A Prefeitura de Foz dará um importante passo na política de patrimônio histórico e cultural a partir da aprovação pelo Poder Poder Legislativo, nesta quarta-feira (10), do Projeto de Lei 31/2024, que autoriza permuta entre área do município e a do atual proprietário da Casa Laly Schinke, imóvel da filha de Harry Shinke, onde funcionou a agência de passagens áreas Panair Brasil.
A tratativa, com vistas a garantir a preservação do patrimônio histórico, foi possível graças à compatibilidade de custo entre a área do Município, no valor aproximado de R$480 mil com o valor imobiliário de aproximadamente R$400 mil estimado para a residência que pertenceu à filha do fotógrafo e farmacêutico pioneiro na cidade.
A legislação estabelece ainda que o permutante deverá efetuar o pagamento da diferença, cerca de R$ 80 mil, à Administração Pública.
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A solução foi encontrada a partir da prioridade da Administração Municipal frente às demandas do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Cepac), constituindo o avanço da política com a viabilização do imóvel que possivelmente será um dos primeiros a serem tombados pelo município.
“É uma grande alegria e gratificação participarmos deste processo que marcará um importante avanço na política de preservação cultural e histórica, que teve as mãos e esforços de servidores, do conselho e de toda a gestão”, expressou o prefeito Chico Brasileiro.
Início
Inicialmente, a Administração Municipal fará a desapropriação da casa da filha do farmacêutico pioneiro, contemplando a estrutura localizada na frente do terreno, situado na Rua Tiradentes, Centro, mas a proposta prevê o inventariado de todo o espaço, conforme houver disponibilidade financeira ou nova permuta através de conversão de área.
De acordo com informações da Secretaria de Planejamento e Captação de Recursos, a ‘Casa de Harry Shincke’, onde funcionou o primeiro laboratório da cidade, a Casa da Profilaxia, pertence à outra matrícula e foi estimada em cerca R$4 milhões. A estrutura também integra o pedido de tombamento.
“Reforçamos que tão logo houver recursos para a desapropriação da outra unidade, o faremos, porque é um compromisso da gestão com a política de preservação, que teve grandes saltos neste governo e que prevê deixar um importante legado com um dos primeiros tombamentos neste ano”, reforçou o secretário de Planejamento, Andrey Bachixta.
Avanços
A legislação faz parte de um processo que tem como objetivo transformar o local em um museu e um centro de memória no imóvel, resguardando a história da cidade.
A medida foi celebrada pelo Cepac, que fez o pedido de tombamento em 2019. “Excelente iniciativa, e pedimos a desapropriação de ambos os imóveis. Além do tombamento, o CEPAC seguirá acompanhando, auxiliando e fomentando a compra, restauro e possível musealizaçao desses importantes imóveis”, comentou o presidente do Cepac, Pedro Louvain.
O pedido de tombamento da Casa de Harry Shinke e de Laly Shinke é o 11° de uma lista de 18 imóveis, entre eles, o Bartolomeu Mitre, GRESFI, Palácio Cataratas, Fundação Cultural, antiga Câmara dos Vereadores, entre outros.
Schinke
A área a ser permutada, de propriedade de Ademir Fernandes dos Santos, é objeto desde o ano de 2019 de pedido de tombamento pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Foz do Iguaçu.A família Schinke veio da Alemanha ao Brasil e se estabeleceu em Joinville – Santa Catarina. Os irmãos Carlos e Frederico foram para São Paulo e Harry, a Foz do Iguaçu.
Harry Schinke chegou a Foz do Iguaçu em ano desconhecido, a pedido do médico Amilcar Barca Pellón, para montar o primeiro laboratório da cidade, a Casa da Profilaxia. Harry foi pioneiro em manipulação de medicamentos para a comunidade da fronteira.
Aprendeu na Alemanha e passou a aperfeiçoar-se com livros estrangeiros. Diante dos relevantes serviços e história na cidade de Foz do Iguaçu, deu-se início ao pedido de tombamento da antiga Casa de Profilaxia de Harry Schinke.
Descrição
A “Casa Laly Shincke” possui 210,00 m² de terreno e edificação em alvenaria de tijolo maciço, assoalho em madeira e características majoritariamente neoclassicas, construída entre 1938-1940.
Localizado na Rua Tiradentes, nº 297, o imóvel é conhecido como casa de Laly Schinke, onde viveu a filha de Harry e anteriormente, segundo relatos orais, funcionou a agência da PANAIR do Brasil.
Já a Casa de Harry Schinke foi construída em 1921, em madeira, sendo uma das primeiras edificações de Foz do Iguaçu, em uma área = 5.540,79 m². Na década de 60 foi reformada com fachada de alvenaria e fundação mista de madeira e alvenaria.