Executiva Nacional deve referendar decisões do PT de Foz do Iguaçu. Entenda o caso!

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Foto: Divulgação/PT

A decisão do diretório municipal do PT de afastamento do governo Chico Brasileiro (PSD) não tem qualquer efeito prático, além de expor a disputa interna de dois grupos que pretendem protagonizar a participação do petismo nas eleições municipais de Foz do Iguaçu em 2024. Como dificilmente haverá consenso nos dois grupos, a resolução da executiva nacional de 28 setembro passado, determina que a decisão sobre as eleições no caso das cidades com mais de 100 mil eleitores deve ser aprovada pela Comissão Executiva Nacional. 

A refrega do PT de Foz por dois grupos – um liberados pelos ex-vereadores Dilto Vitorassi e Fernando Duso e outro pelo secretário municipal de Turismo, André Alliana – tem pelo menos quatro componentes: a indisposição pública de Vitorassi com o secretário municipal de Governança, Nilton Bobato; a expectativa do grupo de Vitorassi e Duso com uma aliança com o ex-prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (Podemos); o afastamento de Duso da coordenação na formação da chapa proporcional; e a dificuldade, ou pequenez, de setores do partido de ler o cenário político de 2024.

“O prefeito Chico Brasileiro não é nosso adversário político em 2024”, reagiu um dirigente estadual do PT. Após a eleição do presidente Lula em 2022, o prefeito convidou Alliana e o advogado Ian Vargas (FozHabita) a compor seu governo, somando a secretária do Meio Ambiente, Angela Meira, e Nilton Bobato na Governança.

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O PT ainda ocupa cargos no segundo e terceiro escalões da prefeitura. Já o PCdoB e o PV, que junto com o PT formam a Federação Brasil Esperança – também estão no comando de pastas, como Juca Rodrigues na presidência da Fundação Cultural, e diretorias da administração municipal. 

Federação

Os dois partidos – PCdoB e PV – apontam ainda que as decisões sobre as eleições de 2024 – formação da chapa de vereadores, escolha de candidato a prefeito e políticas de alianças – devem passar pela aprovação da federação e a situação de Foz já foi levada à direção estadual da frente que será ocupada até o próximo ano pelo presidente do PCdoB do Paraná, Elton Barz.

“O que defendemos é uma frente ampla formada pelos partidos da federação (PT, PCdoB e PV), pela Rede, PDT, PSDB, Psol e PSB. É importante à cidade e ao PT fazer frente aos candidatos do bolsonarismo”, diz André Alliana.

“Estamos abertos a conversar com todos os partidos”, disse Vitorassi em entrevista ao programa Contraponto da Rádio Cultura, ao sinalizar sua preferência por Paulo Ghisi, embora não cite o partido do ex-prefeito. “A nossa preferência pelos partidos da centro-esquerda”, admitiu depois ao final da entrevista.

Resolução

A resolução da executiva nacional de 28 de setembro determina em sete itens as condições políticas para a consolidação e o acompanhamento do planejamento das candidaturas. “As propostas de apoio a candidaturas de outros partidos deverão sempre obedecer à política de alianças definida pelo Diretório Nacional do PT”, diz o documento.

“Os encontros municipais serão realizados de 6 novembro de 2023 até 15 abril de 2024, em calendário decidido em conjunto com as instâncias superiores. A homologação pelas instâncias partidárias para a posterior aprovação pela Federação Brasil da Esperança obedecerá aos seguintes critérios: a. Pela Comissão Executiva Nacional nos municípios com mais de 100 mil eleitores”, diz ainda trecho da resolução.

” As decisões dos Encontros Municipais também serão homologadas pelas instâncias superiores do PT. A homologação das propostas de candidaturas ou de apoio à candidaturas de outros partidos, se dará, sem prejuízo de decisão final, a posteriori, pelo Diretório Nacional de tática diferente em razão da conjuntura e da estratégia eleitoral nacional”, aponta a direção nacional.

“A Comissão Executiva Nacional, respeitando sua tradição de participação militante, entende que o cenário político atual não é propício para a realização de prévias, e recomenda às instâncias partidárias que priorizem o diálogo e o consenso progressivo como forma de superar as divergências internas”, diz o item sete da resolução.

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