Os efetivos das forças de segurança de Ciudad del Este, no Paraguai, entraram em confronto na manhã desta segunda-feira (1ª de julho), com moradores de uma área próxima a Ponte da Amizade durante uma ordem de despejo ao assentamento Belén.
A ordem de despejo foi autorizada após denúncias sobre suposta ocupação ilegal da área. Os ocupantes reagiram atirando pedras, bolas de gude e fogos de artifício contra os policiais, como mostram vídeos encaminhados em grupos de Whatsapp.
O assentamento Belén está localizado às margens da Ruta PY07, entre os bairros San Antonio e Che la Reina, em Ciudad del Este. Aproximadamente 20 famílias ocupam o local.
Agentes do Grupo de Operações Especiais (Geo), integrantes da Polícia Militar e outros policiais entraram em grande número na área, trocando tiros com os ocupantes que resistiam em sair do local, relatou Edgar Medina, jornalista do Última Hora, jornal parceiro do Diário de Foz.
Os moradores montaram piquetes, queimaram coberturas para impedir o avanço dos policiais, contra os quais atiraram pedras e outros objetos contundentes; Os uniformizados respondem com balas de borracha. Até agora nenhuma prisão foi relatada.
‘Vocês não têm família, não têm pais?’, gritou um dos afetados aos policiais que participaram da operação. Eles afirmaram que não vão sair do site.
Funcionários da Administração Nacional de Energia Elétrica (ANDE) também chegaram ao local para desligar a energia elétrica das residências construídas no terreno.
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O assentamento está localizado no setor denominado Finca 66 e os moradores afirmam que o terreno que ocupam é municipal e se opõem à saída do local até que se esclareça quem são os verdadeiros proprietários.
As casas foram construídas no local por moradores que estão no local há mais de 10 anos, segundo fontes processuais.
O suboficial Omar González, assessor jurídico da Polícia Nacional, destacou que eles têm ordem para desocupar 30 casas que teriam sido construídas de forma irregular.
“Estamos aguardando o Ministério Público chegar e registrar que essas pessoas demonstraram resistência. Tivemos que usar hidrantes para apagar o fogo e facilitar o trânsito no trajeto”, disse em comunicação à rádio Monumental 1080.
Cinegrafista ferido
No meio do confronto, o cinegrafista Elvio Florentín, que fazia a cobertura jornalística, foi alvo de um objeto contundente e precisou de atendimento médico no Hospital Área 2.
Cerca de 300 policiais da Delegacia de Polícia do Alto Paraná e de outras partes do país vieram realizar o despejo.
Moradores de bairros vizinhos chegaram ao local para ajudar os atingidos no confronto, rechaçando os policiais.
Operação semelhante já havia ocorrido em junho de 2023, mas nessa ocasião os policiais uniformizados foram repelidos pelos ocupantes. Em outubro do ano passado, outro procedimento semelhante foi realizado quando Olga Ayala Fernández (43), moradora do local, morreu após o confronto com a Polícia, ocasião em que o despejo também não pôde ser realizado.
Assista ao confronto entre policiais do Paraguai e população das áreas ocupadas
Com informações do Jornal Ultima Hora
