Bolsonaro dá largada em Foz do Iguaçu à revitalização do sistema de Furnas, com recursos de Itaipu

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Visita do ministro Bento Albuquerque e do diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, à subestação de Furnas, em novembro de 2020 (Foto: Sara Cheida)

Revitalização é considerada estratégica para a segurança energética do Brasil e do Paraguai nas próximas décadas

Depois de 36 anos, o sistema de Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC) de Furnas, que transmite ao mercado brasileiro a energia produzida pela usina de Itaipu, especialmente para a região Sudeste, será revitalizado.

O anúncio oficial será feito pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (25), às 10h30, numa cerimônia na subestação de Furnas, em Foz do Iguaçu (PR), com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e de várias autoridades do setor elétrico e convidados.

O investimento é de cerca de R$ 1 bilhão. O aporte será feito pela margem brasileira da usina ao longo dos próximos cinco anos. Esse valor se soma aos mais de R$ 1,5 bilhão, num total de R$ 2,5 bilhões investidos pela gestão do general Joaquim Silva e Luna, há dois anos à frente da diretoria-geral da empresa (margem brasileira), em obras estruturantes.

A subestação de Furnas em Foz do Iguaçu. Foto: Arquivo/Furnas.

A modernização contempla a substituição completa dos principais componentes do Bipolo 1, nas subestações de Foz do Iguaçu e Ibiúna, além dos sistemas de supervisão, proteção e controle dos Bipolos 1 e 2.

A revitalização é considerada estratégica para ambos os países, tanto pela garantia de acesso ao mercado brasileiro (para o Paraguai) como pela segurança energética.

O Paraguai tem direito a 50% da produção de Itaipu, mas com 15% já supre cerca de 90% de seu consumo de energia. O excedente de produção não utilizado pelo país vizinho é contrato pelo Brasil. A energia total de Itaipu abastece em torno de 14% de toda a demanda brasileira.

Vista da usina de Itaipu (Foto: Rubens Fraulini)

Desde que começou a operar, o sistema HVDC, considerado pioneiro na América Latina, não recebia reforma de grande porte. Por ele passaram 1,18 bilhão de megawatts/hora (MWh) dos mais de 2,7 bilhões MWh produzidos pela Itaipu desde 1984 (43% do total). O sistema se estende por 800 km, entre Foz do Iguaçu (PR) e Ibiúna (SP).

“Essa obra é extremamente importante para dar sustentabilidade ao sistema elétrico das duas nações amigas e garantir desenvolvimento para ambos os países”, diz o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.

“Em consonância às diretrizes do governo do presidente Jair Bolsonaro estamos investindo em inciativas e ações com resultados concretos e permanentes para a população, que vão desde à nossa atividade fim, que é geração de energia a obras que deixam legado.”

Ministro Bento Albuquerque e o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, em visita à subestação de Furnas, em novembro de 2020. Foto: Sara Cheida/Itaipu Binacional.

E complementa: “são obras que abrem frentes de trabalho e movimentam a economia, num momento tão importante de retomada do crescimento”.

Caminho

“A subestação de Ibiúna está localizada a menos de 100 km do centro da cidade de São Paulo e, por isso, é uma subestação estratégica para o Sistema Interligado Nacional (SIN-BR), com 11 linhas de transmissão em corrente alternada que podem escoar a energia que é transmitida pelo sistema de corrente contínua de Furnas para os grandes centros consumidores das regiões Sul e Sudeste”, explica o gerente do Departamento de Operação do Sistema da Itaipu, Rodrigo Pimenta.

Ele explica que sistemas de corrente contínua (CC) são ideais para transmitir energia em longas distâncias, porque têm perdas menores, na comparação com a corrente alternada. Além disso, nessa mesma comparação, o custo das linhas de transmissão em CC é menor, porque utiliza menos cabos e as torres são mais simples.

Quando Itaipu foi construída, este sistema de corrente contínua era a única forma tecnicamente viável de escoar parte da energia produzida pela usina na frequência de 50Hz para o Sudeste, que experimentava grande expansão industrial. Hoje, o Brasil conta com mais dois sistemas similares, que são justamente utilizados para ligar usinas localizadas na Região Norte, distantes dos centros consumidores.

É o caso do sistema de CC que transmite a energia gerada pelas usinas Jirau e Santo Antônio, pertencentes ao complexo Rio Madeira, e o sistema da usina de Belo Monte, no rio Xingu.

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