O choro que não resolve problemas

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João Arruda

Há alguns dias escrevi sobre o choro de Rafael Greca para as câmeras. Foi um prenúncio. Logo depois, Greca se emocionou frente à CNN – e quem o viu pode ter acreditado que ele estava muito preocupado com os salários atrasados dos funcionários das empresas de ônibus.

Não acredito no choro do prefeito. Não acredito, nem por um segundo, que haja qualquer dificuldades das pessoas mais vulneráveis que possa comover o prefeito.

O homem que escolheu contar sobre as náuseas que um mendigo lhe causou bem poderia ter mudado, mas, a contar pelas agressões que posta na internet, não mudou, só se para pior.


Ao oferecer 18 milhões de reais mensais às empresas de ônibus, evidentemente sem previsão contratual, o prefeito passa o recibo que o gabinete dele tem um ramal no Clube Graciosa, onde já aconteceram encontros muito suspeitos noticiados anteriormente – e, por estranha coincidência, é a sede que escolheram para os assuntos do transporte de Curitiba!

18 milhões por mês de dinheiro da economia nas mãos de empresas que há meio século estão com o pires na mão. Não podemos nos esquecer que nos anos 80 Curitiba transportava proporcionalmente mais passageiros que o metrô de Londres. No momento presente, com ônibus sem ar-condicionado, com corrimãos sebosos, atrasos e uma tarifa ridiculamente cara – uma passagem de ônibus é equivalente a mais ou menos dois litros de diesel – o prefeito acha que o contribuinte curitibano assumirá a responsabilidade por manter estas empresas.

Se solicitamos enfaticamente suporte aos empresários, falamos mais especificamente sobre os pequenos, os que precisam assegurar a folha de pagamentos agora. Não se trata de quem tem balanços milionários, nos quais precisa existir “provisão para pagamentos”. Se uma empresa que existe há décadas com um cliente como a Prefeitura de Curitiba não tem planejamento contábil, a culpa – ou seja, o custo em dinheiro – será do cidadão que pega ônibus?

A ênfase do compromisso de um gestor municipal deve ser dada à sobrevivência dos pequenos. No caso da nossa cidade é urgente voltar atrás quanto a apoiar os grandões e olhar pelos pequenos – no mínimo com isenções fiscais temporárias.

João Arruda, presidente estadual do MDB, foi deputado federal duas vezes pelo Paraná.

Por: Bem Paraná

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