado pelo Estado responsável pela abertura de outros 58 leitos que já recebem pacientes.

@fozdiario


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