Por João Zisman
É bem possível que você já tenha ouvido falar muito em inteligência artificial, ou IA, como preferem os mais íntimos da tecnologia. Mas, para muitos de nós, o tema ainda parece distante, quase futurista, como se pertencesse a outro mundo – o dos filmes de ficção científica ou das grandes corporações do Vale do Silício. A verdade, no entanto, é que a IA já está entre nós. E mais: já começa a transformar silenciosamente a maneira como governos gerenciam suas cidades, suas políticas e, sobretudo, o dia a dia das pessoas.
Mais recentemente, um novo capítulo dessa história começou a ser escrito com a chamada Inteligência Artificial Agêntica. O nome pode soar estranho, mas o conceito é simples e poderoso: trata-se de uma IA capaz de agir por conta própria, de forma autônoma, tomando decisões e executando tarefas com base em metas predefinidas. Imagine um assistente virtual que não apenas responde a perguntas, mas que age, resolve problemas, antecipa soluções e, em muitos casos, faz isso melhor – e muito mais rápido – do que qualquer estrutura tradicional conseguiria.
E onde tudo isso entra na gestão pública?
Vamos pensar em alguns exemplos práticos.
Na saúde, um agente de IA pode organizar listas de espera para cirurgias, cruzar dados de prontuários com indicadores de risco e até sugerir o melhor encaminhamento clínico para cada caso, desafogando o sistema e garantindo mais eficiência. Na educação, pode analisar o desempenho de alunos e escolas, identificar gargalos e apontar políticas públicas mais eficazes. No trânsito, pode monitorar em tempo real os principais pontos de congestionamento e reprogramar semáforos para melhorar o fluxo de veículos. Tudo isso sem que alguém precise dar um comando manual.
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Não estamos falando de mágica, tampouco de substituir pessoas. Estamos falando de usar a tecnologia para liberar o ser humano do excesso de burocracia, da lentidão dos sistemas e da cegueira estatística que muitas vezes compromete as melhores intenções administrativas.
A IA agêntica é, portanto, uma aliada do gestor público. Mas é também, e principalmente, uma aliada do cidadão. Porque quando bem aplicada, ela reduz filas, evita desperdícios, acelera respostas e melhora a vida de quem mais precisa do poder público.
É claro que todo esse processo exige responsabilidade, segurança e, sobretudo, planejamento. Inteligência artificial não é solução mágica para má gestão. Mas, nas mãos certas e com os devidos controles, pode representar uma virada de chave definitiva para tornar o Estado mais eficiente, moderno e humano.
Talvez o futuro já tenha chegado – só que, desta vez, sem alarde. E cabe a nós, gestores e cidadãos, perceber esse movimento e colocá-lo a serviço de uma administração pública que inspire e trabalhe com resultados concretos. Afinal, governar bem também é saber escolher as ferramentas certas para cuidar das pessoas.
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