O Parque Tecnológico Itaipu e a Associação de Moradores da Vila A reuniram-se na última semana para tratar sobre a iniciativa, lançada em julho
O engajamento da comunidade no Programa Vila A Inteligente é um dos princípios da iniciativa, tanto para validar as tecnologias que serão implantadas na primeira etapa, como para levantar as necessidades para o desenvolvimento de outras soluções. A primeira aproximação entre o Parque Tecnológico Itaipu (PTI-BR), um dos parceiros do projeto, e a Associação de Moradores da Vila A (AMVA) foi na última sexta-feira, 14, em reunião na sede da associação.
Os representantes da associação conheceram mais detalhes sobre a implementação do projeto que prevê, inicialmente, a instalação de tecnologias voltadas a cidades inteligentes nas áreas de segurança pública, mobilidade, ambiental e integração com a comunidade.
A iniciativa, que vai transformar a Vila A no primeiro bairro público inteligente do Brasil, é promovida pelo PTI, em parceria com a Itaipu Binacional, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Prefeitura de Foz do Iguaçu.
O decreto da prefeitura que regulamenta a instituição de uma “sandbox” na Vila A, criando um ambiente experimental de inovação científica, tecnológica e empreendedora, que vai possibilitar testes e validações de soluções de empresas de todo o país, foi publicado em junho. O lançamento oficial do programa foi no final de julho e a intenção é que as tecnologias comecem a ser implementadas ainda neste ano.
O gerente do Centro de Tecnologias Abertas e Internet das Coisas (IoT), Willbur Rogers de Souza, explicou aos representantes da AMVA que as tecnologias de cidades inteligentes têm como objetivo a melhoria da qualidade de vida e bem-estar da população. Ele apresentou as soluções que serão implantadas nos próximos meses – como semáforos inteligentes, luminárias inteligente com reconhecimento facial e monitoramento de placas de veículos nos trevos de acessos.
Willbur ressaltou essas tecnologias “são o ponto de partida” do projeto, mas que a iniciativa não deve ficar restrita a esses temas. Por isso, é importante a participação da associação e de toda a sociedade para o levantamento das necessidades.
O presidente da Associação de Moradores da Vila A, Eloir Copetti, considerou que o projeto “superou todas as expectativas”. Ele disse esperar que a instalação das soluções proporcione um maior bem-estar para a comunidade, não apenas para os moradores do bairro, mas para todos que usam os espaços da Vila A. “Esperamos que proporcione uma melhoria nas condições de vida como um todo, desde a questão tecnológica, abrangendo também a economia e o meio ambiente”, afirmou.
O projeto tem a intenção de atrair empresas de médio e grande porte para esse ambiente de testes e validações que será criado na Vila A. Com isso, o objetivo é gerar novos empregos e renda para Foz do Iguaçu.
Por que a Vila A foi escolhida?
Além da ligação histórica com a Itaipu Binacional, uma das parceiras da iniciativa, uma vez que o bairro foi criado à época da construção da usina para abrigar os trabalhadores da obra, algumas características foram fundamentais para a escolha da Vila A. Entre elas, está o fato de ser gerida por uma governança – a Associação de Moradores da Vila A; possui um banco com dados de segurança, como furtos e roubos; ter uma iniciativa coordenada de coleta seletiva de resíduos e uma Unidade de Valorização de Recicláveis; ter equipamentos públicos de lazer; apresentar infraestrutura suporte inicial de conectividade e fibra óptica, com uma rede de comunicação de fibra óptica interligada com a área da Itaipu.
No bairro também estão sendo desenvolvidos projetos como a construção do Mercado Municipal e a revitalização do Gramadão, pela Itaipu, que serão interligados com as tecnologias de cidades inteligentes. A ideia é que o projeto seja um modelo a ser replicado em outros bairros de Foz do Iguaçu e outras cidades do País.