Ensaio de blecaute: usina de Itaipu restabelece energia em tempo recorde

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Sala de Despacho de Carga, o início do ensaio se da aqui após interação com o ONS (60 hz) e ONS e Ande (50hz)

O resultado deste domingo (8) foi o melhor desempenho em 16 simulações realizadas no setor de 60 Hz (Brasil), desde o início dos ensaios, em 2002. A atividade, que envolveu várias áreas, é uma iniciativa binacional

Foi apenas um simulado, mas com um teste real de como a usina de Itaipu responde a uma perda total de conexão com o sistema elétrico brasileiro no caso de um apagão. Neste domingo, 8, a resposta não poderia ser mais ágil e robusta. Em 19 minutos, onze minutos a menos do que o tempo de referência do ensaio e em prazo recorde, o setor de 60Hz da usina já estava apto para o restabelecimento da geração de energia.

Esse foi o black start – nome dado ao exercício – mais rápido feito em toda a margem brasileira da usina. O simulado, que é realizado uma vez por ano em cada setor (50 Hz e 60 Hz), consiste no desligamento de algumas unidades geradoras, simulando um blecaute.

O ensaio foi iniciado às 7h53 e foi concluído às 8h12. A escolha do domingo no início da manhã para o teste não ocorreu por acaso. O diretor técnico executivo de Itaipu, Celso Torino, explica que, por se tratar de uma megausina e embora seja um ensaio, ele tem que ocorrer em um dia e em horários de menor risco de impacto para o consumidor. “A segurança dos Sistemas elétricos do Brasil e do Paraguai é prioridade”, afirmou.

Finalmente na CCR – Sala de Supervisão e Controle da Usina após finalização do ensaio com toda equipe binacional que participou do ensaio

Até agora, os melhores tempos dos ensaios de restabelecimento do setor de 60Hz, analisados em Relatório de Desempenho, ocorreram desta vez, com 19 minutos. Em segundo lugar está o de 22 de julho de 2018, com 24 minutos. No dia 20 de agosto de 2017, o ensaio encerrou em 25 minutos. Já em 10 de maio de 2015, cravou em 30 minutos.

O black start é realizado em Itaipu desde 2002. Desde então, já foram 16 ensaios no setor de 60Hz e outros oito no setor de 50Hz. Ao longo dos anos, o exercício foi aprimorado e outros equipamentos foram incluídos nos testes, como, por exemplo, as linhas que interligam Itaipu 60Hz à subestação de Foz do Iguaçu e as que interligam Itaipu 50Hz e a SE-MD.

Sala dos Geradores Diesel – o ensaio pressupõem que estamos no escuro e a única fonte de energia para fazer o “start” da usina são os geradores Diesel.

Este foi mais um bom resultado para a Itaipu em 2020. Em um ano atípico por causa da pandemia da covid-19, pouca demanda, e com situação hidrológica não favorável, a usina tem batidos sucessivos recordes de produtividade. O desempenho operacional é o melhor de todos os tempos.

O diretor técnico executivo acompanhou os trabalhos, ao lado do superintendente de Manutenção, Marco Aurélio Siqueira Mauro, do gerente do Departamento de Operação do Sistema, Rodrigo Pimenta, e do gerente da Divisão de Operação da Usina e Subestações, Paulo Zanelli. A ação envolveu várias áreas e é uma iniciativa binacional.

O diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, mandou um recado aos envolvidos: “Parabéns a todos. Foi um desempenho espetacular da equipe. Sem dúvida, esse ensaio é necessário para testar, de maneira real, um caso semelhante inesperado. No próximo, estarei presente. Meus cumprimentos a esse time de craques.”

A atividade teve ainda a supervisão de Gustavo Noal, a partir da Sala de Controle Central da Usina, e Luís Felipe Weisheimer, na Sala de Controle do Despacho de Carga, bem como a coordenação de Ezequiel Kutter, da Divisão de Operação da Usina e Subestações.

O que aconteceu no ensaio foi registrado pelos observadores Jonas Pesente e Manoel Leonardo Sosa Rios, da Divisão de Estudos Elétricos, que farão um relatório destacando tudo que funcionou bem e, principalmente, as eventuais oportunidades de aprimoramentos.

Como é feito

O blackout forçado faz a equipe da Operação em Tempo Real “correr” para religar as unidades geradoras, utilizando como fonte de alimentação os geradores movidos a diesel, considerados como as fontes de emergência imediatas para colocar as unidades em funcionamento novamente. Após o desligamento forçado, os geradores são religados manualmente.

O ensaio é coordenado pelos supervisores da Operação em Tempo Real da CCR e da sala de Despacho de Carga. Destes locais, partem os comandos e são feitos os registros de possíveis anomalias no processo de religamento, bem como a contagem de tempo para a realização das diferentes ações do ensaio.

“Essa é uma operação que envolve vários atores. Para que esse procedimento tenha sucesso, é necessário contar com a expertise e dedicação de outros profissionais da empresa que não atuam no tempo real. Especialmente, da Engenharia, Manutenção e da Operação”, disse o diretor técnico executivo, Celso Torino. “É um processo que testa o conhecimento e a habilidade do nosso pessoal, além de servir para avaliarmos como estão os nossos procedimentos e equipamentos de emergência. Assim, todos ficam prontos para agir em uma situação real”, avalia.

A realização e planejamento do teste é coordenado com o Operador Nacional do Sistema (ONS) no Brasil e pela Administração Nacional de Eletricidade (Ande), do Paraguai. No Brasil, o ONS exige que esse ensaio seja feito em todas as usinas hidrelétricas que possuem este recurso. Além disso, Itaipu é uma das usinas que se enquadram no chamado restabelecimento fluente do Sistema Interligado Nacional (SIN). Isso significa que, em caso de apagão, a usina terá papel fundamental para normalização desse sistema.

Como um apagão real é um evento que tem grande impacto e baixa probabilidade de acontecer, a realização dos testes traz experiência e conhecimento para as equipes de Operação em Tempo Real, além de permitir identificar e prevenir falhas no processo e nos equipamentos.

Fotos da equipe da Diretoria Técnica e de Alexandre Marchetti/Itaipu

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