A venda de combustíveis nos postos de abastecimento de Puerto Iguazú caiu aproximadamente 50% em janeiro de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo a Câmara de Estações de Serviço e Serviços Correlatos do Nordeste da Argentina (Cesane).
A redução nas vendas, que também atingiu outros setores, é atribuída aos ajustes econômicos promovidos pelo governo de Javier Milei, em seus dois meses de gestão.
A ausência de filas intermináveis nos postos argentinos indica uma mudança no cenário, antes aquecido por moradores de Foz do Iguaçu e cidades fronteiriças do Paraguai, envolvidos em atividades de contrabando e descaminho. A nova realidade é resultado dos esforços do governo Milei para reduzir subsídios e desacelerar os preços de vários produtos, incluindo combustíveis.
A província argentina de Misiones, que faz fronteira com o Brasil e o Paraguai, registrou queda de até 50% nas vendas de gasolina e diesel nos postos, de acordo com a Cesane. O aumento acumulado de 97% nos preços desde o final de novembro e a perda de poder de compra da população local são apontados como fatores contribuintes.
Puerto Iguazú também enfrenta redução no turismo rodoviário e na fuga de consumidores brasileiros e paraguaios, que deixaram de abastecer em postos de cidades fronteiriças. A situação, segundo o La Clave, torna a situação do setor comercial complicada.
Em Posadas, capital de Misiones, a queda nas vendas de combustíveis não é tão expressiva devido à demanda interna e dos municípios vizinhos. No entanto, há expectativa de um aumento nos preços dos combustíveis na Argentina em fevereiro, estimado em 20%, visando a paridade internacional.
A falta de atualizações fiscais e a incerteza sobre a política de preços do governo argentino também geram preocupações no setor econômico, que avalia o impacto da situação e busca soluções para garantir a sustentabilidade dos postos de abastecimento no futuro.
A mudança nos preços também afetou o comportamento de consumo, levando a uma diminuição nas compras de brasileiros e paraguaios em lojas locais, exceto para alguns produtos alimentícios, como carnes e vinhos, que ainda mantêm certa vantagem.
A presença tímida de argentinos nos supermercados de Foz do Iguaçu é outro reflexo da nova realidade econômica na região.