Deputado estadual visitou municípios do Oeste quinta e sexta-feira (5 e 6)
O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Foz do Iguaçu precisa apostar no diálogo para encontrar um nome a altura para representá-lo nas eleições de outubro de 2020.
“Fazer na correria, essa política pragmática de vamos descobrir quem vai ganhar, para dar o partido” segundo ele, não é a solução. Integrante da bancada de oposição ao Governo, ele defende que a legenda tenha candidatos em todo Estado. As informações são de Ronildo Pimentel, no GDia.
“Prefiro perder eleição com companheiros do que ganhar e não levar”, disse ele, sobre os últimos acontecimentos envolvendo o MDB de Foz do Iguaçu. Em abril deste ano, a Executiva Estadual dissolveu o diretório local que, desde então, permanece parado. “Está pausado”, disse.
Na visita ao jornal, Requião foi acompanhado do empresário Roberto Apelbaum, último presidente que, na avaliação dele, deveria permanecer à frente do MDB. O deputado, que é primeiro-secretário, foi voto vencido na reunião que votou o pedido de dissolução do diretório municipal.
No entanto, ele não se coloca contrário a ideia do partido ter candidato na cidade. O nome, se depender dele, tem que ser encontrado com “toda calma possível, para que a gente faça bem feito”. “Acho que tem que ter ética, tem que ter um código de conduta, tem que ter um norte e o norte não é o pragmatismo político”.
Discussão
“Essa história de dar o partido para quem vai ganhar, você dá o partido e não leva”, ressaltou. Para Requião, o diálogo é fundamental. “Gosto muito de embate, da briga … Quando vejo que alguém teve o seu direito perturbado ou tentaram levar na mão grande, geralmente gosto de comprar essa briga”.
“Aqui em Foz, já compramos a briga e a briga é fazer o partido funcionar. Precisa sim oxigenar, precisa renovar, precisa trazer gente para dentro, mas sem desprezar o que foi construído durante muitos anos”, frisou. O deputado reconhece que ocorreram erros, “mas o MDB do Paraná também teve erros, o nacional então nem se fala”.
“Acho o MDB maior do que picuinhas pessoais e mágoas pessoais, temos que pensar no partido e na cidade”, ressaltou. Requião disse que, se depender dele, o MDB terá candidato nas 399 cidades do Paraná. “Mas isso é um sonho. Temos que fazer o possível para ter o maior número (de candidatos a prefeito), o maior número de vice-prefeitos possíveis e boas chapas de vereadores”.
“Isso vai ser feito se as pessoas tiverem confiança no partido. Se os diretórios municipais tiverem autonomia para conseguir elaborar sua estratégia, conversar com seu grupo e escolher o melhor caminho”, disse. A estratégica, na avaliação dele, precisa ser feita dentro daquilo que o MDB representa.
“Você não pode ter candidatos que são abertamente opostos as ideias, aos ideais de um partido, isso não serve”. Ele reforçou ainda que a autonomia municipal e a compreensão da política local tem que ser respeitada.
Partido estadual
Requião filho afirma que a mística do MDB, único com representação em todo o Paraná, continua e citou o próximo exemplo – “fiz votos em 397 dos 399 municípios em 2018”. O que falta ao partido, de acordo com ele, é uma organização, são as pessoas voltarem a acreditar na política.
“Não é um problema só do MDB é um problema dos partidos, das instituições e a gente precisa recuperar essa confiança nas instituições para que as pessoas voltem a querer fazer política”, ressaltou. O desgaste dos políticos não melhorou, mesmo após as últimas eleições. “As pessoas vem fazendo o que vem sendo mandado fazer pelo tal mercado e o dólar não baixou, o diesel não baixou, o emprego não aumentou”.
O deputado não poupou críticas ao governo de Ratinho Junior que, segundo ele, só busca “manchetes” para sair na imprensa. “Eles fazem grandes anúncios e nada acontece. Vamos economizar e não economizam nada, vamos resolver e não resolvem nada, vamos fazer uma reforma administrativa e não foi feita”, resumiu.
Sem governo
E é exatamente esta falta de governo que, segundo o deputado, a população mais tem sentido no interior do Estado. “A população quer emprego, o homem do campo quer condições de ficar no campo e produzir”. Requião disse que a população precisa acompanhar a política para poder cobrar as mudanças necessárias. “Não só a cada dois anos, na hora de escolher o candidato”, frisou.
Requião Filho creditou ainda a atuação crítica o motivo para seus projetos não andarem. Ele se referia a proposta de segurança de barragens, desenvolvida com apoio de técnicos da Itaipu, mas que está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia. “Até hoje não está andando porque leva a minha assinatura, nós da oposição sofremos esse tipo de política de perseguição”, concluiu.
Foto: Robson Meireles