Volume de demissões representa quase um terço dos postos de trabalho do segmento no Estado, afirma a Abrabar
O setor de gastronomia e entretenimento prevê a demissão de até 50 mil colaboradores durante o período de restrições e isolamento social para controle da Pandemia do Coronavírus no Paraná. A estimativa representa quase um terço dos postos de trabalho no segmento, aponta enquete promovida em parceria da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e o Sindicato das Empresas de Gastronomia e Entretenimento de Curitiba (SindiAbrabar).
Os dados refletem o impacto econômico da estratégia de enfrentamento da Covid-19 no Paraná. As projeções não são nada animadoras, especialmente para o setor do turismo, que inclui os meios de hospedagem, gastronomia, lazer e entretenimento, afirma Fábio Aguayo, presidente das entidades.
Os empresários do setor estão demitindo funcionários e, outros fechando as portas, por conta da crise provocada pela pandemia no país. As conclusões tem como base as informações da pesquisa promovida Abrabar/SindiAbrabar, que ouviu 117 proprietários de estabelecimentos do setor no período de 5 a 11 de abril.
De acordo com o levantamento, 29,7% afirmaram que vão demitir todos os colaboradores do setor, que emprega diretamente mais de 165 mil pessoas em todo o Estado. O Paraná tem dois polos de grande atração de turistas nacionais e internacionais, que são Foz do Iguaçu, onde estão as Cataratas do Iguaçu e a Itaipu, e a capital Curitiba, que tem entre outros o Jardim Botânico, Ópera de Arame e o Museu Oscar Niemyer.
Aluguel
No setor de gastronomia e entretenimento, mais de 53% dos bares, cafés, lanchonetes, restaurantes e casas noturnas não conseguiram pagar o aluguel de forma integral ou parcial no mês de março. Isso ocorreu, segundo a Abrabar, devido aos decretos municipais e estadual que suspenderam as atividades.
As medidas acabaram coincidindo com o isolamento social por conta da pandemia de Coronavírus, revelou a enquete Abrabar/SindiAbrabar. Na avaliação de Fabio Aguayo, é possível afirmar categoricamente que o setor tem pela frente uma situação dramática e sem luz no fim do túnel.
O levantamento também constatou que 18,6% do setor trabalhou com 30% da capacidade de atendimento no período. Em outro cenário, 17,8% indicaram que tiveram 90% de ociosidade dos estabelecimentos enquadrados dentro do ramo de gastronomia e perderam em média de 70% a 90% do faturamento.
Crédito
No panorama diagnosticado pela pesquisa, a liberação de crédito é uma das situações mais complicadas para o setor, explica Aguayo. Os anúncios governamentais levaram milhares de empreendedores a buscarem linhas de créditos oferecidas pelo Governo Estadual e Federal, mas, quase 70% não conseguiram acesso.
Os recursos, de acordo com os apontamentos dos empreendedores, seria utilizado para pagar as contas pendentes com funcionários e gastos permanentes de aluguel, fornecedores e serviços essenciais de água, luz e gás.
As dificuldades alcançam 62% da categoria. Muitos empreendedores estão reclamando de vários obstáculos impeditivos para aquisição e liberação de empréstimos, especialmente na Fomento Paraná, ressaltou o presidente das entidades.
“O nosso setor entrou em colapso. Toda a cadeia e a maioria de nossos fornecedores, estão comprometidos em se ajudar, mas alguns lugares que a ajuda seria essencial, só ficou no marketing”, ressaltou Aguayo. De acordo com ele, o Governo Federal foi o que mais buscou e ajudou até agora.
“Ao contrário da maioria dos municípios, temos consciência que seremos o último da fila na recuperação da cadeia da economia”, ressaltou o presidente. Na avaliação dele, agora não resta outro caminho, é trabalhar a saúde mental de empresários e colaboradores para superar a crise.
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