Vidas do Iguaçu: Conheça a história de Dona Maria Úrsula de Oliveira

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Dona Maria na Avenida Brasil na década de 50, não havia asfalto (Foto: Arquivo da família)

O historiador Marcos Kidricki Iwamoto retorna com o resgate sensacional da história de mais uma personagem que faz parte da história de Foz do Iguaçu e da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Desta vez, o colaborador do Cabeza News conta a trajetória de Dona Maria Úrsula de Oliveira, uma empreendedora de sucesso que conquistou a cidade com suas receitas irresistíveis.

“Em uma pequena colônia italiana, próxima aos morros da Linha Monte Mariano no Rio Grande do Sul, nasceu Maria Úrsula Christófolli.

Ela teve uma infância simples, entre animais, hortas e plantações. Uma comunidade unida, que lutava todos os dias pela sobrevivência.

Apesar dos poucos recursos, nunca faltaram ingredientes como alegria e esperança…

– Em uma festa no Batalhão, da esquerda para direita Célia Saucedo, Negra Valle, Elisa Vera e Dona Maria (Foto: Arquivo da família)

Seu nome é uma homenagem às avós, a Sra. Maria Gioldi Boaro pelo lado materno, e a Sra. Úrsula Chimini Christófolli pelo lado paterno.

Um costume dos descendentes de italianos que a família mantém até hoje: Todas as suas filhas e netas possuem “Maria” no nome 👵❤

Ela chegou a Foz de navio, em 1948. Veio para estudar no Instituto São José, onde trabalhava para poder custear os estudos e a moradia.

Foram tempos de muita dedicação!

Em uma Feirinha na Igreja São João Batista, conheceu o casal que mudaria o rumo da sua vida, o Sr. Pedro e a Dona Assumpta Basso.

– Dona Maria posando para foto numa bicicleta nos fundos da propriedade da Família Basso (Foto: Arquivo da família)

Eram os maiores comerciantes da Av. Brasil, e a acolheram como filha. Admiraram o capricho dos seus bordados e a disposição em ajudar.

Não demorou muito para Dona Maria assumir o balcão dos negócios da Família Basso 💪

Cuidava do Bar Antártica e da Casa Novidade, ao lado de onde seria o famoso “Cine Star”. E mais uma vez se destacou pelo seu trabalho.

Foi no “Bar Antártica” que conheceu o amor da sua vida, o Sr. Omar de Oliveira, com quem se casou e teve sete filhos. Foram morar em uma casa do Sr. Pedro Basso na Rua Tiradentes.

Nem a maternidade a impediu de se dedicar cada vez mais. Montou um bilhar no Edifício “Balança mas não cai” e fornecia as massas fresquinhas para o Restaurante Viena.

Mas veio a crise e eles foram à falência…

Edifício “Balança mas Não Cai” onde abriu o bilhar, no mesmo prédio que Santos Dumont ficou hospedado em 1916 (Foto: Arquivo da família)

Fez muito pelo sustento da família: Lavou as roupas de vizinhos, costurou vestidos para os libaneses, virou noites fazendo salgadinhos que os filhos vendiam no Bartolomeu Mitre.

Ainda assim, a grana era curta, mas com a ajuda dos filhos(as) seguraram as pontas 🙌

No início, as encomendas da Sra. Ester Bordin, Valderez Cury, Jussara Fava, Noemi Gomes de Lima, Nice Xavier da Costa, Iolanda Keller, Reni Valduga e Albina Sehn ajudaram muito.

Em pouco tempo os bolos da D. Maria ficaram famosos em toda a cidade. Até que em 1984, aos 60 anos de idade, ela abriu a primeira loja:

A Confeitaria Marias & Maria na Av. Brasil 🎂

O primeiro cliente foi um vizinho, o Sr. Kamal Osman, que deu sorte aos negócios, uma vez que o estabelecimento é um grande sucesso.

Cada cliente que passa pela porta ganha uma oração e uma oportunidade de provar receitas que foram testadas ao longo de uma vida.

– Omar de Oliveira e Dona Maria com os filhos (Foto: Arquivo da família)

Atualmente, o “Grupo Marias” conta com mais de 100 colaboradores entre todos os ramos de atuação, alguns com mais de 20 anos de casa.

Toda gratidão a Dona Maria e sua família, por nos oferecer tantos sabores, com muito AMOR dedicado a cada uma de suas receitas 👏😋

(Uma história baseada no livro Dona Maria por Maria, uma vida de esperança – Izabelle Ferrari)”

AQUI para ver mais fotos desta história

* Marcos Kidricki Iwamoto é Auditor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)

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