Mais 254 famílias terão casa própria em Foz do Iguaçu, diz Chico Brasileiro

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Famílias que vivem em área de risco na Vila Brás serão realocadas por meio de parceria entre a Itaipu, Prefeitura e PTI

O prefeito Chico Brasileiro (PSD) destacou nesta terça-feira (21) que mais 254 famílias iguaçuenses terão a casa própria, construídas através de parceria inédita com a Itaipu Binacional. As primeiras unidades deverão ser entregues até julho de 2024.

“Essa é uma das melhores parcerias de todos os tempos que a prefeitura já fez, porque representa cidadania, moradia digna, tirar famílias de áreas de riscos e de ambientes insalubres”, disse Chico Brasileiro no lançamento do Projeto Moradias, com investimento inicial de R$ 76,3 milhões. Desse total, R$ 61 milhões serão empregados pela Itaipu e a prefeitura cederá o terreno para construção como contrapartida.

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Parte das casas vai atender as famílias que moram em palafitas na Vila Brás, em uma área de proteção ambiental no Jardim Canadá e Vila Brás, próximo às nascentes do rio Poti, principal afluente do rio Boicy. O convênio para a construção de moradias foi assinado pela prefeitura, Itaipu, Fozhabita e o Parque Tecnológico Itaipu. A expectativa é que as primeiras unidades, no formato do Minha Casa, Minha Vida entre 47 e 60 metros quadrados, sejam concluídas até a metade de 2024.

Nesta fase serão investidos mais de R$ 20,7 milhões de recursos viabilizados através do leilão de 45 imóveis da binacional na região da Vila A. “Colocar estas pessoas em um local digno e na sua própria moradia é dar uma propriedade ao cidadão que sempre carregou nas costas o peso de ser desamparado”, disse Chico Brasileiro. O convênio tem um significado histórico pela parceria entre Município e Governo Federal.

O prefeito adiantou que o município tem uma contrapartida do terreno pelo fundo municipal de habitação. A área tem mais de 15 mil metros quadrados e está próxima de uma Unidade de Valorização de Recicláveis (UVR). A realocação das famílias vai permitir ainda a implantação de um sistema de drenagem nas nascentes e cursos de água, evitando os alagamentos que começam na Avenida Silvio Américo Sasdelli na Vila A e vão até o viaduto da BR-277. “Não poderíamos fazer uma intervenção de drenagem enquanto as pessoas estão morando em cima do rio”, completou.

Ano de transformação

A assinatura no Centro de Visitantes da Itaipu contou com a participação de mulheres que moram na região da Vila Brás. Entre elas, Valdineia Ferreira Virgínio, 39 anos, que cria sete filhos em uma palafita sobre o rio Poti, onde vive há 10 anos e já passou por momentos “difíceis”. “Quando chove, não consegue sair de casa. Não consegue mandar os filhos para a escola. Não consegue fazer nada, porque alaga tudo. A gente fica isolado, até baixar a água e poder sair”.

Ao falar para elas, o prefeito Chico Brasileiro ficou emocionado ao lembrar de uma ação que começou há quatro anos, mas que acabou suspensa devido à pandemia da covid-19. Valdineia disse que a mudança era um sonho “que nunca esperava realizar, na verdade. A gente sempre lutou, lutou, né? Mas agora, sei que este sonho vai se realizar não só para mim como para as outras famílias também”.

Ela revelou que trabalha com recicláveis, assim como a maioria dos moradores da região, e acredita que 2024 será um ano de transformação na vida de todos. “Isto foi um presente de Natal, Ano Novo e para o resto das nossas vidas. Só temos que agradecer, primeiramente a Deus e todo mundo que está empenhado para que este projeto siga em frente”, concluiu.

Preocupação com as moradias

O projeto Moradia é a cara da nova gestão Itaipu e do presidente Lula (PT), afirmou o diretor-geral Enio Verri. “É a preocupação daquilo que é mais urgente para os mais pobres e a moradia, sem dúvida nenhuma, é a mais importante”, afirmou destacando a participação do diretor Administrativo, Iggor Gomes Rocha, que apresentou a proposta à diretoria. “Essas casas (da Itaipu), boa parte delas já estão desocupadas”, disse sobre os imóveis leiloados ou que irão a leilão.

“Optamos por essa parceria com o Fozhabita e a Prefeitura, de investir em moradias, porque Foz do Iguaçu tem uma característica diferente do Oeste do Paraná”, observou Verri, pela localização geográfica em uma fronteira tríplice e até mesmo por conta da barragem e dos trabalhadores que ficaram na cidade após a construção da usina. “Muitos sem ter onde morar após as obras”. As casas seguirão o modelo do programa federal, com titularidade ao casal, dificultando a venda dos mesmos.

O programa federal é financiado com subsídio a longo prazo e os proprietários não terão que pagar pelo imóvel, afirmou Enio. O diretor destacou o trabalho da ministra de Gestão, Esther Dweck, pela articulação na liberação de terras da União em Foz e da parceria com a Secretaria de Patrimônio da União. Ele ressaltou a presença dos vereadores Ney Patrício, Anice Gazzaoui, Alex Meyer e Rogério Quadros e o trabalho da Câmara na aprovação do projeto.

Grande imobiliária

O diretor Administrativo da hidrelétrica, Igor Gomes Rocha, disse que a nova gestão da Itaipu começou o ano de 2023 identificando uma situação “de uma grande imobiliária da Itaipu”, com mais de 1.000 imóveis, muitos desocupados. As casas não serão construídas no tradicional modelo de alvenaria, mas com um método de sustentabilidade e agilidade de construção. “Queremos as pessoas morando lá o quanto antes” disse.

O diretor-superintendente do Fozhabita, Ian Vargas, informou que o órgão fez nos últimos meses o cadastro das famílias residentes no local que serão contempladas. “Conforme forem acontecendo as obras, o Fozhabita fará um acompanhamento delas. A intenção é contribuir para a emancipação dos moradores da região, que é uma área de preservação permanente”. Os fiscais do instituto, junto com outros setores da Prefeitura, farão ações para evitar ocupações no local.

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