O vereador Bosco Foz (PL) apresentou na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu o Projeto de Lei nº 184/2025, que reconhece o wheeling, popularmente chamado de “grau”, como modalidade esportiva e expressão cultural no município. A proposta estabelece critérios de segurança, normas de prática e autoriza o Poder Executivo a fomentar o esporte.
Segundo Bosco, a iniciativa busca diferenciar a prática esportiva da infração de trânsito. “Empinar moto em vias urbanas, cortar giro ou fazer manobras no meio da rua é crime, coloca em risco a vida do praticante e dos outros. Mas o grau é um esporte, já regulamentado em diversas cidades brasileiras, e precisa ser praticado em espaços controlados e autorizados por lei”, afirmou.
O parlamentar, que preside a Comissão de Saúde, Esporte e Proteção Animal, lembra que a regulamentação é uma forma de canalizar a energia dos praticantes para ambientes adequados. “Assim como quem pratica tiro esportivo só pode fazê-lo em clubes credenciados, o grau precisa ser praticado em áreas licenciadas, com equipamentos de segurança e sob fiscalização. Tudo que é regulamentado e controlado tende a gerar menos acidentes e menos crimes”, defende.
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O projeto define que a prática só poderá ocorrer em locais autorizados, com pista regular, barreiras de proteção, áreas de escape e sinalização visível. Também torna obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual, como capacete, luvas e calçados fechados, além de exigir CNH válida na categoria A. Em eventos oficiais, será necessário plano de primeiros socorros e seguro de responsabilidade civil.
Bosco também ressalta que a proposta não prevê financiamento público para compra de motos ou equipamentos de segurança. “Assim como no automobilismo, no ciclismo ou em qualquer outro esporte, os custos são de responsabilidade do próprio atleta ou de entidades parceiras e patrocinadores. O papel do poder público é garantir o ordenamento e a segurança, não financiar a prática”, explicou.
A proposta ainda autoriza a Prefeitura a firmar convênios com entidades esportivas e privadas para construção e gestão de espaços destinados ao esporte, bem como a promover campanhas de conscientização que diferenciem o esporte da infração de trânsito prevista no Código de Trânsito Brasileiro.

Bosco afirma que foi procurado por praticantes que se sentem “desamparados pela falta de espaços adequados”. O vereador conta que estudou legislações já aprovadas em cidades como Boa Vista (RR), Sorocaba (SP), Londrina (PR) e Cuiabá (MT). “Outros municípios já colheram bons resultados com a regulamentação, reduzindo incidentes nas ruas e fortalecendo a comunidade esportiva”, disse.
Para ele, o objetivo é claro: “O grau praticado com segurança, em ambiente controlado e por regulamentação, é esporte, não é crime. É lazer, é cultura e pode se transformar em política pública de inclusão”, finalizou.
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