O setor aéreo da América do Sul pode ganhar um novo impulso na região da Tríplice Fronteira, formada por Puerto Iguazú (Argentina), Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del Este (Paraguai). A possibilidade foi levantada pelo CEO da Copa Airlines, Pedro Heilbron, durante entrevista ao portal especializado Aviacionline, concedida à margem da 81ª Assembleia Geral Anual da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), realizada em Nova Délhi.
Heilbron demonstrou interesse em incluir Puerto Iguazú na malha internacional da Copa Airlines, embora tenha ressaltado que ainda não há uma decisão concreta ou cronograma definido. A escolha de uma cidade na região, segundo ele, exige cautela. “É definitivamente um destino muito atrativo. Estive lá duas vezes e vemos potencial. Mas ainda não há uma decisão tomada. O futuro chegará a seu tempo”, afirmou o executivo, ao reconhecer o apelo turístico e estratégico da área.
A Tríplice Fronteira abriga as Cataratas do Iguaçu, um dos principais atrativos naturais da América do Sul, além de representar um ponto de conexão comercial entre os três países. Ainda assim, a oferta de voos internacionais é atualmente bastante limitada. Hoje, apenas a JetSmart opera dois voos semanais entre Puerto Iguazú e Santiago, no Chile. Antes da pandemia, a região contava com um voo diário da LATAM entre Lima e Foz do Iguaçu, além de duas frequências semanais da Air Europa entre Puerto Iguazú e Madri, com escala em Assunção.
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A Copa Airlines já opera mais de 80 destinos em todo o continente americano e mantém cerca de 70 voos semanais na Argentina, conectando cidades como Buenos Aires, Córdoba, Rosario e Mendoza, com previsão de início de operações em Salta e Tucumán. A inclusão da Tríplice Fronteira na rede da companhia seria estratégica, mas enfrenta desafios.
Entre os principais obstáculos apontados por Heilbron está a escassez global de aeronaves, resultado dos atrasos nas entregas por parte dos fabricantes. Segundo projeções da própria IATA, as companhias aéreas devem receber, em média, 26% menos aviões do que o previsto até 2025. Além disso, a logística regional e a infraestrutura aeroportuária foram citadas como pontos críticos a serem resolvidos.
O executivo também destacou que o turismo na Tríplice Fronteira exige uma análise específica, já que o padrão de permanência dos visitantes e a articulação com outros destinos regionais são fatores que impactam diretamente a viabilidade de novas rotas.
Diante desse cenário, a possível chegada da Copa Airlines à região depende não apenas da estratégia da empresa, mas também de uma ação coordenada entre governos locais, estaduais, nacionais e as administrações aeroportuárias, com o objetivo de tornar as cidades envolvidas mais competitivas frente a outros destinos do continente.
A movimentação reforça o interesse crescente por hubs alternativos fora dos grandes centros tradicionais. Se confirmada, a inclusão da região na malha da Copa Airlines poderá representar uma valorização importante para o turismo e a economia regional.
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