Espécie ameaçada de extinção é tema de atividade educativa no Parque das Aves de Foz do Iguaçu

No dia 5 de outubro, das 9h às 16h, o Parque das Aves promove uma atividade especial dedicada à conservação do periquito cara-suja (Pyrrhura griseipectus), uma espécie endêmica da Mata Atlântica nordestina. A ação acontece no espaço Como Salvamos Papagaios e tem como objetivo apresentar aos visitantes os desafios enfrentados por essa ave ameaçada de extinção e as iniciativas que buscam garantir sua sobrevivência em ambiente de ocorrência natural. A ação celebra o Dia das Aves, comemorado no Brasil no dia 5 de outubro desde 2012 e que tem como foco a proteção das diversas espécies de aves do nosso país e do mundo.

“É essencial que o público compreenda que, por trás da beleza e singularidade do periquito cara-suja, existe uma história de ameaça e resistência. Ao apresentar essa realidade, buscamos não apenas informar, mas inspirar os visitantes a proteger e valorizar a Mata Atlântica e suas espécies”, destaca a supervisora pedagógica de Educação para Conservação do Parque das Aves, Gabriela Possato.

A biologia reprodutiva da espécie, que depende de cavidades naturais em árvores para nidificação, torna-se um fator agravante frente à degradação do ambiente. A escassez desses espaços impacta diretamente o sucesso reprodutivo da ave, dificultando a manutenção de populações viáveis a longo prazo.

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A ação é parte da iniciativa coletiva que une entidades públicas, privadas, ONGs e parceiros estratégicos que trabalham com a conservação de aves no Brasil, que neste ano trouxeram como tema da campanha o periquito cara-suja. A iniciativa é do Plano de Ação Nacional para a Conservação das Aves da Mata Atlântica (PAN Aves Mata Atlântica), organizada de forma colaborativa pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Parque das Aves, Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), Wikiaves e a bióloga e ornitóloga Nathália Diniz.

O PAN Aves Mata Atlântica e o periquito cara-suja
O Plano de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (PAN) é um documento, construído de forma participativa por diversas pessoas e instituições, que ajuda a planejar e organizar ações para conservar espécies de plantas, animais e outros seres vivos, e dos ambientes naturais onde eles vivem. A ideia é identificar as principais ameaças que fazem com que essas espécies estejam em risco de extinção, e propor maneiras de combatê-las.

O PAN Aves da Mata Atlântica, atualmente em seu segundo ciclo (2023–2028), concentra-se na conservação de 114 espécies de aves ameaçadas ou quase ameaçadas desse bioma, estabelecendo metas claras, como o combate ao tráfico de animais, a restauração de habitats e a reintrodução de espécies em áreas de ocorrência natural. O Parque das Aves integra ativamente essa iniciativa, colaborando em ações de conservação sob cuidados humanos, reintroduções e sensibilização do público. Uma das ações previstas neste ciclo é o desenvolvimento de campanhas de comunicação voltadas à valorização de espécies específicas, com o objetivo de ampliar o conhecimento e o engajamento da sociedade. Em 2025, a campanha tem como protagonista o periquito cara-suja (Pyrrhura griseipectus).

Classificado como “Em Perigo” pela União Internacional para a Conservação da Natureza – UICN e pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas do ICMBio/PAN Aves, o periquito cara-suja possui distribuição geográfica restrita e uma população ameaçada, sobretudo devido à fragmentação e perda de habitat e à captura ilegal para o tráfico de animais silvestres.

Durante a atividade, que ocorre de maneira gratuita para todos os visitantes do Parque, materiais educativos serão disponibilizados para o público, permitindo uma imersão no universo da espécie e um olhar mais atento para a importância da biodiversidade local.

Sobre o Parque das Aves
O Parque das Aves, um centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica e o atrativo mais visitado do Paraná depois das Cataratas, completou 30 anos de atuação em 2024. Como é uma instituição privada, os visitantes promovem a continuidade do trabalho do atrativo por meio da visita ao Parque, consumo nos restaurantes do Complexo Gastronômico (Sabores da Floresta, Bistrô da Mata e Café da Praça) e compras na loja de souvenirs.