Eleições 2020: Nelton Friedrich quer investir num calendário turístico mais amplo que o atual modelo

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(Foto: Google/Arquivo Rádio Cultura Foz)

Candidato a prefeito de Foz do Iguaçu pela coligação A Foz do Povo é o quinto na série de entrevistas exclusivas do Cabeza News

Ex-deputado federal constituinte e ocupante de uma série de cargos em nível nacional e internacional, incluindo uma diretoria na Itaipu Binacional, o advogado Nelton Miguel Friedrich decidiu entrar na disputa para prefeito de Foz do Iguaçu por entender a necessidade de defender, na campanha eleitoral, propostas e projetos que contemplam o desenvolvimento econômico, social e ambiental. Ele encabeça a coligação A Foz do Povo e tem como vice-prefeito Amilton Farias.

Na avaliação do candidato, para Foz do Iguaçu sair da dependência do turismo atual, “é preciso investir num calendário turístico mais amplo e capaz de fazer com que o atual modelo possa ser usado como alavanca na consolidação dos novos projetos”. Para isso, de acordo com ele, é preciso atuar com criatividade, articulação público-privado-sociedade civil-e-academia e determinação política.

Nelton ressalta que nunca usou a pandemia da Covid-19 como arma eleitoral. “Acho que isso é um erro, pois são vidas humanas que estão em risco e até sendo perdidas”, ressaltou, criticando a atual gestão. Sobre o lockdown, o candidato disse que “é o mais amargo dos remédios, só deve ser usado em situações extremas e após amplo entendimento entre os profissionais da saúde, expertos da área, governo e sociedade”.

Na série que marca os dois anos do Cabeza News, Nelton Friedrich fala ainda, caso seja eleito em 15 de novembro, sobre como pretende reduzir os gastos da Prefeitura, o desemprego que aumentou com a pandemia do Coronavírus, como pretende tratar o serviço de transporte coletivo, aproveitamento dos jovens formandos do ensino superior e a futura vacina contra a Covid-19, entre outros.

Cabeza News – Quando se fala em reduzir gastos da Prefeitura, cortar pastas e servidores sempre vem à tona. Como será seu governo com a categoria?
Nelton Miguel Friedrich –
Transporte, lixo, saúde e educação são alguns dos contratos milionários e de famosos descaminhos do dinheiro público. Vou auditá-los e revê-los imediatamente para que haja rigor no trato do dinheiro do povo. Acabar com o cabide de emprego na prefeitura é outra medida imediata. Reduzir ao mínimo os cargos de confiança e imprimir uma administração integrada para otimizar o papel e a efetividade das secretarias. Valorizar o servidor, motivá-lo, melhorar as condições e ambiente de trabalho, promover capacitação e avaliação permanente e plano de cargo e salário justo darão elevada qualidade aos serviços prestados.

A fila por cirurgias eletivas aumentou na pandemia. Como reduzir ela, sem prejudicar as ações de enfrentamento a Covid-19?
Nelton –
Primeiramente, vamos criar um mutirão de atendimento. Todos os finais de semana vamos fazer uma verdadeira frente de batalha para atender quem está sofrendo nas filas há meses. Essa coisa de inventar aplicativo para esconder o sofrimento do povo, não engana a mais ninguém. Vou reunir com os profissionais de saúde e até convocar o setor privado para que juntos possamos atender quem não pode mais esperar nas filas.

Outros problemas, inclusive relacionados com a pandemia que se incorporam à nossa realidade, demandam uma restruturação dos serviços e gestão mais eficiente.

Diante de um virtual aumento de casos e internamentos, o senhor descarta um lockdown em Foz, caso eleito?
Nelton –
Eu nunca usei a pandemia como arma eleitoral. Acho que isso é um erro, pois são vidas humanas que estão em risco e até sendo perdidas. No entanto, vi que o atual prefeito tentou utilizar a pandemia como um escudo para esconder os graves problemas da saúde pública municipal. Lockdow é o mais amargo dos remédios, só deve ser usado em situações extremas e após amplo entendimento entre os profissionais da saúde, expertos da área, governo e sociedade.

O turismo a principal matriz da economia de Foz. Tem como diversificar com outras matrizes e quais seriam estas?
Nelton –
Para sair dessa dependência do turismo atual é preciso investir num calendário turístico mais amplo e capaz de fazer com que o atual modelo possa ser usado como alavanca na consolidação dos novos projetos. Com criatividade, com articulação público-privado-sociedade civil-e-academia e determinação política, vamos ampliar nossa matriz com ênfase no nosso potencial econômico, social, ambiental e cultural.

Sistemas produtivos locais, bairros criativos, programas de qualificação e requalificação, compras públicas com preferência para fornecedores de produtos locais, estímulo para o potente complexo turístico ampliar as compras locais, com padrão de qualidade valorizando o “MADE IN FOZ”, gerarão uma dinâmica econômica promissora.

Idem, no campo da inovação, das novas tecnologias digitais, na transformação de Foz em cidade referência nacional em energias renováveis e tantos outros instrumentos de fomento de forma a prospectar oportunidades de desenvolvimento local. A construção do Teatro Municipal, culinária, o artesanato, a dança, a música e a arte como um todo, devem ser valorizados de maneira mais ampla e criativa, pois isso gera emprego e renda.

O presidente Bolsonaro tem sido cobrado internacionalmente em função de sua política ambiental. Qual o seu projeto para o meio ambiente de Foz?
Nelton –
Foz do Iguaçu é uma cidade em que as políticas ambientais não podem ser laboratório político. Existe um único caminho para a nossa natureza que é o de ser respeitada e valorizada. Eu tenho uma larga experiência nas atividades socioambientais e irei colocar todas elas à disposição do nosso município e da nossa gente. Foz turística será ainda mais visitada quanto mais cultivar a natureza e a vida.

A crise econômica provocada pela pandemia fez aumentar o desemprego em todo país. Como seu governo vai agir de fato para gerar emprego e renda em Foz?
Nelton –
Nossa primeira ação como prefeito será a implantação de uma ampla Frente de trabalho, como a criação de mutirões habitacionais, gerando emprego, capacitação e habitação digna para a população de Foz do Iguaçu; construção do Restaurante Popular para o fornecimento de alimentação de qualidade, saudável e barata. Há muita coisa a ser feita na cidade no curto prazo.

Irei promover o mutirão de obras com a garantia de que o emprego e os fornecedores serão daqui da nossa cidade. Com o investimento imediato da prefeitura, vamos gerar milhares de empregos diretos e indiretos. Além disso, vamos garantir aos empresários e comerciantes o fornecimento de tudo o que for usado nas obras. Isso fortalece o setor privado e garante o emprego de quem trabalha nele.

Nos prazos médio e longo, teremos um parque industrial competitivo e também iremos atrair parceiros nacionais e estrangeiros para implementarmos a inovação e inteligência como um dos orgulhos da nossa cidade.

Todo esse trabalho, parte da efetivação do Projeto Municipal de Desenvolvimento, que almeja colocar Foz do Iguaçu nos trilhos de uma cidade moderna e eficiente, bem como na rota dos grandes investimentos públicos e privados.

Em breve a segunda ponte com o Paraguai fica pronta. Qual o seu plano municipal para reduzir os impactos negativos na região do Porto Meira?
Nelton –
A resposta a essa pergunta está dentro do nosso eixo de desenvolvimento local. Iremos realizar esse projeto no Porto Meira, que será um grande modelo, dado a construção da segunda ponte e a presença do Marco das Três Fronteiras, um dos nossos maiores pontos turísticos.

Entendemos que é necessária uma intervenção completa na estrutura existente. O atual modelo não pode ser levado em consideração. É preciso criar desde nova infraestrutura, passando por uma nova arquitetura daquela área e culminando com a qualidade de vida das pessoas que irão participar da nova realidade que se avizinha. Somente assim, evitaremos o caos que está prenunciado.

Foz tem avançado como polo educacional do ensino superior. Como seu governo vai aproveitar o potencial dos jovens que se formam todos os anos?
Nelton –
Como disse, irei fazer da inovação e inteligência um caminho a ser seguido. As oportunidades surgem com a possibilidade de praticar os conhecimentos adquiridos. Até mesmo ações mais simples, como um festival de cinema, já que temos uma faculdade da área, pode ser importante para os jovens e fortalecer a nossa economia.

Existem muitas empresas nacionais e internacionais que podem ser instaladas aqui. Por isso, irei unir a força jovem às possibilidades de fazermos de Foz uma referência, com incubadoras, bancos de talentos, programas de Estágios, mas acima de tudo, valorizando o tripé do Ensino Superior, o Ensino, a Pesquisa e Extensão, que tenho certeza nos ajudara a transforma nossa Foz em uma cidade muito mais prospera e feliz.

O transporte coletivo tem sido alvo de constantes críticas da população de Foz. Objetivamente, como seu governo vai desatar este nó?
Nelton –
Tenho dito nesta campanha que o transporte público de Foz do Iguaçu é uma catástrofe. Veja o contrato! Aquilo é caso para o Ministério Público atuar imediatamente.

O ex e o atual prefeito fizeram uma parceria em que um assina e o outro executa, sem alterar uma única cláusula de um contrato que é péssimo para o povo. É inadmissível que as pessoas esperem mais de 40 minutos por um ônibus e que em alguns lugares sequer existam as opções do transporte público.

Tudo está errado e obsoleto no transporte público de Foz. Irei fazer uma intervenção radical neste setor. Se não for assim, nada irá mudar.

Existem várias vacinas em desenvolvimento contra o Coronavírus. A mais adiantada é pesquisada pelo Butantan com laboratório chinês. Qual seu entendimento sobre a doença e o futuro medicamento?
Nelton –
Não podemos trabalhar a pandemia brigando por uma vacina que não existe. É preciso trabalhar na prevenção e na garantia do atendimento a quem está contaminado pela Covid-19. O atual prefeito cometeu erros primários e os resultados confirmam isso.

A pandemia pode durar anos e um bom administrador deve trabalhar em permanente diálogo com os profissionais da saúde, comerciários e a população para que todos entendam o seu papel na busca de uma vida menos impactada pela pandemia.

Prevenção, comunicação e respeito aos profissionais que estudaram e trabalham na área são alguns dos caminhos que irei seguir.

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